Soja 2015/16: Novos patamares de preços estimularam venda de 5 mi de t do Brasil e Argentina
Nessa última semana, os preços da soja subiram mais de 4% na Bolsa de Chicago. Com esse quadro - e uma contribuição do dólar ainda acima dos R$ 3,10 - os negócios com a oleaginosa evoluíram muito bem no Brasil e na América do Sul de uma forma geral. Segundo relatou o consultor em agronegócios Ênio Fernades, só de produto brasileiro e argentino foram vendidos 5 milhões de toneladas da safra 2015/16, ou ao menos tiveram seus preços protegidos.
Nos portos brasileiros, os preço da nova temporada, em seus melhores momentos, chegaram a superar os R$ 76,00 por saca. Assim, na semana, o valor da soja futura no porto de Rio Grande acumula alta de 2,30%, enquanto para a disponível, 3,37%, para fecharem em R$ 75,50 e R$ 73,60, respectivamente. Em Paranaguá, a soja futura subiu 0,687% para R$ 73,50 por saca, enquanto em Santos, o ganho foi ainda mais expressivo, o preço passou de R$ 70,50 para R$ 73,50 por saca, subindo 4,26%.
Ainda segundo Fernandes, cerca de 25 a 28% da safra 2015/16 de soja do Brasil já foram comercializados e, nessa última semana, as vendas ganharam ainda mais ritmo. "As vendas ganharam ritmo, principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, que são os mais agressivos. GO já tem cerca de 35% da safra que vai ser plantada já comprometida, temos um número próximo em Mato Grosso (...) O produtor se posicionou bem. Algumas poucas regiões já têm 40% da soja travada e o produtor está sabendo capturar essas oportunidades", explica o consultor.
Dólar - Nesta sexta-feira (3), o dólar fechou com mais de 1% de alta frente ao real, em R$ 3,14, diante dos rumores de que o Banco Central quer reduzir sua intervenção no câmbio. Além disso, com o objetivo de se proteger das consequências que o referendo que acontece na Grécia neste domingo (5) podem surgir, alguns investidores optaram pela compra de divisas, segundo informou a Reuters, e também incentivaram a alta da moeda. Na semana, o dólar acumulou um ganho de 0,35%.
No link abaixo, confira íntegra da entrevista de Ênio Fernandes:
Safra 2014/15
Da safra 2014/15, de 80 a 90% do volume total já foi vendido e as perspectivas de preços também são positivas, ainda de acordo com Ênio Fernandes. "Dificilmente o produtor brasileiro vai errar na hora de fechar o preço da soja disponível", acredita o consultor. E acredita ainda que novas boas oportunidades podem vir adiante, uma vez que a oferta física de soja dessa safra já começa a diminuir no país e deverá ser disputada entre o consumo interno e as exportações.
"Um mercado que tem ajudado muito a soja no interno é o de farelo de soja. Os preços do farelo voltaram a se valorizar e estamos entrando em um período de altíssima demanda. Se o El Niño se confirmar, teremos um atraso das chuvas no Centro-Sul, quer dizer, vai demorar um pouco mais em setembro e outubro para chover no Centro-Oeste e onde o consumo de farelo deve aumentar", acredita o consultor. "Não vejo a soja no mercado interno caindo muito. É pouca soja e vai ser difícil o produtor errar na venda daqui até dezembro", diz.
No interior do país, as referências de preços também subiram de forma significativa nesta semana. O destaque ficou para as praças do Paraná, com alta de 3,42% para Londrina, Ubiratã e Cascavel, que fecharam com R$ 60,50 por saca. Nas demais praças de comercialização, entre as principais, os ganhos variaram de 0,82 a 1,85%, segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto às cooperativas e sindicatos rurais. A exceção foi São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, onde as cotações acumularam baixa de 5,17% e encerraram com R$ 55,00 por saca.
Exportações Brasileiras
As exportações brasileiras de soja continuam registrando números satisfatórios entre as vendas externas do agronegócio de uma forma geral. Os números divulgados nesta quarta-feira (1) pela Secretaria de Comércio Exterior mostraram que, em junho, o Brasil exportou 9,810 milhões de toneladas da oleaginosa em grão, superando o recorde de 9,341 milhões.
Em relação a junho de 2014, o total é 42,38% maior. No acumulado do ano comercial 2014/15, o total já é de 32,247 milhões de toneladas, contra 32,08 milhões do mesmo período da temporada 2013/14.A receita gerada para junho foi de US$ 4,42 bilhões.
No último mês, as exportações de farelo e óleo de soja também aumentaram e somaram, respectivamente, 1,622 milhão de toneladas e 132 mil.
Em 2015, de acordo com uma estimativa da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) reportado no final de junho, as exportações brasileiras de soja deverão somar 48,7 milhões de toneladas. Nesse número, a associação elevou em 700 mil toneladas sua projeção em relação à estimativa reportada no final de maio.
