Milho: No Brasil, preços continuam pressionados e já trabalham abaixo do valor mínimo em alguns estados
No mercado interno brasileiro, o momento ainda é de pressão sobre os preços do cereal e a perspectiva é que esse quadro se agrave com o andamento da colheita da segunda safra de milho no Brasil, conforme destacam os analistas. A perspectiva é que a produção brasileira possa ficar acima de 52 milhões de toneladas na 2ª safra. A colheita da safrinha deve ganhar ritmo a partir de agora e, em muitas localidades, as cotações já estão abaixo do preço mínimo fixado pelo Governo Federal.
Segundo dados do Cepea, reportados nesta segunda-feira, em algumas praças de Mato Grosso já trabalham com valores abaixo do preço mínimo de R$ 13,56 a saca. O mesmo acontece no Mato Grosso do Sul, local onde o valor mínimo é de R$ 17,67 a saca, já no Oeste da Bahia, o valor mínimo é de R$ 24,99 a saca do cereal. Além disso, em outras regiões dos estados do Paraná e Goiás, os preços já estão próximos dos valores mínimos.
E com a oferta prevalecendo sobre a demanda, o mercado se torna favorável aos compradores, que estão adquirindo o produto da mão-pra-boca. Consequentemente, as negociações com o milho também estão mais lentas nesse momento no mercado interno.
Paralelamente, os analistas ainda ressaltam que, a venda do produto, por parte de alguns produtores que precisam quitar as dívidas nos próximos meses, pode aumentar a pressão sobre as cotações. Nesse momento, é consenso entre os especialistas que, os produtores que puderem devem esperar e voltar a negociar o produto a partir de outubro, quando novas oportunidades devem ocorrer.
"Isso para os produtores que tiveram saúde financeira. Os agricultores que não fizeram vendas perderam o time das negociações, porém, em outubro, com o aquecimento das exportações teremos novas oportunidades. Enquanto isso, a tendência é de pressão nos preços, já que temos uma grande safra a ser colhida e os estoques de passagem, que são elevados", ratifica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
Porto de Paranaguá
Nesta terça-feira (26), o preço da saca do milho, para entrega em outubro, no Porto de Paranaguá, é cotado a R$ 28,00. O número representa uma queda de 1,75% em relação ao valor de fechamento do dia anterior, no qual, a cotação ficou em R$ 28,50 a saca. Apesar da alta do dólar, a queda mais forte registrada nos preços futuros do cereal no mercado internacional impede uma reação nos valores.
Bolsa de Chicago
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas ao longo da sessão desta terça-feira (26). Por volta das 12h37 (horário de Brasília), os contratos futuros do cereal exibiam quedas entre 5,00 e 5,25 pontos. O vencimento julho/15 era cotado a US$ 3,54 por bushel.
Os futuros do cereal dão continuidade ao movimento negativo frente à perspectiva de avanço no plantio do milho da safra 2015/16 nos Estados Unidos. Devido ao feriado desta segunda-feira (25), em comemoração ao Memorial Day, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá reportar o novo boletim de acompanhamento de safras hoje.
E, por enquanto, as estimativas dos participantes do mercado é que a semeadura do grão já esteja completa em 92% a 94% da área prevista para essa temporada. Por outro lado, as previsões climáticas ainda indicam chuvas no Meio-Oeste do país, o que, por enquanto, não é vista pelo mercado como uma preocupação. Ao contrário, o clima ainda tem contribuído para o bom desenvolvimento da cultura.
De acordo com dados do NOAA, departamento oficial de clima do governo dos EUA, nos próximos 6 a 10 dias e de 8 a 14 dias, as previsões indicam tempo mais úmido e temperaturas mais elevadas se desenvolvendo a partir da primeira semana de junho. Esse, inclusive foi o cenário visto pelo produtor rural brasileiro, Reginaldo Pavesi, em visita às lavouras de Illinois e Missouri.
"Nas propriedades que visitamos os produtores norte-americanos já tinham finalizado o plantio do milho. E tem chovido na região, o que beneficia o desenvolvimento das plantas. No caso da soja, grandes áreas ainda precisam ser cultivadas", afirma o produtor.
Além disso, outra variável que tem influenciado o andamento dos negócios em Chicago é a movimentação do dólar. "Os futuros dos grãos trabalham voláteis nesta terça com a reabertura do mercado depois de um final de semana prolongado. E o que limita as altas que são apresentadas nesta tentativa de recuperação é o dólar mais forte no cenário internacional", explica Bryce Knorr, analista de mercado do site internacional Farm Futures.
Já os embarques semanais, indicados pelo USDA, ficaram em 1.006,720 milhão de toneladas até a semana encerrada no dia 21 de maio. O volume ficou pouco abaixo do indicado na semana anterior, de 1.108,998 milhão de toneladas, mas acima das expectativas dos participantes do mercado, entre 790 mil a 990 mil toneladas do grão.
Com isso, o volume total embarcado acumulado no comercial chegou a 30.920,512 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, o número era de 32.696,890 milhões de toneladas. Para a temporada 2014/15, o departamento norte-americano estima das exportações do cereal em 46,36 milhões de toneladas.
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