Produção de ração no Brasil deve crescer 3% este ano, puxada pela avicultura
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Entrevista com Clodys Menacho - Diretor comercial da Alltech do Brasil sobre a Nutrição animal
DownloadA produção de rações no Brasil deve aumentar em 3% este ano, de acordo com o diretor comercial da Alltech Brasil, Clodys Menacho. Ele explica que este crescimento deve ser puxado, principalmente, pela avicultura brasileira, ainda que haja expectativa de aumento na produção de outras proteíans animais. Entretanto, o custo de produção para alimentação animal será o principal desafio, com as altas do milho e do farelo de soja.
A Alltech divulgou na semana passada uma pesquisa feita com dados mundiais a respeito da produção de ração em 2019, e o resultado foi a queda de 1,07%, puxada principalmente pela crise com a Peste Suína Africana na China.
"Pela primeira vez desde 2009, quando a empresa começou a fazer esta pesquisa, a China caiu para o 2º lugar no ranking, e quem assumiu a liderança foi os Estados Unidos", afirma.
O Brasil segue como terceiro colocado no mundo como produtor de rações, e o primeiro na América Latina. Em conjunto com México e Argentina, os três países representam 76% da produção de ração, de acordo com a pesquisa.
Apesar da queda global de pouco mais de 1% na produção de rações, a América Latina seguiu na contramão, fechando o ano de 2019 com aumento de 2,2%.
"Para este ano, o papel da Argentina, que é o maior exportador de farelo de soja do mundo, será uma incógnita, por causa da mudança de governo. Sobre o México, a perspectiva é que o país aproveite a liderança dos Estados Unidos, já que muitas indústrias mexicanas têm ligação com o país".
O país deve continuar se destacando na produção de rações, com expectativa de 3% de crescimento, motivado pela demanda na avicultura, conforme explica Menacho.
"Apesar dos altos preços do milho e do farelo de soja, dessa atratividade para exportação do milho brasileiro, a produção de ração deve aumentar. Mas para conseguir fazer isso, a indústria vai ter que adotar tecnologias inovadoras para ser muito mais eficiente e produtivo", explica.
As sucessivas crises sanitárias pelas quais a China tem passado, com Peste Suína Africana, coronavírus e alguns casos de gripe aviária, devem aumentar a demand apor proteína animal este ano, segundo Menacho.
Para ele, ainda que o país asiático tenha assinado uma primeira fase de acordo comercial com os Estados Unidos, a demanda será muito grande, e deve continuar contemplando as compras de produtos brasileiros.
"O Brasil ainda é mais competitivo que os Estados Unidos em matéria de proteína animal. e tem plena capacidade de atender a esta demanda chinesa. Entretanto, não se pode deixar de olhar para outros mercados conquistados pelo Brasil, não é prudente ficar refém apenas da China", disse.
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