Abaixo, confira como foi o fechamento da semana para o mercado da soja na Bolsa de Chicago:
>> Soja: Mercado fecha semana em Chicago com novo patamar de preços e ganhos de mais de 4%
2 comentários
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Liones Severo Porto Alegre - RS
Os produtores estão se precipitando em vender soja safra nova..., podem estar desperdiçando um grande potencial de receita..., depois irão reclamar dos custos elevados. Os custos somente são elevados quando a receita é pequena. Nossa consultoria não está aconselhando vendas de soja safra nova.
O estoque de soja norte-americano do ano passado foi o menor da história. Se o USDA não tivesse dado uma martelada contábil no estoque de soja de 30 de junho de 2014, lançando 92 milhões de bushel negativo na conta resíduos e depois ter incluído esse fake estoque no relatório de 30 de setembro de 2014, os preços jamais cairiam a níveis abaixo de us$ 10.50 por bushel.
O estoque de soja norte-americano do ano passado foi o menor da história. Se o USDA não tivesse dado uma martelada contábil no estoque de soja de 30 de junho de 2014, lançando 92 milhões de bushel negativo na conta resíduos e depois ter incluído esse fake estoque no relatório de 30 de setembro de 2014, os preços jamais cairiam a níveis abaixo de us$ 10.50 por bushel.
O agricultor é muito sugestionado pelo mercado comprador quando há essas altas animadoras em Chicago, com o gerente da cerealista ligando cedo e "oferecendo" contratos para a próxima safra induzindo o cliente a "aproveitar" o preço. Esse é o tipo de comercialização amadora a que o agricultor está exposto no Brasil, e, que na minha modesta opinião, só trazem prejuízos ao produtor, pois a probabilidade é de que na época de receber tais contratos o preço de balcão do dia seja maior, como na maioria das vezes tem acontecido, a exceção foi a última safra. Cansei de ver colegas se queixando em safras passadas do quanto "deixaram de ganhar" (belo eufemismo pra prejuízo no bolso) depois de travar tais contratos. O agricultor planta tentando baixar custos de produção, diminuindo até a adubação, e na hora de vender vendemos mal, caindo no canto da sereia do preço futuro convidativo, mas será que isso é um bom negócio mesmo??? Faço uma mea culpa, porque também já fiz muito contrato e perdi dinheiro... Mas enfim, é só uma opinião, e cada um sabe onde doi o seu calo. Devemos ouvir mais os experientes negociadores de soja como o sr. Liones, aproveitando pra lhe mandar um abraço bem chinchado aqui do Paraná...
Caro Liones..respeito suas colocações mas penso diferente..lembro que a previsão de safra do USDA se tomarmos como base a última ela está subestimada em quase 6 milhoes de tons...partindo do princípio de safras normais já que a demanda continua normal e estamos estocados os preço tenderão andar de lado e para baixo,,por isto minha opinião é aproveitar os picos de Chicago e dólar e ir vendendo parceladamente...para não ficar com o mico no colo e os preços em baixando ..
Caro Dalzir, você tem repetido esses argumentos muitas vezes, mas salvo melhor elaboração desse conteúdo, fica de difícil entendimento a defesa de suas colocações. Ao que me refiro é que vendas volumosas da origem brasileira tem sido o gatilho para vendas dos especuladores na CBOT, porque indica que o preço é mais do que satisfatório para os produtores e, neste caso, não existe qualquer razão para novos avanços dos preços. Toda a venda de soja física da origem, implica necessariamente numa venda tale-quale de futuros na Bolsa de Chicago. Portanto, sempre que houver uma venda volumosa da origem, se pode esperar uma queda nos preços da CBOT, mesmo que seja pontual. abraços
Caro Liones...salvo o fato da chuvas nos USA ..final de trimestre e semestre e os bônus de bancos e fundos...desde setembro do ano passado os preços vem igual a rabo de cavalo como aprendi com seus conterrâneos..então com firulas ou sem firulas venho acertando desde lá...aguardemos e deixemos o tempo passar e ao meu ver sem fatos novos vai continuar a acontecer o que tenho aqui colocado...abraços.
Dalzir, agora entendi. Não estamos falando do mesmo assunto. Você fala de vaidade pessoal e eu estou preocupado com a agricultura brasileira.
Estou com leones. Este sabe. Sergio - de Júlio de Castilhos-rs
Mercado é mercado, sabemos que por mais bem estruturado que for o produtor rural, o custeio da implantação e manejo das lavouras, requer um capital de giro bastante alto devido aos custos de produção, que a cada ano tem demandado por um volume ainda maior de recursos?
De um modo geral, a nível nacional, os resultados de produtividade nos últimos anos foram satisfatórios, de outro, a questão de preço pago ao produtor rural, tiveram queda acentuada, pegando muitos produtores no contrapé? Deixando inclusive analistas de mercado sem resposta, principalmente se falando do mercado de soja.
A pouco mais de um ano as cotações giravam em torno de 14.5 dólares por bushel, e tínhamos na época analistas altistas alardeando alta ainda maior...
Muitas vezes, o melhor que temos a fazer é olhar pelo retrovisor? antes que chegue a curva? Hoje, pelas curvas dos gráficos do mercado, não conseguimos ver grandes oscilações de preços, (exceto ocorra frustração de safra Americana e ou Brasileira)?
