Tempo: BR central entra em novo veranico com irregularidade de água no subsolo
Imagem de satélite de todo o Brasil nesta terça-feira (29) - Fonte: Inmet
Instabilidades ainda estão presentes sobre áreas do Brasil Central, principalmente no estado de Mato Grosso. No entanto, as chuvas devem cessar no decorrer deste semana e só retornarão no início da próxima. Até lá, algumas áreas da região do Mato Grosso, que tem solos mais estruturados e bons acumulados no subsolo, não deverão sentir os efeitos mais crucias desse novo veranico.
Já em outras áreas da região central do Brasil, e principalmente no Mato Grosso do Sul, a condição é preocupante porque já se inicia o plantio da safrinha de milho. Como também ocorrem em grandes extensões de áreas produtivas de Minas Gerais e Bahia, que apresentam baixas porcentagens de água disponível no solo.
De acordo com o mapa de água disponível no solo da Climatempo, a irregularidade chama a atenção. Enquanto áreas de Mato Grosso têm melhores condição, diversas outras partes da região central do país apresentam baixos volumes. A situação mais delicada ocorre em áreas do Sul de Mato Grosso, Oeste de Mato Grosso do Sul, centro de São Paulo e Norte do estado de Minas Gerais.
As chuvas dos últimos dias em áreas do Centro-Oeste do Brasil minimizaram as preocupações dos produtores da região, mesmo em plena colheita da soja. Lavouras desta temporada estavam há dias sem chuvas. A Climatempo, inclusive, destaca que o mês de janeiro tem sido bastante no Centro-Oeste, com chuvas em pequenas áreas.
Veja o mapa de água disponível no solo em todo o Brasil:
"Apesar das chuvas nos últimos dias, a maior parte do CO deve fechar o mês com acumulados abaixo da média histórica", informou a empresa meteorológica. A Climatempo destaca ainda que o mês de janeiro, normalmente, é marcado pela ocorrência de bons volumes, o que não tem se confirmado neste ano.
Apenas nos últimos cinco dias, de acordo com o mapa de precipitação acumulada do Inmet, acumulados de mais de 200 milímetros foram registrados em áreas do Norte de Mato Grosso e até 100 mm em áreas centrais do estado. O estado teve condição mais regular de chuvas na região Centro-Oeste.
Em áreas no Norte e Leste de Mato Grosso do Sul, as chuvas também chegaram aos 100 mm acumulados no período, mas áreas mais ao Sul e Oeste tiveram precipitações mínimas. Em Goiás, as precipitações mais volumosas se concentraram sobre Norte e Oeste do estado, com chuvas de até 100 mm.
Veja o mapa de precipitação acumulada nos últimos 5 dias em todo o Brasil:
Fonte: Inmet
A previsão do tempo aponta que as chuvas devem diminuir ao longo desta semana em áreas do Brasil central, ficando mais localizadas sobre o Norte do país. No entanto, conforme mostra o mapa de água disponível no solo, os níveis nessas áreas melhoraram consideravelmente.
Depois desse período mais seco, as chuvas retornam sobre o Brasil central apenas no início da próxima semana, entre o dia 6 de fevereiro, segundo modelos estendidos. Um bloqueio atmosférico passa a impedir o avanço de frentes frias nos próximos dias para a região central do país.
"Estamos com movimentos na média e alta atmosfera. Uma alta pressão deve bloquear que os sistemas avancem com chuvas, se deslocando mais para o oceano", explicou ao Notícias Agrícolas nesta segunda-feira o meteorologista do Inmet, Mamedes Luiz Melo, em referência aos próximos dias. Há possibilidade de veranico em algumas áreas.
Veja o mapa com a previsão de precipitação acumulada para até 174 horas (30/01 a 05/02) em todo o Brasil:
Fonte: Inmet
Assim como o modelo Cosmo, o GFS do The Center for Ocean-Land-Atmosphere Studies, COLA, na sigla em inglês, também aponta que as chuvas devem cessar ao longo desta semana sobre o Brasil central. Outra tendência que preocupa é a persistente falta de chuvas em áreas de Minas Gerais e Bahia.
