Falta de pasto em algumas regiões, final de confinamento e pecuaristas fora do mercado dão sustentação a um movimento de alta para o boi
PODCAST:
A redução da oferta neste inicio do ano tem dado sustentação aos preços da arroba. O movimento não era esperado para o começo de janeiro, mas tem ajudado para alavancar os preços em diversas regiões do país.
Segundo o consultor da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, a menor disponibilidade de animais terminados está relacionada ao final do confinamento, o atraso do pasto em algumas regiões e a retração dos pecuaristas no mercado neste inicio de ano.
Tradicionalmente este período começam a entrada nas escalas os animais de safra, e o consumo também é reduzido pela menor capitalização do consumidor, trazendo um mês onde tipicamente o cenário é baixista. No entanto "a restrição de oferta é grande e acaba impactando o mercado do boi, fazendo ele trabalhar em alta em praticamente todas as praças do Brasil", explica Lopes.
A falta de matéria prima tem obrigado alguns frigoríficos a realizarem compras até 400 km de sua base, para não perder o preenchimento das escalas. Um exemplo são as plantas do norte de Minas Gerais, que tem buscado boiadas no triangulo mineiro, e São Paulo que adquirem matéria prima no sul do Mato Grosso.
Com isso, a referência de negócios na praça de Araçatuba (SP) está em R$149,50/@, à vista, mas há ofertas de compra acima deste valor. Segundo Lopes, as indústrias ainda possuem margens para bancar a matéria prima mais alta, no entanto, é importante considerar que em anos de incertezas não é possível traçar tendência de longos prazos, por isso os pecuaristas devem aproveitar os picos de preços para fazer média.
Reposição
Assim como o boi gordo, o mercado de reposição também está com preços firmes neste início de ano, mesmo com menor movimentação.
A melhora no preço do animal terminado, junto a uma oferta ruim, contribui com as valorizações. Em São Paulo, nos últimos sete dias, segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi magro (12,0@) teve valorização de 0,5% (R$ 2.010,00).
"Esses preços são recordes, confirmando que a reposição já voltou a sinalizar alta", destaca Lopes.
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