China começa a viver fase pós-pandemia

Publicado em 22/03/2020 16:33

Na sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades chinesas anunciaram que, pela primeira vez desde dezembro, a cidade de Wuhan, epicentro da pandemia de covid-19, não registrou nenhum caso da doença em 24 horas. Aos poucos, a China respira cada vez mais aliviada e vislumbra a vida pós-coronavírus.

Em quatro meses, a covid-19 deu a volta ao mundo, infectou mais de 250 mil pessoas e matou cerca de 10 mil. "Não houve mais casos em Wuhan nas últimas 24 horas", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, na sexta-feira. "A cidade dá esperanças ao restante do mundo de que mesmo as situações mais extremas podem ser superadas."

Após 81 mil casos de covid-19 na China, menos de 7 mil permanecem doentes. Na sexta-feira, o país registrou poucos novos registros, a maioria de pessoas que vieram de outros países - e apenas três mortes, o menor número desde que as autoridades começaram a divulgar os dados, em janeiro.

Com isso, na semana passada, o último hospital temporário montado em Wuhan foi fechado e a Apple anunciou a reabertura de todas as suas 42 lojas no país. Aos poucos, bares e restaurantes vão reabrindo em Xangai, especialmente no Bund, à beira do Rio Huangpu, zona boêmia da cidade. Em Pequim, o trânsito volta lentamente ao caos habitual e, em breve, o ar da capital ficará irrespirável de novo.

Para Fausto Godoy, que foi embaixador do Brasil em países da Ásia e é coordenador do Núcleo de Estudos Asiáticos da ESPM, a recuperação chinesa se deve ao comportamento da sociedade. "Governo e população atuaram juntos e isso faz uma diferença brutal", disse. "Na Ásia, em geral, o ser humano só se realiza em sociedade. Ou seja, temos valor quando agregamos algo à sociedade. Esse é um conceito fundamental para entender a reação dos asiáticos ao coronavírus."

Pandemia

Em dezembro, a covid-19 surgiu na China e se espalhou pelo mundo, ganhando status de pandemia dado pela OMS. Inicialmente, o governo chinês negou que houvesse um problema. A polícia de Wuhan chegou a ameaçar Li Wenliang, médico que havia alertado sobre a escalada da doença e cuja morte, em fevereiro, provocou revolta da população local.

Mas logo o país mudou de estratégia, reconheceu a gravidade da situação e adotou medidas extremas: confinamento em massa e criação de centros de saúde para atender apenas os suspeitos de portarem o vírus. "Foi uma atitude diferente da que tiveram na época do surto de Sars (entre 2002 e 2003). Na ocasião, Pequim dizia que não tinha culpa e escondia tudo. Agora, quando a coisa explodiu, a China envia especialistas para outros lugares", disse Godoy.

Mas ainda é preciso cautela, segundo a OMS. Restrições de viagem ainda vigoram na Província de Hubei, onde está localizada a cidade de Wuhan, que permanece isolada. Autoridades dizem que a quarentena em massa só acabará quando não houver mais nenhum caso registrado por 14 dias consecutivos. Preocupados com uma segunda onda de contaminações, várias regiões, incluindo Pequim, decidiram impor uma quarentena de 14 dias para quem chega de viagens internacionais.

"Evidentemente, precisamos agir com precaução. A situação sempre pode mudar. Mas a experiência de cidades e de países que lutaram e derrotaram o vírus deve dar esperança e coragem ao restante do mundo", disse o chefe da OMS.

Nova York quer expandir de 53 mil para 110 mil leitos nos hospitais

O governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, disse hoje que pretende expandir em 100% a capacidade de leitos dos hospitais de Nova York, dos atuais 53 mil para 110 mil. "Este é o número que vamos precisar", afirmou a autoridade durante entrevista coletiva, em meio a disseminação do novo coronavírus (Covid-19).

Cuomo acrescentou que se todos os hospitais dobrarem sua capacidade, "conseguiremos atingir este número". No entanto, ele mesmo reconheceu que para alguns hospitais de certas regiões será mais difícil dobrar o número de leitos, afirmando que o ideal então é aumentar ao menos em 50% os leitos totais, "para que consigamos chegar ao menos a 75 mil leitos, dos 110 mil necessários".

O governador de Nova York disse ainda que todas as cirurgias eletivas estarão canceladas a partir da próxima quarta-feira, "para que os hospitais tenham mais leitos disponíveis". Segundo ele, o governo criará mais leitos também em hotéis e em asilos. "Este é um papel do estado e não somente um papel federal. Somos responsáveis pela população e estamos fazendo tudo o mais rápido possível", disse.

Índia instala "toque de recolher" de um dia para tentar reduzir contágio de vírus

A Índia pediu uma paralisação nacional de um dia neste domingo, na esperança de retardar a disseminação do coronavírus. Das 7h às 21h, o bloqueio - apelidado de "toque de recolher do povo" pelo primeiro-ministro, Narendra Modi, as pessoas foram convidadas a ficar em suas casas e a maioria das empresas foi fechada.

As restrições eram voluntárias, mas cada Estado foi convidado a fazer o possível para ajudar os cidadãos a cumprir a medida. Os relatos iniciais mostraram que os indianos estavam levando o exercício a sério.

"As ruas estão vazias", tuitou o primeiro-ministro no domingo. "Mas a determinação de combater o COVID-19 está cheia".

Até agora, a Índia viu um número relativamente pequeno de casos de coronavírus. Neste domingo, havia confirmado cinco mortes e 324 infecções. Alguns especialistas médicos suspeitam que algumas infecções não estão sendo registradas porque a Índia, uma nação de 1,3 bilhão de pessoas, não está testando o suficiente.

Fonte: Associated Press

 

Maior terremoto em 140 anos atinge capital da Croácia

Um terremoto de 5,3 graus de magnitude atingiu a capital da Croácia, Zagrebe, e outras regiões neste domingo, gerando pânico e danos generalizados, incluindo a icônica catedral da cidade em meio a um bloqueio parcial devido ao surto do novo coronavírus. Ainda não há informações de mortos ou feridos.

O primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, disse que o terremoto foi o maior ocorrido em Zagrebe nos últimos 140 anos. Muitos prédios da capital racharam e as paredes e os telhados foram danificados. As ruas do centro estavam cheias de escombros Hospitais tiveram que ser esvaziados.

A agência sismológica europeia, EMSC, disse que o terremoto mediu 5,3 de magnitude e atingiu uma ampla área ao norte da capital, Zagrebe, no início deste domingo. O epicentro ficava a 7 km ao norte de Zagrebe, com profundidade de 10 km.

Fonte: Associated Press

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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