Negócios com o boi continuam travados em R$155,00/@ em São Paulo e sem perspectiva de mudanças no curto prazo
No primeiro semestre de 2016 as vendas de carne já eram fracas, no entanto, a baixa disponibilidade de animais terminados acaba superando o lento escoamento e impulsionando os negócios com a arroba.
No segundo semestre as condições de oferta continuam bastante parecidas, porém a demanda assumiu traços preocupantes. Com a arroba girando em torno de R$ 155,00/@ em São Paulo e os preços da carne no atacado com dificuldade para reagir, as margens de comercialização das indústrias vem em severo declínio.
Segundo o analista da FCSctone, Caio Toledo Godoy, a dificuldade de escoamento é tanta que, "há relato de frigoríficos estocando dentro de caminhões porque não tem espaço para armazenar a carne dentro do frigorifico".
Com o mercado interno enfraquecido, as exportações foram fundamentais no primeiro semestre para dar vazão a produção. Porém, o recuo na taxa do dólar voltou a diminuir a receita das indústrias.
"Pensando apenas em volumes, continuamos exportando mais que o ano passado, porém em faturamento julho/16 já se mostra pior que julho/15", ressalta Godoy.
Segundo ele, considerando o atual patamar da tonelada, para alcançar a mesma receita de fevereiro/2016 - onde foram exportados 99 mil/t -, o país precisaria embarcar em neste mês 124 mil toneladas de carne bovina 'in natura', volume que neste ano ainda não foi alcançado.
Para os próximos meses, Godoy destaca uma possível definição de direcionamento do dólar com a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Assim, ele diz acreditar que as exportações brasileiras no decorrer do segundo semestre deve permanecer entre 85 a 90 mil toneladas/mês.
Além disso, as oportunidades de até R$ 167,00/@ que o mercado futuro precificou entre os meses de abril e junho, também pode promover um aumento da oferta no segundo giro do confinamento.
"Colocando todos esses fatores na balança acredito que o mercado tende a manutenção da arroba no curto, médio e longo prazo", considera o analista.
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