Como atender as exigências do mercado europeu que demanda anualmente 10 milhões de toneladas de soja certificada
Mesmo com grande potencial comprador, a soja brasileira tem dificuldade para conseguir entrar no mercado europeu. Dentre os entraves está o grau de exigência na certificação do produto.
De acordo com o engenheiro agrônomo e membro do programa Soja Plus, Ricardo Ariolli, atualmente os países europeus demanda 10 milhões de soja certificada por ano, mas só conseguem efetivar a compra de 1 milhão de toneladas, por falta de certificação.
Para Ariolli falta incentivo para que os produtores invistam na certificação. A exemplo do que ocorre com a soja não transgênica, o prêmio seria uma forma de estimular esse tipo de negocio no Brasil.
Visando promover o incentivo e intermediar a relação com os compradores europeus, foi criado em 2012 o programa Soja Plus - em parceria com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) - com objetivo de promover melhorias gradativas e contínuas dos aspectos ambientais, sociais e econômicos da produção a partir de uma melhor gestão da propriedade rural.
No Mato Grosso, o programa já atende 17% (4 milhões de toneladas) da produção total de soja no Estado, levando informação ao produtor quanto as questões ambientais como NR31, novo Código Florestal e o CAR (Cadastro Ambiental Rural).
"O programa Soja Plus será o passaporte para a soja brasileira entrar no mercado europeu. Ou seja, se o produtor não está 100% de acordo com a lei brasileira, ele estando no Soja Plus, os europeus tem uma confiança de que ele está no caminho para daqui um tempo obter a certificação", explica o engenheiro.
Em novembro uma comitiva formada por representantes da Abiove, Aprosoja MT, Famato e Ministério do Meio Ambiente, foram até a Europa discutir a ampliação do mercado brasileiro. Segundo Ariolli, o encontro aumentou a informação dos europeus sobre os avanços na governança ambiental brasileira, principalmente após a aprovação do novo Código Florestal e a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), e mostrou o interesse da Europa em comprar a soja do Brasil.
O programa vem intensificando a atuação com o produtores, e pretende no longo prazo qualificar o maior numero possível de produtores para atender a demanda do continente. Atualmente o Soja Plus está presente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia.
Os produtores que tiverem interesse em participar deverão realizar cadastro no site www.sojaplus.com.br para receber materiais técnicos de melhores práticas agrícolas e utilizar ferramentas de gestão da propriedade rural. Os produtores e funcionários também poderão participar de treinamentos, dias de campo e troca de experiências em outras propriedades.
2 comentários
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Outro dia estava pensando sobre a maioria dos grandes empresários do Brasil. São todos dependentes do governo, da bondade do BNDES, que financia empresas falidas, curiosamente, coincidentemente, de empresários politicos ou empresários ligados a politicos. Hoje ninguém pode negar isso, está escancarado. A abiove, junto com aprosoja, famato, ministério do meio ambiente, estão preparando o terreno para que ninguém, que não pertença a patota dos cumpridores de regras, agora não só do governo brasileiro, mas também dos Europeus, consiga um real minguado sequer de financiamento estatal, sem estar de alguma forma associado a eles. Ou seja, quem determinará, quem pode produzir ou não, serão os burocratas e consultores ambientais. A abiove, prepara o terreno para que ninguém, que não tenha conexões com os politicos e governantes, ou com burocratas estatais, consiga comercializar soja, tanto no mercado interno, como no externo, por enquanto na Europa, sem estar rigorosamente em dia com as leis ambientalistas draconianas brasileiras. Se algum brasileiro, sem dinheiro para pagar todas as despesas, de regularização e licenciamentos, resolver derrubar um pedaço de chão, para plantar grãos, será aniquilado pelo poder do Estado e pela fúria cobiçosa de seus associados. Esse é um grande golpe, que vai enfraquecer ainda mais aqueles que lutam apenas com os braços, em favor do establishment, em favor dos donos do poder.
Aqui as declarações da Abiove: "Moratória da Soja - Outro tema dos encontros da delegação brasileira na Bélgica, no Reino Unido e na Holanda foi a Moratória da Soja, que, como conceito, deverá continuar por meio da implementação do Código Florestal, explica Lovatelli. O Código Florestal é muito mais amplo do que a Moratória, compromisso do setor privado de não adquirir nem financiar soja de áreas desmatadas no bioma Amazônia após julho de 2008. O Código é mais abrangente, pois diz respeito a outras culturas, que não apenas a soja, tem uma abrangência territorial maior e mecanismos de monitoramento, fiscalização e punição. "O Código Florestal, uma vez implementado, será a ferramenta mais completa para se reduzir a acabar com o desmatamento no Brasil", reforça o presidente da Abiove.
