Milho: Na CBOT, preços recuam ao menor patamar dos últimos 6 meses frente ao avanço no plantio nos EUA
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram a sessão desta segunda-feira (27) do lado negativo da tabela e alcançou os menores patamares dos últimos 6 meses. Ao longo das negociações, as principais posições do cereal ampliaram as quedas e terminaram o dia com desvalorizações entre 3,75 e 5,00 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,60 por bushel, depois de ter iniciado o pregão a US$ 3,63 por bushel.
De acordo com o analista de mercado do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer, o mercado foi pressionado pela expectativa de avanço na semeadura do milho nos Estados Unidos durante a última semana. Após as preocupações iniciais com o excesso de chuvas, o clima voltou a ficar firme, o que possibilitou a evolução dos trabalhos nos campos norte-americanos.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de acompanhamento de safras no final desta segunda-feira. E, por enquanto, as estimativas dos participantes do mercado é que o órgão indique o plantio do milho completo em 23% da área. Além disso, as previsões climáticas indicam que o tempo deverá ficar mais quente e seco no Meio-Oeste do país nas próximas duas semanas, o que deverá favorecer o cultivo do grão.
Já os embarques semanais ficaram em 1.293,99 milhão de toneladas até o dia 23 de abril. O volume ficou acima do indicado na semana anterior, de 1.068,19 milhão de toneladas e das expectativas dos investidores, que estavam entre 790 mil a 940 mil toneladas do grão. As informações foram reportadas pelo departamento norte-americano.
"Por outro lado, a gripe aviária nos Estados Unidos continua a pairar sobre o mercado", disse Burgdorfer. Paralelamente, as fortes quedas observadas nos preços do trigo no mercado internacional também acabaram influenciando negativamente as cotações do milho em Chicago, conforme dados das agências internacionais.
Mercado interno
Acompanhando a movimentação do dólar e a queda nos preços do milho no mercado internacional, as cotações também recuaram no Brasil. No Porto de Paranaguá, a queda foi de 5,36%, a saca do cereal, para entrega em outubro/15, recuou de R$ 28,00 para R$ 26,50. Em São Gabriel do Oeste (MS), o recuo foi maior de 9,52%, com a saca do grão cotada a R$ 19,00 nesta segunda-feira.
Em Ubiratã e Londrina, ambas praças do Paraná, a redução foi de 2,04%, com a saca do milho a R$ 19,20. Na região de Jataí (GO), a queda foi de 5,00% e a saca do milho terminou o dia a R$ 19,00. E na contramão desse cenário, em Campo Novo do Parecis (MT), a cotação subiu 2,86%, e a saca encerrou a segunda-feira a R$ 18,00, conforme dados apurados pelo Notícias Agrícolas.
Em Maringá (PR), as cotações recuaram em torno de 10%, para R$ 18,00 a saca, em decorrência da desvalorização do câmbio. O presidente do sindicato rural do município, José Antônio Borghi, destaca que, o patamar praticado está muito próximo dos custos de produção.
"Com isso, os negócios estão mais lentos nesse momento. Os produtores sinalizavam que em um nível próximo de R$ 20,00 a saca, os negócios podem ter continuidade. Ainda assim, precisaríamos de um valor de R$ 25,00", afirma Borghi.
Segundo o pesquisador do Cepea, Lucílio Alves, o mercado do cereal passa por um momento de mudança de tendência. Cenário decorrente da área de plantio da segunda safra, que ficou muito próxima do observado no ano anterior, e da perspectiva de boa produção.
Até o momento, em grande parte das regiões produtoras, o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras de milho safrinha, especialmente na região Centro-Oeste. Com isso, algumas consultorias já estimam a safrinha de milho próxima de 50 milhões de toneladas. "E para completar o quadro, temos os estoques do cereal elevados, consequentemente, temos um quadro em que a oferta passa a prevalecer sobre a demanda", acredita o pesquisador.
Veja como fecharam as cotações nesta segunda-feira:
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