Soja: Após altas consecutivas, mercado em Chicago caminha de lado nesta 4ª feira
Publicado em 06/05/2015 10:40
O mercado internacional da soja, nesta quarta-feira (6), opera próximo da estabilidade. Na sessão de hoje, na Bolsa de Chicago, as cotações perdiam entre 0,50 e 1 ponto nos principais vencimentos, porém, o contrato julho/15 - o mais negociado nesse momento - ainda operava acima dos US$ 9,80 por bushel, por volta das 10h15 (horário de Brasília). A exceção era o vencimento setembro/15 que ainda registrava 0,50 ponto de alta. Mais cedo, todas as posições mais negociadas trabalhavam em campo positivo, com altas de pouco mais de 2 pontos.
Nas duas primeiras sessões da semana, os futuros da oleaginosa já apresentaram altas consideráveis e essa ligeira realização de lucros já vinha sendo esperada pelos analistas e consultores de mercado. No entanto, os principais fatores de suporte para os preços nestes últimos dias vieram do quadro da demanda, principalmente pelos subprodutos da soja, os quais também apresentaram avanço na CBOT.
Além disso, como explicou o consultor Ênio Fernandes, o mercado encontra sustentação também em algumas das principais origens de soja do mundo estarem mais retraídas em suas vendas, como Brasil e Argentina, por exemplo, já que resulta em uma oferta menor no mercado momentâneamente.
Sobre a nova safra norte-americana, as novidades são insuficientes para impactarem o mercado, ao menos nesse momento, de forma mais contundente. As condições climáticas são favoráveis nos principais estados produtores, os trabalhos de campo evoluem bem e tudo se mostra dentro do esperado. As expectativas, porém, são para os próximos meses com estágios mais avanaçados de desenvolvimento das plantas, principalmente nas fases de determinação das taxas de produtividade.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Mercado registra novo dia de altas em Chicago nesta 3ª e tem estímulo de farelo e óleo
Os futuros da soja ampliaram suas altas na sessão desta terça-feira (5) e o mercado na Bolsa de Chicago terminou o dia subindo entre 6 e 10,50 pontos entre os principais vencimentos. Assim, o mais negociado nesse momento - julho/15 - fechou o dia valendo US$ 9,84 por bushel.
Durante a sessão, as cotações operaram boa parte caminhando de lado, sem exibir movimentações muito significativas, porém, ao longo dos negócios, segundo explicam os analistas, o mercado foi se voltando para as boas informações vindas, principalmente do quadro da demanda mundial não só pela soja em grãos, como também por seus subprodutos, principalmente o óleo.
Neste início de semana, as notícias sobre o mercado do óleo têm sido positivas e vêm permitindo uma recuperação do fôlego do mercado. Assim, as cotações do derivado também vêm subindo em Chicago e, somente nesta terça, registraram altas que superaram 1% entre as posições mais negociadas. No pregão anterior, esses ganhos passaram de 3%. Acompanhando, os preços do farelo também subiram.
E como explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult, todos os elos do complexo soja são destaque nesse momento. "Todas as operações de exportações no complexo soja global apresentam forte expansão do consumo, capaz de reduzir drasticamente os estoques de soja estimados para este ano safra", diz.
Confirmando esse quadro, ainda de acordo com o consultor, o mercado observa também as positivas margens de esmagamento na China e, consequentemente, compras crescentes, não só nos Estados Unidos, como também na Argentina e no Brasil. Com isso, na nação asiática, os preços do óleo já subiram 11% desde o último dia 10 de abril. Já a soja em grão, na Bolsa de Dalian, na China, supera os US$ 18,00 por bushel.
Exportações do Complexo Soja
No Brasil, as exportações de farelo de soja somaram, em abril, 1,28 milhões de toneladas, elevando o total do primeiro trimestre a 3,52 milhões de toneladas, ou seja, 28,5% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Já as vendas de óleo de soja foram de 160 mil toneladas no último mês, de 301 mil nos primeiros três meses do ano, com um alta de 5,6% se comparada ao mesmo período de 2014.
Na Argentina, as vendas de farelo de soja já somam 4,5 milhões de toneladas somente nos dois primeiros meses deste ano e apresentam, portanto, 24% de alta contra o mesmo período do ano passado. Sobre o óleo de soja, o aumento em relação ao primeiro bimestre desse ano e o de 2014 é de 17%. Nos EUA, há um aumento de 12% nas exportações de farelo.
Nova safra dos EUA
Nos Estados Unidos, o clima para o desenvolvimento da nova safra de grãos ainda se mostra bastante favorável e as previsões seguintes não indicam, por hora, qualquer preocupação muito séria ou mudança que possa alterar o curso da produção nesse momento.
Dessa forma, na última semana, o plantio da soja nos Estados Unidos passou de 2 para 13% da área, de acordo com o último boletim semanal de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O número ficou acima do registrado no mesmo período do ano passado - 5% - e maior ainda do que a média dos últimos cinco anos, que é de 9%.
Dólar e preços no Brasil
O dólar, nesta terça-feira, registrou uma sessão de volatilidade frente ao real e demais moedas. Depois de tentar consolidar algumas altas, encerrou o dia em campo negativo, porém, ainda acima dos R$ 3,05, já buscando se aproximar dos R$ 3,10, segundo explicam analistas.
O recuo veio depois de quatro sessões consecutivas de altas e o tom volátil e de incerteza ainda pesa severamente sobre esse mercado. "Em termos de fundamento, o dólar deveria oscilar um pouco acima de R$ 3, mas a volatilidade está muito alta. O mercado está procurando um nível para se assentar", disse à agência de notícias Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Assim, os preços da soja praticados no Brasil apresentaram pouca movimentação. Em Paranaguá, o preço subiu 0,72% para R$ 69,50 por saca, enquanto em Rio Grande, a soja disponível fechou o dia com R$ 70,40 e alta de 0,28%. O destaque continua sendo o preço da oleaginosa da próxima safra, que registrou ganho de 0,68% e subiu para R$ 74,50 no terminal gaúcho.
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Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas
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