Café: Bolsa de Nova York cai mais de 100 pts nesta 3ª feira com câmbio e menores temores com safra brasileira

Publicado em 17/07/2018 17:37

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Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (17) com queda de mais de 100 pontos. O mercado externo do grão reverteu todos os ganhos da véspera acompanhando o câmbio e, principalmente, diante de temores cada vez menores de danos à safra brasileira neste inverno.

O vencimento setembro/18 encerrou o dia com queda de 120 pontos, a 109,10 cents/lb e o dezembro/18 anotou 112,60 cents/lb e 120 pontos de recuo. Já o contrato março/18 registrou 116,20 cents/lb com 120 pontos de desvalorização e o maio/19, mais distante, fechou a sessão com 120 pontos de baixa, a 118,70 cents/lb.

"Os preços foram parcialmente pressionados pela fraqueza do real ante o dólar dos Estados Unidos no início da sessão", reportou a Reuters internacional. No fechamento, o dólar comercial fechou o dia com baixa de 0,49%, cotado a R$ 3,8460 na venda, com alívio sobre juros nos Estados Unidos e com operadores acompanhando a cena política.

Menores temores de danos neste inverno na safra 2018/19 do Brasil, que pode ser recorde, também contribuíram para a pressão. "O arábica tem sido pressionado devido à grande colheita no Brasil. O tempo segue bom e é estimado que a produção seja alta, em torno de 60 milhões de sacas", disse em relatório o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.

A colheita de café na área da Cooxupé (Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé) atingiu 46,30% até o dia 13 de julho, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (17). De uma semana para outra, os trabalhos no campo avançaram pouco mais 7 percentuais. No entanto, ainda seguem atrasados em relação aos últimos anos.

Leia mais:
» Colheita de café dos cooperados da Cooxupé chega a 46,30% até o dia 13 de julho

Os estoques de café verde dos Estados Unidos caíram 23,36 mil sacas de 60 kg em junho depois de três altas seguidas, totalizando 6,84 milhões de sacas. Os dados foram divulgados em relatório da GCA (Green Coffee Association) na segunda-feira (16). O país norte-americano é um dos principais importadores do café brasileiro.

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» Estoques de café verde dos EUA caem 23,36 mil sacas em junho, mostra GCA

Mercado interno

O mercado físico seguiu com negócios isolados nesta terça-feira e os preços recuaram em diversas praças. Produtores ainda estão focados na colheita. "Se, por um lado, as atividades de campo na safra 2018/19 estão mais tardias, a qualidade, por outro, tem sido superior à temporada 2017/18", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) em relatório nesta terça-feira (16).

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 485,00 e queda de 1,02%. A maior variação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com baixa de 1,08% e saca a R$ 460,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 460,00 e queda de 1,08%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (-2,17%) e Franca (SP) (-1,10%), ambas com saca a R$ 450,00. A maior variação no dia ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 3,49% e saca a R$ 445,00.

Na segunda-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 444,21 e alta de 0,53%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • João Carlos remedio São José dos Campos - SP

    Infelizmente estamos vendo o mercado do café intencionalmente manipulado em cima de uma boa safra brasileira, de ciclo alto, e ao mesmo tempo esquecem que os nossos estoques de passagem estão quase zerados e que essa "supersafra" será o suficiente para os compromissos de exportação e consumo interno. Como os trabalhos de colheita estão a todo vapor, pouco se tem falado do grande déficit hídrico que estamos atravessando e que irá impactar negativamente na próxima safra, de ciclo baixo; mas, infelizmente, a maioria dos cafeicultores não têm recursos disponíveis e seguem vendendo seus cafés a preços baixos para honrar compromissos imediatos. Uma hora a verdade chegará à tona; quem tiver café para vender, verá!

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    • Martín Almonte Farfan Bento Gonçalves - RS

      Sr. João Carlos, acrescento ainda a previsão de safra vietnamita de quase 30 milhões de sacas este ano. Não há muito alento para os cafeicultores este ano, infelizmente.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. João Carlos, a realidade, às vezes, é um pouco mais difícil de compreender. ... ... Vejamos, os brasileiros, tomaram a cultura do café como se fosse sua, mas a nomenclatura taxonômica (nome cientifico) para designá-la usa a denominação... Coffea arabica. O café cultivado no país, desde outrora, é natural da África, para ser mais especifico, da Etiópia. ... ... A planta tem uma vida útil, considerada por muitos, longa, mas depende de como ela é tratada. Já vi muitas lavouras que viraram "varas" aos sete anos... ... Ocorre que o café, como o citrus, são lavouras que "culturalmente" empregava muita mão-de-obra humana, principalmente na colheita, mas o terceiro milênio excluiu essa categoria na raça humana e, hoje, é quase impossível se obter renda (positiva) na atividade. ... ... Veja, imparcialmente, só esse exemplo, como o produtor da commodity café enxerga diferente, dos outros produtores de outras commodities, soja, milho, trigo. ... ... O seu lote de café é depositado nos armazéns das cooperativas, separado dos outros lotes de outros produtores, pois aos defeitos e a bebida do seu café é "diferente" e, por isso tem o seu valor. ... ... Com o advento do café em capsula, com sabores que a industria determina na hora da encapsulação, como fica o "valor da bebida" do seu lote? ... ... Países com condições climáticas, favoráveis ao desenvolvimento da cultura e, com mão-de-obra barata, vai com certeza, fazer com que essa cultura migre para essas áreas e, o Vietnam é "a bola da vez", como o Brasil foi no passado... ... Só ficarão no mercado, aqueles produtores que explorarem nichos de mercado, como café orgânico, cafés que apresentarem valores intrínsecos, valorizados por consumidores com muito poder aquisitivo... ... As empresas que dominam o mercado mundial são oriundas de países onde não existe em produção um único pé de café, Alemanha, Itália... ... Essa é a realidade... "somos produtores, mas não comerciantes dessa riqueza"... ... Isso vale para o soja, milho e todas as commodities que produzimos, pois as vendemos em seu "estado natural"... ...

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