Dólar sobe nesta segunda-feira e chega a R$ 3,37
O dólar segue em alta nos primeiros negócios desta segunda-feira (27), em meio a preocupações com a situação fiscal do Brasil e com nova queda da bolsa chinesa.
Perto das 9h10, a moeda norte-americana tinha alta de 0,86%, a R$ 3,375 na venda.
Na sexta-feira, o dólar fechou em alta, após ultrapassar a barreira dos R$ 3,35, ainda refletindo preocupações com os riscos ao grau de investimento brasileiro.
Leia a notícia na íntegra no site G1.
Na FOLHA: Economistas veem inflação em 9,23% e contração maior do PIB em 2015
Os economistas de instituições financeiras consultados pelo Banco Central pioraram a expectativa para a inflação e para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, enquanto veem recuperação mais lenta da economia brasileira para o próximo ano.
De acordo com o Boletim Focus, a inflação deve encerrar o ano em 9,23%, frente a leitura de 9,15% na semana anterior. Foi a 15ª semana seguida em que o mercado piorou a expectativa para a inflação. Já para 2016, o mercado manteve a previsão de 5,40%.
Em julho, o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial brasileira,desacelerou para 0,59%, mas em 12 meses ultrapassou 9% pela primeira vez em 11 anos e meio, chegando a 9,25%.
Os economistas também pioraram a perspectiva para a economia brasileira neste ano e no próximo. Agora, esperam que O PIB brasileiro tenha retração de 1,76% em 2015 —de 1,70% na semana anterior— e crescimento de 0,20% no próximo ano, ante 0,33%.
O mercado também piorou a previsão para o dólar em 2015 e espera que a moeda americana encerre o ano cotada a R$ 3,25 —antes, a estimativa era de R$ 3,23. Para 2016, manteve a previsão de dólar a R$ 3,40.
SELIC
O boletim Focus desta semana também cortou a projeção para a taxa básica de juros (Selic) até o fim do ano. Os economistas veem a Selic a 14,25% no fim do ano, enquanto na semana anterior a expectativa era de 14,50%.
Atualmente, a taxa está em 13,75% ao ano. Nesta quarta-feira, o Copom (Comitê de Política Monetária) realiza reunião para discutir a taxa de juros no país, e o centro das apostas dos economistas ouvidos pela agência internacional Bloomberg é de alta de 0,50 ponto percentual, o que deixaria a Selic em 14,25% ao ano. Para 2016, a pesquisa Focus vê a Selic em 12% ao ano.
Na sexta-feira, o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, afirmou ser primordial que a autoridade monetária continue vigilante diante de novos riscos à convergência da inflação ao centro da meta. Isso levou o mercado futuro de juros a passar a mostrar chances majoritárias de alta de 0,50 ponto nesta semana.
Os especialistas consultados no Focus mantiveram em 37% do PIB a projeção para a dívida líquida do setor público, mas para 2016 a expectativa subiu a 38,5%, contra 38,35% na semana anterior.
Inflação em alta faz brasileiro perder noção de preços
O que custa mais: o pacote de ração para cães, o quilo de contrafilé, a garrafa de vinho chileno ou a embalagem de fraldas descartáveis?
Após cerca de duas décadas, o brasileiro enfrenta um cenário em que as referências de preço começam a se confundir. Ainda não é preciso sair desesperado atrás de um freezer horizontal para estocar comida por três meses, como nos tempos de hiperinflação. Na época, os preços subiam 50% ao mês. Hoje, a alta ronda 9,5% ao ano.
O problema é que justamente nesse patamar, perto dos 10%, está o limiar de um fenômeno típico de momentos de inflação acelerada: perdemos a noção de o que é caro e o que é barato, segundo Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.
"Aí passam a surgir comportamentos oportunistas na colocação de preços, que é o 'sobe 15% que ninguém vai reparar'", afirma Terra.
Já há exemplos que sinalizam que essa perda de referência de preços está ocorrendo, segundo Mauro Calil, consultor financeiro do Banco Ourinvest. "Como 1 kg de tomate pode custar quase o que custa 1 kg de linguiça? Não é só culpa do clima."
BEABÁ PREVENTIVO
Como mais de 70 milhões de brasileiros ainda eram menores de idade nos tempos em que a inflação pautava o comportamento do consumidor, é sempre bom relembrar certas dicas).
Uma das principais é pesquisar e comparar os preços. Na época da hiperinflação, os preços subiam com tamanha velocidade que inviabilizavam até a comparação. Você anotava na loja da rua, checava no supermercado do bairro e, quando voltava à a lojinha, o preço já era outro.
Atualmente, não só a situação não é tão grave como também há aplicativos que ajudam a comparar os preços.
"É fundamental, porque hoje já vemos diferenças muito grandes", afirma Terra.
Uma pesquisa pela internet na última semana, por exemplo, mostrava que um mesmo modelo de celular variava de R$ 598 a R$ 1.399, um pacote com 50 fraldas de dada marca ia de R$ 39,42 a R$ 68,69, e uma garrafa de vodca, de R$ 95,50 a R$ 179,90.
Calil alerta para um outro comportamento típico de eras de remarcação de preço: o repasse dos reajustes.
"Meu receio é a mente indexada do brasileiro. Muitos setores que são oligopolizados vão reajustar. Sobe o preço e ponto. Põe na tabela."
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