Focado na oferta, milho testa nova queda nesta 2ª feira na CBOT e fecha com pregão com perdas de mais 3 pts

Publicado em 13/03/2017 18:12

O início da semana foi negativo aos preços do milho praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal finalizaram o pregão desta segunda-feira (13) com quedas de mais de 3 pontos. O contrato março/17 encerrou o dia a US$ 3,54 por bushel, enquanto o maio/17 era cotado a US$ 3,61 por bushel. O julho/17 terminou o dia a US$ 3,68 por bushel.

Conforme dados reportados pelas agências internacionais, o mercado continua pressionado negativamente pelas novas projeções em relação à safra do Brasil e também dos estoques finais norte-americanos. No final da semana anterior, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe novas estimativas de oferta e demanda para a cultura.

"Tivemos embarques semanais de milho sólidos. Mas o problema com o cereal deriva em grandes estoques nos EUA, junto com uma safra sul-americana que continua a ficar maior", disse Darrel Holaday na Country Futures, reportou o site internacional Agrimoney.com.

Hoje, o USDA indicou os embarques semanais de milho em 1.547,022 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 9 de março. O volume divulgado ficou dentro das estimativas dos investidores entre 1,24 milhão a 1,55 milhão de toneladas.

O total acumulado já embarcado no ano comercial chega a 28.910,380 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, o volume estava em 16,5 milhões de toneladas.

Ainda do lado da demanda, outro fator que permanece no radar dos investidores é a questão da gripe aviária nos EUA. Segundo afirmou o analista da Futures International, Terry Reilly, as notícias sobre uma possível disseminação da gripe aviária nos EUA "tem aumentado o tom baixista no mercado. Esperamos que mais casos sejam relatados nesta primavera, em meio ao inverno do Hemisfério Norte".

Além disso, os analistas ponderam que a partir de agora as especulações sobre a nova safra norte-americana ganham força. Especialmente em relação á área destinada ao plantio do cereal no país e também o comportamento do clima.

Mercado brasileiro

A segunda-feira (13) foi, de maneira geral, de estabilidade aos preços do milho praticados no mercado interno. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor caiu 5,26% em Sorriso (MT), com a saca cotada a R$ 18,00. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a queda foi de 2,86%, com a saca a R$ 34,00.

Na localidade de Não-me-toque (RS), a cotação cedeu 2,17%, com a saca do cereal a R$ 22,50. Na região de Campinas (SP), o preço ficou em R$ 35,10 a saca, com queda de 1,40%. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade com a saca do milho a R$ 30,00 para entrega em setembro.

"O ritmo de negócios envolvendo milho está um pouco maior no mercado spot nacional, segundo indicam pesquisadores do Cepea. Apesar disso, as cotações internas do cereal continuam em queda na maioria das regiões acompanhadas pelo Centro de Pesquisas, pressionadas pelo aumento gradativo da oferta, por conta do avanço da colheita da safra verão", reportou o Cepea neste início de semana.

Na visão do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado do milho está mais ofertado do que comprador. "Quase não temos compradores nesse momento, os grandes estão retraídos e buscam algum milho para final de abril e maio. E temos algumas indústrias que ainda utilizam o trigo como mistura, o que deixa o mercado frágil de demanda interna", explica.

Em contrapartida, o consultor ainda ressalta que as exportações brasileiras estão mais lentas em meio a um dólar mais barato nesse momento. "E ainda temos alguns produtores que alimentam esse mercado de baixa dando preferência à comercialização do cereal. Mas acreditamos que já estamos no fundo do poço com esse mercado e poderemos ter melhores oportunidades mais adiante", afirma Brandalizze.

Enquanto isso, na BM&F Bovespa, as cotações do cereal recuaram nesta segunda-feira (13). As principais posições do cereal cederam entre 0,10% e 1,14%. O contrato março/17 era cotado a R$ 35,04 a saca, enquanto o maio/17 era negociado a R$ 31,00 a saca.

O mercado acabou recuando diante da queda registrada nos preços na Bolsa de Chicago. Já o dólar era cotado a R$ 3,1522 na venda, com alta de 0,28%. De acordo com informações da Reuters, os investidores estão em compasso de espera pela decisão da política monetária nos EUA nesta semana e também no cenário político brasileiro.

Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira:

>> MILHO

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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