O link está aqui: http://www.abiove.org.br/site/_FILES/Portugues/18112015-134049-18_11_2015_informativo_133_-_resultados_road_show.pdf
Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR
Esta pergunta (Como atender as exigências do mercado europeu que demanda anualmente 10 milhões de soja certificada?) é muito fácil de responder: Basta comparar os 10 milhões de toneladas com a produção anual (que gira ao redor de 300 milhões de toneladas) e constatar que, ao meu ver, essa demanda não passa de um "nicho" de mercado. Coisa pequena. Se os que demandam este tipo de soja querem comprar, que paguem um aditivo no preço para que os produtores forneçam o que eles querem comer. Pronto. Agora, o comprador desta merreca vir ditar regras para os produtores de 100 milhões de toneladas me parece uma piada de mau gosto.
Caro Marcelo,abre a cabeça, alimento é questão de segurança em sociedades ricas e desenvolvidas,não reme contra a correnteza.O comprador manda e quem quer vender atende o cliente, ou você trabalha achando que o cliente é só mais um insumo?.Mandela achava que nunca seria preso,ficou 30 anos detido,amanhã vem a China e exige o mesmo, não é exemplo para ninguém em sustentabilidade,mas exige,e aí?.acredito que já ouviu falar que quando as barreiras comerciais enfraquecem criam-se as técnicas.Veja poderemos dizer para China procure outro,então os concorrentes se preparam para nos substituir, Argentina,Estados Unidos, Paraguai e os cabeças abertas dos produtores nacionais atendem a China, como ficam os produtores que pensam como você?, nem todos estão no Paraná como tu que poderá ir plantar batatas.
Caro Marcelo tua cabeça é a da maioria dos produtores,este é um caminho sem volta e teu país por muito tempo vai ter que produzir commodities,pois não tem futuro como nação tecnológica.Ajude em vez de ser oposição,lembre de Mandela,foi preso e não,adiantou nada.
Desculpe de algo,mas você tem que mudar a cabeça ou de ramo.
é nicho de mercado sim, mais um devaneio europeu, frescuras de um povo tomado pelo politicamente correto, pelo socialismo, pelo keynesianismo... querem soja "certificada" paguem por ela, o saco da soja normal esta 70 reais? que paguem 140 e terão suas frescuras eco terroristas...
A resposta foi mencionada na própria entrevista: falta prêmio ao produtor. Se a demanda é maior que a oferta, o prêmio deveria subir. Se o prêmio não sobe, ou tem essa soja em outros países ou a demanda está superestimada.
Marcelo, concordo com você, pois o entrevistado, o "consultor ambiental", não falou tudo. No entanto deixou claro que as exigências são de ONGs, ou seja, grupos de pressão, e o que desejam essas ONGs? A proibição total do desmatamento no bioma Amazonia. Está lá no site da Abiove. Vai valer a pena deixar de produzir boi, café, cupuaçu, açai, e inúmeros outros produtos de alto valor, em troca de exportar para a Europa, por 5 bilhões de dólares? A troca proposta é entre a oportunidade de enriquecimento dos brasileiros, que podem produzir para si mesmos, e o assistencialismo bancado pelos Europeus. Aproveito Marcelo, para comentar as criticas que voce recebeu do Dejair, e digo que "você tem que abrir a cabeça", não é argumento, é só uma besteira de alguém que se quer superior só por afirmar isso. Não pude deixar de pensar também que esse sujeito é petista, pois só os petistas são arrogantes o suficiente para querer dizer aos outros o que fazer e o que pensar, e pior, dizer que profissão os outros tem que ter. Quanto ao argumento de que os EUA, o Paraguai, a Argentina, vão, nas palavras do próprio entrevistado, obedecer a União Européia, ou seja, os EUA vão deixar de produzir soja para reflorestar, é no minimo um delirio. É isso que esse pessoal faz, delira.
Mandela nunca pagou ou vai pagar minhas contas. Este papinho de sustentabilidade é mais uma conta nas costas do produtor. Nos impõem inúmeras regras e não pagam por isso. Agricultor sempre foi um cuidador da natureza, caso contrário não estaríamos produzindo cada vez mais em menos áreas. Repito, quem quiser atender este nicho de mercado, ficar de quatro para os compradores europeus e não receber nada por isso, faça o que quiser. Agora, representantes dos agricultores irem até estes compradores europeus, que compram esta miséria, e querem impor suas regras para todos os demais, não funciona. Temos que focar em quem quer comprar, quem precisa comprar. China precisa comprar, não pode ficar fazendo C... doce como os europeus. A minha cabeça é de quem vive de agricultura e tem filho pra tratar. A sua cabeça é de filiado no PV ou na REDE. Prefiro estar num país produtor de comida do que num país produtor de tecnologia. Ninguém come processador Intel ou Iphone 6S. O que nos falta é liderança que não seja vendida. Mas um dia aparece um. Vou continuar no ramo, como minha família está desde 1885, e de pé. Quanto a você , que continue de quatro.
Como dizia os antigos "Quem é avisado é meio salvado",parece que Santa Catarina também pode produzir batatas.
O tema é polêmico,quis provocar discussão,para exportar o mel teve que certificar,frutiferas também, cana em processo,amendoim também.