Soja: Preços no interior do Brasil fecham a 5ª feira com baixas de até 6%; comercialização segue travada
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Soja: Preços no interior do Brasil fecham a 5ª feira com baixas de até 6%; comercialização segue travada
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O encerramento desta quinta-feira (4) para o mercado brasileiro da soja contou com mais um dia de baixas para os preços na Bolsa de Chicago e de um novo recuo do dólar frente ao real. Assim, no interior do país, as cotações terminaram os negócios perdendo entre 1,25% a 6,09% nas principais praças de comercialização, com as quedas mais expressivas em Mato Grosso.
E e essa movimentação deixa o ritmo de negócios cada vez mais lento. Os produtores seguem evitando novas vendas diante de preços mais baixos e do elevado percentual já vendido antecipadamente e as indicações de compra cederam - de R$ 1,00 a R$ 1,50 - em quase todas as praças, o que afugentou os vendedores também, como explicou o analista e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. "Mas este é um movimento natural", diz.
Em Não-Me-Toque/RS, baixa de 1,38% para R$ 71,50 por saca, nas praças de Londrina e Ubiratã/PR, queda de 2,10% para R$ 70,00; 1,25% em Tangará da Serra/MT para R$ 63,20; em Campo Novo do Parecis/MT, queda de 6,09% para R$ 60,10 e de 4,48% para R$ 64,00 por saca em São Gabriel do Oeste/GO. Já em Jataí, Goiás, o valor da soja caiu 1,49% para R$ 66,00.
"E essa situação ocorre porque, com a entrada da safra nova, os preços domésticos vão entrando na paridade de exportação. Neste período, para que os preços internos subissem precisaria haver uma forte alta combinada entre as variáveis que formam o preço", explica Motter.
Ainda segundo o analista, daqui em diante os preços internos serão realmente definidos pela paridade de exportação até que venha um novo período de entressafra. E o início desse intervalo será definido pelo ritmo das exportações brasileiras nesta nova temporada. "Este ritmo é o que vai determinar se a oferta doméstica vai ser enxugada mais cedo ou mais tarde", afirma.
Nesta quinta-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) trouxe seu novo levantamento sobre a safra de grãos 2015/16 reduzindo, enfim, sua estimativa para a produção de soja do Brasil. O número veio em 100,9 milhões de toneladas, contra 102,1 milhões do boletim de janeiro. Uma redução de produtividade em Mato Grosso, Goiás e Nordeste foi um dos principais motivos para a redução, além das adversidades climáticas.
Dessa produção, os produtores brasileiros já venderam boa parte, aproveitando bons momentos do mercado. Agora, o que se observa no mercado são baixas de R$ 5,00 a R$ 6,00 por sacas em diversas localidades, o que também motiva essa retração maior, principalmente porque a safra não será do tamanho da projeção inicial diante de uma demanda pelo produto brasileiro muito aquecida.
Sobre o efeito do avanço da colheita, Camilo Motter afirma que o impacto ainda é limitado sobre as cotações, uma vez que os trabalhos de campo em muitas regiões estão travados em função do excesso de chuvas. "Mas, de maneira geral, existe um volume de oferta que permite o início dos embarques dos contratos", explica.
Nos portos, os preços também fecharam o dia em queda. A soja disponível perdeu 4,38% no terminal de Paranaguá, para R$ 76,50, e 1,25% no de Rio Grande, para R$ 79,00 por saca. Já o produto da nova safra, com entrega em junho/16 no porto gaúcho perdeu 0,61% para R$ 81,50.
Dólar
O dólar terminou a sessão caindo 0,61% e cotado a R$ 3,8941, renovando sua mínima, como noticiou a Reuters, desde 29 de dezembro. Na miníma do dia, a moeda bateu em R$ 3,8499.
"O real tem tido desempenho melhor do que seus pares desde o início deste ano. Embora analistas sejam praticamente unânimes ao afirmar que o dólar deve eventualmente voltar a subir, alguns já começam a levantar a possibilidade de um alívio no curto prazo", informaram analistas à agências de notícias.
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Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam a sessão desta quinta-feira (4) em queda, porém, ainda próximos da estabilidade. Os primeiros contratos voltaram a atuar na casa dos US$ 8,70 por bushel e o mais longos, mais uma vez, perderam o patamar dos US$ 8,90.
A volatilidade ainda segue bastante presente nos negócios na CBOT, porém, com o mercado carente de informações fortes e novidades de efeito duradouro entre os fundamentos, os investidores ainda respeitam os patamares de suporte - US$ 8,70 - e resistência - US$ 8,90 por bushel.
Ainda nesta quinta-feira, o mercado internacional dados fracos das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos pelo boletim semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA), com cancelamentos na safra 2015/16. "O mercado da soja perdeu cerca de 3 cents depois do boletim de vendas para exportação", explica o analista Bob Burgdorfer, do portal americano Farm Futures.
Movimentos como este, porém, são comuns nessa época, mas acabam pesando sobre os preços, mesmo que pontualmente, principalmente neste momento de carência de novidades para o andamento dos negócios. "A demanda está se voltando para a América do Sul, que estará colhendo soja nos próximos meses", completa Bob Burgdorfer.
Na semana encerrada em 28 de janeiro, as vendas semanais norte-americanas de soja registraram um saldo, entre as safras 2015/16 e 2016/17, de 22,1 mil toneladas. Foram canceladas 43,6 mil toneladas da safra atual e vendidas 65,7 mil toneladas da nova. Dessa forma, o total ficou bem abaixo das expectativas do mercado, que variavam entre 400 mil e 600 mil toneladas. Na semana anterior, as vendas do ano comercial 15/16 foram de 647,8 mil toneladas. Assim, o acumulado de vendas de soja está em 41.710,3 milhões de toneladas.
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