Com foco no clima nos EUA, mercado do milho amplia perdas em Chicago e maio/15 chega a US$ 3,65/bu
Ao longo dos negócios desta sexta-feira (24), as principais posições do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) estenderam as perdas. Por volta das 12h20 (horário de Brasília), os contratos futuros da commodity exibiam quedas entre 5,00 e 5,79 pontos. O vencimento maio/15 era negociado a US$ 3,65 por bushel, abaixo do patamar de suporte, de US$ 3,70 por bushel.
Como principal fator de pressão sobre os preços está a melhora no clima nos Estados Unidos, o que deverá possibilitar o avanço do plantio do cereal da safra 2014/15, conforme destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. "Nesse momento, temos o cultivo do grão caminhando em bom ritmo no país e a onda de frio, que estava prevista para essa semana, não foi confirmada", relata.
De acordo com dados do Serviço de Meteorologia dos EUA, nos próximos 6 a 10 dias, o clima deverá permanecer mais seco no Meio-Oeste. Até o último domingo, cerca de 9% da área já havia sido cultivada com o cereal, contra a média histórica, de 13%, as informações foram reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão divulga novo boletim de acompanhamento de safras na próxima segunda-feira (27).
O noticiário internacional também destaca que as informações da gripe aviária ainda pairam no mercado. Contudo, o consultor ainda destaca que é um problema mais localizado. "Porém, caso haja o agravamento do cenário, poderemos ter algum impacto na demanda pelo cereal, mas não deve ser um volume expressivo", diz Brandalizze.
Apesar das quedas observadas no mercado internacional, o consultor explica que o contrato maio/15 abaixo dos US$ 3,70 por bushel, há uma pressão compradora grande no mercado. "Abaixo desse patamar o mercado volta a ser comprador", ressalta. Ainda hoje, o USDA anunciou a venda de 121,400 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15.
Mercado interno
O preço da saca do milho, para entrega em outubro/15, permanece no nível de R$ 28,50 no Porto de Paranaguá. Nesse momento, o mercado do cereal passa por um momento de negócios mais lentos, conforme relatam os analistas de mercado.
Na visão do analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt, o câmbio tem sido o fator de suporte aos preços do cereal. "Os demais fatores são baixistas ao mercado, como os estoques mais elevados e a segunda safra, com boas perspectivas de produção. Com isso, a tendência é de cotações mais baixas", acredita.
Por enquanto, as vendas da safrinha, estão mais lentas nesse momento. Entretanto, em alguns estados como Mato Grosso, o percentual de comercialização antecipada chega a 40% da produção, segundo diz o analista. "Em Goiás, a comercialização está mais adiantada", completa.
Na região de Mineiros (GO), os produtores conseguiram fazer contratos de até R$ 21,00 no início da temporada. "Nesse momento, as cotações recuaram e a saca está cotada a R$ 18,00. Já a safra, apesar de 25% da produção ter sido cultivada fora da janela ideal, caminha bem", sinaliza o presidente do Sindicato Rural do município, Fernando de Carvalho Mendonça.
O cenário se repete em Canarana (MT), as chuvas se alongaram e ainda beneficiam o desenvolvimento da cultura. O presidente do Sindicato Rural, Arlindo Cancian, estima que o rendimento médio das plantas fique acima da média do Estado, de 80 sacas de milho por hectare.
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