Moagem no Centro-Sul atinge 39,38 milhões de toneladas de cana na primeira quinzena de junho
A moagem pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil alcançou 39,38 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nos primeiros 15 dias de junho, 5,18% inferior aos 41,53 milhões de toneladas processadas no mesmo período de 2014 e redução de 2,43% em relação à última quinzena de maio de 2015 (40,36 milhões de toneladas).
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 16 de junho, a quantidade moída atingiu 153,9 milhões de toneladas, contra 158,85 milhões de toneladas registradas em igual período do ano anterior – ligeira redução de 3,11%.
Em relação ao número de usinas em operação nesta safra, até 16 de junho 264 unidades estavam processando no Centro-Sul, contra 271 observadas até a mesma data de 2014.
O diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, destaca que “a moagem na safra 2015/2016 ainda continua inferior àquela observada no último ano e as condições climáticas nos próximos meses serão fundamentais para determinar o ritmo de processamento e o número final de moagem da atual safra”.
Qualidade da matéria-prima
Na primeira metade de junho, a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 124,34 kg por tonelada de cana-de-açúcar processada. Este resultado é praticamente igual ao verificado na quinzena anterior (124,22 kg por tonelada), mas corresponde a uma retração de 4,22% se comparado ao índice computado no mesmo período do último ano (129,81 kg por tonelada).
No acumulado desde o início da atual safra 2015/2016 até 16 de junho, a concentração de ATR totalizou 118,4 kg por tonelada de matéria-prima, mais de 3 kg abaixo dos 121,65 kg por tonelada registrados em igual período de 2014.
Produção de açúcar e etanol
Na primeira quinzena de junho, a produção de açúcar alcançou 1,97 milhão de toneladas, contra 2,32 milhões de toneladas verificadas no mesmo período da safra 2014/2015 – expressiva queda de 14,98%. O volume produzido de etanol atingiu 1,66 bilhão de litros, sendo 638,33 milhões de litros de etanol anidro e 1,02 bilhão de litros de etanol hidratado. Especificamente a produção deste último, o etanol hidratado, aumentou 10,01% sobre os 928,31 milhões de litros fabricados na mesma quinzena de 2014.
Para o diretor da UNICA, “mais uma vez, os números de produção registrados até o momento confirmam a tendência de um mix de produção mais alcooleiro para a atual safra”. Com efeito, no acumulado desde o início da presente safra até a primeira metade de junho, 61,11% da matéria-prima processada direcionou-se à produção do biocombustível, ante 57,87% verificados até a mesma data de 2014. Na primeira quinzena de junho, esta proporção atingiu 57,71%, significativamente maior aos 54,82% apurados no mesmo período do último ano.
Com isso, a fabricação de açúcar acumulada até 16 de junho totalizou 6,75 milhões de toneladas, mais de um milhão de toneladas abaixo do valor observado em igual período da safra 2014/2015 (7,76 milhões de toneladas). Já a produção de etanol acumulada nesse período alcançou 6,58 bilhões de litros, dos quais 4,5 bilhões de litros de etanol hidratado e 2,08 bilhões de litros de etanol anidro.
Vendas de etanol
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 1,19 bilhão de litros na primeira metade de junho, forte aumento de 29,63% relativamente à mesma quinzena de 2014. Deste total, 66,04 milhões de litros destinaram-se às exportações e 1,13 bilhão de litros ao mercado doméstico.
Neste mercado, o volume comercializado de etanol hidratado alcançou 737,24 milhões de litros, mais que o dobro do montante registrado na mesma quinzena de 2014 (483,18 milhões de litros). Já as vendas de etanol anidro totalizaram 390,42 milhões de litros.
No acumulado de 1º de abril até 16 de junho, o montante de etanol comercializado pelo Centro-Sul atingiu 5,63 bilhões de litros, crescimento significativo de 16,13% em relação ao mesmo período de 2014. O destaque cabe às vendas de etanol hidratado ao mercado interno, que aumentaram 43,09%, sendo 3,66 bilhões de litros entre 1º de abril até 16 de junho, frente a 2,56 bilhões de litros observados no mesmo período do ano passado.
Para Rodrigues, “o aumento no preço da gasolina, as alterações tributárias observadas em diversos estados consumidores no início de 2015 e a maior produção de etanol estão dando sustentação às vendas do produto no mercado brasileiro”. Como amplamente reconhecido, esse movimento traz benefícios ambientais em relação à gasolina e, ainda, deve exigir menor importação de combustíveis para garantir o suprimento doméstico neste ano, acrescentou o executivo.
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