Veja o mapa de previsão de precipitação do modelo GFS de 24 horas para os próximos 3 dias em todo o Brasil:
Fonte: COLA (The Center for Ocean-Land-Atmosphere Studies)
Previsão do tempo estendida para o Brasil
Segundo o mapa de precipitação acumulada do Inmet, nos próximos sete dias, as chuvas mais volumosas permanecem no Norte do país. No Centro-Oeste, o estado de Mato Grosso segue com a melhor condição de distribuição. Também pode chover forte em áreas do Sul e Leste de Mato Grosso do Sul e Sul de Goiás.
Veja o mapa de previsão de precipitação acumulada do modelo Cosmo para os próximos 7 dias em todo o Brasil:
Fonte: Inmet
Previsões do centro de previsão da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês) apontam que, no período de 29 de janeiro até 06 de fevereiro, as chuvas volumosas ficarão concentradas sobre a região Norte e em áreas litorâneas do Sul e Sudeste.
De 06 de fevereiro até 14 de fevereiro, as chuvas seguirão mais concentradas sobre a região Norte do país, mas áreas da faixa central do país também voltam a receber precipitações mais volumosas, podendo chegar, inclusive, até áreas da Bahia e Minas Gerais.
Veja o mapa com a tendência de precipitação acumulada para o período de 29 de janeiro até 14 de fevereiro:
Fonte: National Centers for Environmental Prediction/NOAA
Lavoura de soja na Fazenda Dal Pizzol em Canoinhas (SC). Envio de Allysson
Áreas de soja na região de Lagoa Vermelha (RS). Envio do Eng Agr Carlos R. Dellavalle Filho
Lavoura de Soja DM 54i52 ipro do produtor Marlon Bosetti em Nova Boa Vista (RS). Envio de Tiago Colombo
Lavoura de soja na Fazenda Jaboticabal em Cel Vivida (PR). Envio de Helio de Carli
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3 comentários
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Antonio Reginaldo de Sá Filho SALGUEIRO - PE
Pior mês de janeiro dos últimos quinze anos aqui no sertão pernambucano, a média para o mês de Janeiro é de 88,4 mm e só tivemos um acumulado de 15,2 mm, espero que fevereiro não nos decepcione.
elcio sakai vianópolis - GO
Aqui na minha lavoura no último final de semana choveu apenas 14 mm. Muito pouco pra uma evapotranspiração de 5 a 6 mm diário.
No Norte do Parana temos 03 situações distintas de chuva desde final de Dezembro: No Norte Pioneiro boas chuvas, bem distribuídas, tranquilas, boa produtividade para quem plantou no mês de Novembro. Média produtividade para quem plantou 15/10 - 30/10. Baixa e baixíssima produtividade ( de 20 a 40 sacas por alqueire) para quem plantou 15/09 a 15/10. Quebra média de 12%.
Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO
Postos de lado os conceitos ACADÊMICOS, na prática vemos um persistente e duradouro VERANICO desde o início de dezembro, mesclado com chuvas mal distribuídas e de baixos volumes acumulados nesse período, que já já salta para o terceiro mês!!
Por onde se anda, nota-se com clareza a preocupação geral dos cidadãos, habitantes das pequenas e médias cidades, dada a grande dependência do SETOR PRIMÁRIO, entenda-se AGROPECUÁRIA, para girar a economia local da grande maioria dos municípios interioranos. Nessa última "rodada" de chuvas(entre sexta-feira e ontem, segunda-feira), muitos locais com volumes insipientes, de 1 a 5 mm, motivos de muita comemoração, dado o estado CRÍTICO da umidade do solo e stress hídrico das lavouras. Não se sabe "QUEM" está mais estressado: OS PRODUTORES ou AS PLANTAS. Triste e preocupante!!