Indústria estima consumir 800 mil toneladas de algodão na safra 2017 com expectativa de retomada do crescimento no setor
Na última semana, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex) autorizou a importação para cerca de 75 mil toneladas de algodão, que poderão entrar no Brasil livres da taxação de 6% da Tarifa Externa Comum (TEC) até julho de 2017.
Mas, para o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Fernando Pimentel, a medida atenderá uma demanda pontual, não causando impactos para o setor produtivo e têxtil. "É uma necessidade temporária, tanto que foi uma cota estabelecida em comum acordo. A nossa expectativa é de que ele venha ajudar a indústria nesse período de entressafra", diz.
Ainda assim, o presidente relata que o Brasil ainda precisa alcançar uma série de melhorias a fim de garantir competitividade no mercado global. "Temos que criar condições de produção dentro do território; ter câmbio competitivo; reduzir os custos burocráticos e viabilizar investimentos através da redução nos juros, etc", diz.
Além disso, destaca a importância de estabelecer padrões de produção mundial que garantam igualdade nas dinâmicas de comércio internacional.
Expectativas 2017
O setor têxtil está confiante com a recuperação gradual da economia e, consequentemente da indústria neste ano.
De acordo com a Abit, após dois anos seguidos de recessão - 2015 e 2016 -, a indústria têxtil e de confecção aponta o início da recuperação do setor para este ano de 2017.
A Associação prevê para o ano aumento de 1% na produção de vestuário, incremento de 2% nas vendas do varejo de vestuário. As exportações devem aumentar 5% em 2017, após apresentar uma queda de 4,8% neste ano. Já as importações devem registrar um crescimento de 10%.
De qualquer modo, "os avanços ainda não devem compensar as perdas dos dois últimos anos, que chegou a 17% na produção e no consumo", diz Pimentel.
Pimentel também destaca que essas projeções podem sofrer alteração, já que expectativas recentes estimam real mais valorizado em 2017, não favorável à exportação.
"Um câmbio minimamente compatível com atividade indústria seria na faixa de R$ 3,60 a R$ 3,70, mas estamos longe disso", ressalta o presidente.
Atualmente o setor têxtil exporta em torno de US$ 1,1 bilhão de manufaturados, enquanto que o país precisaria alcançar entre US$ 6 a US$ 7 bilhão para representar 1% do comércio mundial.
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