Na região de Sertanópolis (PR), ataque do percevejo barriga verde reduziu em até 30% o número de plantas nos stands
O aparecimento do percevejo barriga verde nas lavouras de milho safrinha reduziu em até 30% as plantas nos stands, na região de Sertanopólis (PR). O ataque mais intenso ocorreu entre os dias 1 a 15 de março e os custos já estão em torno de 25% mais altos em comparação com a safra anterior.
Como consequência dessa situação, o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Osvaldo Terassi, destaca que, alguns produtores já pensam em reduzir a área destinada ao milho na safrinha no próximo ano. “Os agricultores estão assustados e alguns afirmam que só voltarão a cultivar o cereal quando tivermos um estudo que mostre o controle da praga”, diz.
Além disso, o presidente também sinaliza a preocupação com as aplicações de inseticidas feitas para tentar controlar o percevejo. “Ainda não sabemos o impacto ambiental que isso poderá acarretar no futuro, estamos muito preocupados. E essa é uma situação que se repete em toda a região”, afirma Terassi.
Outro problema enfrentado pelos agricultores de Sertanópolis é o surgimento das doenças foliares nas lavouras, que estão embonecando. Nesse momento, o clima tem sido favorável para o desenvolvimento da cultura, mas também para as doenças.
“Na época em que foram feitas as aquisições de sementes e insumos, cerca de 50% a 60% dos produtores optaram por comprar híbridos de baixa tecnologia e fizeram baixos investimentos. Isso por conta dos preços menores e agora, temos problemas com a ferrugem, cercospora e giberela. E na nossa região, temos pequenos produtores que, muitas vezes, não possuem o recurso para fazer as aplicações nas áreas”, explica o presidente.
Diante desse quadro, a perspectiva é que haja uma redução na produtividade média das lavouras do cereal. No ano anterior, a média foi de 100 sacas de milho por hectare e nessa safra, o número deve ficar entre 80 sacas a 90 sacas do grão por hectare.
Preços
Na localidade, os contratos futuros da safrinha de milho estão ao redor de R$ 20,00 a R$ 20,50, uma queda de 27% em comparação com o mesmo período de 2014. No ano anterior, os produtores fizeram vários contratos a R$ 25,00 a saca.
“Hoje temos menos contratos feitos em relação ao ano passado. Entretanto, os produtores sabem das contas com vencimento em setembro e a perspectiva do milho não é muito boa, salvo algum problema com o clima, especialmente com as geadas. Com isso, alguns ainda negociam nesse patamar”, ressalta Terassi.
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