Não ocorrendo imprevistos na safra americana, e/ou na safra 15/16, na condição de produtor rural, minha leitura do mercado é diferente de certos analistas, até porque não vejo fundamentos ao ponto de gerar expectativa da soja chegar ao patamar de preço praticado no primeiro semestre do ano passado, valores próximo aos 14.5 dólar por bushel, sendo comercializado no mercado interno a R$ 66,00/saca de soja, nem mesmo o milho ser comercializado no patamar de 5,0 a 7,0 dólar/bushel, e ou mercado interno de R$ 26,50 por saca. OBSERVAMOS O SEGUINTE ? Estes valores foram pago aos produtores rurais em determinadas praças de mercado, lembrando que muitos deixaram de vender, ao ouvir certos analistas de mercado (conhecidos pelas suas previsões altistas) que mesmo os preços em patamares satisfatórios, fundamentavam argumentos de melhoria dos preços num futuro próximo sugerindo que segurássemos as vendas.
O aumento dos preços em razão do aumento da demanda de soja e milho, não se confirmou? A demanda do período permaneceu aquecida, no entanto foi abastecida com os bons resultados da produção obtida, tanto no Brasil, como dos Estados Unidos.
Não podemos ser pessimistas a altura de acreditar em catástrofe de preço das commodities, até porque a demanda sempre foi e sempre será crescente diante de uma população mundial que aumenta a cada dia, mesmo assim sempre haverá um limite de preços a ser ditado pelo mercado.
Entre o vender, e o não vender no mercado futuro, entre ganhar, e deixar de perder, na maior parte dos casos, é melhor deixar de ganhar, para evitar perdas? E este foi o contrapé de todo o mercado de commodities de soja e milho nos últimos tempos.
Portanto amigos façam as contas, para quem já firmou os custos da produção da próxima safra, vender parte da produção de soja no mercado futuro a R$ 64,00 por saca de soja conforme o mercado oferece, é garantia de recuperação de custos firmados com margem de lucro satisfatória... Mesmo com o dólar cotado a R$ 3.14, deixar de vender parte da produção no mercado futuro neste patamar de preço, é correr um alto risco de se perder o que pode estar garantido.
Caro Liones...tenho minhas opiniões e as defendo..quando erro as assumo...agora se posicionar contrario e defender o posicionamento é vaidade pessoal aí sim sou vaidoso..eu também estava com a seleção e ela perdeu de 7X1...estava na copa américa também e perdeu..minhas posições são pessoais..lembro ainda que não sou perfeito e erro também embora erro pouco mas erro..deixemos o tempo passar e veremos com afirmei em setembro...e agora de novo..deixemos o tempo passar e veremos...embora torça para estar errado...pois quero que o produtor rural ganhe o máximo possivel...mas não posso falar o contrário do que enxergo...
Caro Valdir Edmar Fries...muito pertinente o seu comentário....mas uma coisa deveriamos ter...analistas que saibam informar quando sobe..quando cai e quando estaciona pois para o produtor rural é mais importante a previsão ser a mais próxima do que vai acontecer do que termos analistas altistas..baixistas e os maria vai com as outras ...precisamos de analistas que não tenham tendencias e sim que passem as tendencias..claro que temos que entender que nem sempre enxergamos a verdade futura e que sempre são passiveis de erro...cabe ao produtor rural ouvir e ler a todos e tirar sua propria conclusão...afinal quem é o dono decide sempre o que fazer com seu produto...
Valdir Edemar Fries, concordo plenamente com sua opnião. Não nos esquecemos do gole de 2004 e a ressaca de 2005, 2006 e 2007. Mais vale o velho passarinho na mão que dois voando!
se acertar a mosca esta bom , nao precisa acertar o ..... dela
Boa noite
Não estou aqui para julgar erros nem acertos de ninguém, porém gostaria de ter o dinheiro que deixei de embolsar acreditando em altas históricas. Na colheita 2013, só recuperei a perda devido a forte estiagem que atingiu a região produtora norte americana, mas o estrese de dias vendo o soja cair não esqueço mais. Já o ano de 2014, ah este não teve piedade e para cumprir compromissos tive de vender a preços de até R$ 10,00 a menos em saco do que o praticado em meses anteriores. Como um simples produtor tenho muito que aprender mas digo aos colegas de profissão, que devemos trabalhar com percentual de lucro na propriedade. Se deu para pagar os custos e se ter um lucro bom, é hora de se bater o martelo, pelo menos em uma boa parcela do custo, depois espera para ver o que vai acontecer. Em relação a safra 15/16 acredito que os preços praticados aqui em torno de R$ 70,00, são sim bons, e se não forem os melhores vamos ao menos fazendo média para cima e não para baixo como muitas vezes fizemos. Também acho que a não se se ocorra um grande problema no clima americano, talvez estes patamares de preços não serão mais vistos até o plantio da safra brasileira. Abaços
acho que o senhor Viganó tocou no cerne da questão, amadorismo por parte de muitos!