Chuvas constantes atrasam o plantio do trigo na região de Passo Fundo (RS)
Na região de Passo Fundo (RS), o plantio do trigo segue atrasado devido às chuvas registradas recentemente. Somente nesta segunda-feira, a localidade recebeu 50 mm de precipitações. Com isso, cerca de 30% da área ainda precisa ser cultivada com o cereal. Em todo o estado, a semeadura também caminha de maneira mais lenta e até o final da última semana, em torno de 68% da área havia sido plantada, conforme dados da Emater/RS.
Além disso, o produtor rural e presidente da Associação dos Cerealistas da região, Dilermando Rostirolla, as precipitações também podem impactar as lavouras recém-cultivadas. “Se chover muito pode lavar tudo e as sementes vão embora. O trigo não requer clima úmido, é uma cultura que precisa de clima frio e tempo seco. Se continuarmos desse jeito, poderemos ter problemas com as doenças fúngicas e a qualidade do produto, assim como na safra passada”, afirma.
E caso realmente haja perdas nessas áreas, o produtor ainda sinaliza que o replantio é inviável. “O risco com o trigo é muito grande e não há incentivo por parte do Governo. As condições de financiamento não têm sido das melhores e o preço mínimo que deveria ser ao redor de R$ 700 a tonelada, está próximo de R$ 583 a R$ 585 a tonelada”, ressalta.
Paralelamente, as previsões climáticas indicam a configuração de El Niño para esse ano, o que resultaria em mais chuvas para a região do Sul do país. Inclusive, as precipitações e, consequentemente, as perdas registradas na safra passada, foram os principais fatores que pesaram na decisão dos agricultores e acabaram resultando em uma redução na área semeada com a cultura.
“Em Passo Fundo, a redução deve ficar em torno de 25%, mas em outras localidades, como Cruz Alta e Santa Maria, o índice é superior aos 30%. Iremos colher uma safra aquém da nossa necessidade no estado. Temos um excedente exportável, porém, isso irá depender da qualidade do trigo”, diz Rostirolla.
Em relação aos custos de produção, os produtores estimam em média em torno de 44 a 45 sacas de trigo por hectare. Os adubos e o aumento no óleo diesel são os principais fatores que pesaram no bolso dos agricultores nesta temporada. Já a produtividade média é estimada em 60 sacas do grão por hectare.
“Acreditamos que os produtores que colherem uma boa safra e com qualidade poderão ter melhores oportunidades mais adiante. Isso porque os moinhos não possuem estoques elevados, estão comprando da mão-pra-boca, em função da crise. Poderemos voltar aos patamares praticados em 2013, com a saca a R$ 45,00 até a R$ 48,00”, finaliza Rostirolla.
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