Soja: Mercado amplia perdas na CBOT em sessão de volatilidade nesta 4ª feira
Nesta quarta-feira (22), o mercado da soja segue operando em baixa na Bolsa de Chicago, porém, no início da tarde, veio intensificando suas perdas em relação à estabilidade registrada mais cedo. Assim, por volta de 12h50 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam pouco mais de 5 pontos, depois de operarem com perdas entre 7,75 e 9,25 pontos. O contrato maio/15 já era negociado a US$ 9,67 por bushel.
Segundo explicou Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, o mercado trabalha com um falta de novidades nesse momento e, por conta disso, com uma margem de movimentação muito estreita para os preços. "Ao cair e se aproximar de algo entre US$ 9,50 e US$ 9,60, torna-se comprador, mas, ao bater perto de US$ 9,80, estimula alguma vendas", diz.
Além disso, os negócios ainda refletem o tom conservador do mercado diante das expectativas para o início da nova safra norte-americana. O plantio da soja terá início nos próximos dias e, apesar do atual quadro climático ligeiramente adverso, as previsões já apontam para melhoras mais adiante e condições que devem favorecer os trabalhos de campo, de acordo com o analista internacional Mike McGinnis, do site Agriculture.com.
"As condições estão melhorando com a chegada de um tempo mais seco nesta quarta. Ainda teremos algumas chuvas no final de semana, porém, na próxima semana, uma boa janela de plantio deverá se abrir para muitos produtores no Meio-Oeste. Esta safra (de grãos) estará 50% plantada até o dia 8 de maio sem maiores problemas. Essa é a maior marca que o mercado espera", acredita McGinnis.
Paralelamente, há ainda fatores pontuais pesando sobre o mercado, porém, com seu impacto ainda limitado, como é o caso do grave surto de gripe aviária nos Estados Unidos. A doença já se espalhou por doze estados americanos e o quadro é o mais grave em 30 anos. Porém, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) parece estar fazendo todo o esforço possível para controlar o quadro.
Para Vlamir Brandalizze, o impacto dessa epidemia de gripe aviária nos Estados Unidos ainda é bastante limitado sobre a demanda tanto por farelo de soja, quanto para o milho, que são os principais componentes da ração de aves. "Ainda não há mudanças em seu quadro do consumo interno. Os impactos são localizados", disse.
O analista explica também que a gripe aviária é uma doença típica do inverno e que o impacto poderia ser mais grave, principalmente no médio e longo prazo, caso os EUA estivesse entrando nesse estação do ano, mas o momento é contrário. "A situação pode ser amenizada nos próximos dias com as temperaturas voltando a subir. Apesar de grave, a situação está sendo controlada, já que as questões sanitárias no país são tratadas com muita seriedade", relata.
Apesar disso, o mercado internacional tanto da soja em grão, como do farelo e também do milho sentem a pressão, embora bem leve ainda, dessas notícias do agravamento da gripe aviária nos EUA e acabam compromentendo o avanço das cotações na Bolsa de Chicago. Desde 30 de março, quando as notícias sobre a gripe começaram a se agravar, os dois primeiros vencimentos do farelo já caíram pouco mais de 2% na Bolsa de Chicago.
Mike McGinnis explica ainda que essa situação já reduz o consumo de carne de frango nos Estados Unidos, mas, em contrapartida, aumento o de carne bovina e suína, o que acaba sendo como uma compensação para a demanda por ração animal e um fator de suporte para as cotações.
"Teríamos que ver mais casos de gripe aviária acontecendo para que o mercado extendesse suas atenções em cima dessas notícias", afirma o analista internacional.
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