Café: Bolsa de NY demonstra força ao cair abaixo de US$ 1,40/lb e fecha sessão desta 4ª com leve alta
Apesar de oscilarem dos dois lados da tabela, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (29) com leve alta nos principais vencimentos. O mercado reagiu durante o dia após demonstrar resistência para ficar abaixo de US$ 1,40 por libra-peso e também teve suporte do câmbio, que impacta diretamente nas exportações.
O contrato maio/17, referência de mercado, fechou a sessão cotado a 139,30 cents/lb com valorização de 45 pontos, o julho/17 registrou 141,70 cents/lb com 50 pontos de alta. Já o vencimento setembro/17 encerrou o dia com 144,05 cents/lb e avanço de 50 pontos e o dezembro/17, mais distante, subiu 50 pontos, fechando a 147,35 cents/lb.
Pela manhã, segundo boletim do analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os operadores no terminal externo ajustavam suas posições em aberto diante da falta de novidades para mudar o atual cenário do mercado. No entanto, as cotações chegaram a ficar abaixo de US$ 1,40/lb e subiram demonstrando força em um movimento natural de correção técnica.
"O dia foi caracterizado por aquisições de caráter especulativo, com o maio/17 voltando a testar o nível especulativo de US$ 140,00 cents/lb, ainda que isso não tenha suscitado o acionamento de stops mais consistentes. A movimentação na casa de comercialização norte-americana se mostra baseada em fatores técnicos", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.
O mercado também teve suporte do câmbio nesta quarta. O dólar comercial recuou 0,70%, cotado a R$ 3,1170 na venda, acompanhando o recuo da moeda no exterior e com investidores cautelosos à espera da divulgação do contingenciamento do governo federal para cobrir o rombo adicional nas contas públicas deste ano. A divisa mais alta em relação ao real tende a encorajar as exportações da commodity do Brasil, maior produtor e exportador do grão no mundo.
Informações sobre o clima nas origens produtoras também repercute no mercado. "O Brasil terá clima predominantemente seco. As temperaturas médias devem ficar abaixo do normal. A Colômbia deve registrar chuvas isoladas. A América Central e o Sul do México deve ter condições mais secas. Temperaturas médias ficam acima do normal", disse o analista de mercado e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville.
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil e os preços esboçam poucas oscilações. Há um distanciamento no preço ofertado pelo grão e o desejo do produtor. "A proximidade da safra é notória e isso tem deixado a maioria do setor produtivo arredio às conversas mercadológicas já que as atenções ficam centradas neste item, o produtivo", disse Marcus Magalhães.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação no dia em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 530,00 a saca – estável. A maior oscilação ocorreu nas cidades de Patrocínio (MG) e varginha (MG), ambas com alta de 2,00% e saca cotada a R$ 510,00.
O tipo 4/5 anotou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com 540,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com queda de 2,00% e saca a R$ 490,00.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável), Média Rio Grande do Sul (estável), Oeste da Bahia (-0,46%) e Patrocínio (MG) (+1,03%), ambas com saca a R$ 490,00. A maior oscilação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com alta de 2,13% e saca a R$ 480,00.
Na terça-feira (28), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 477,62 com alta de 0,63%.
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