Supersafra embala exportações de soja no RS, mas câmbio instável freia euforia
Aumento de 14% na produção da oleaginosa deve fazer com que Estado amplie significativamente volume negociado
Embalada pela perspectiva de supersafra, a soja colhida nas lavouras gaúchas aposta no câmbio favorável e na expectativa de produção 14% maior para impulsionar as exportações. Historicamente, o segundo trimestre (abril a junho) é a principal janela de negócios internacionais para a oleaginosa do Estado. E neste ano não é diferente.
– O preço em dólar está um pouco mais baixo do que no ano passado, mas o câmbio tem compensado. Com maior quantidade colhida, a projeção é de bons resultados em dólar e melhor ainda em reais – frisa Farias Toigo, analista de mercado da Capital Corretora.
O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, concorda e cita o resultado no primeiro trimestre do ano como termômetro. Ele observa que, apesar de hoje a cotação do bushel (valor de 27,215 quilos na bolsa de Chicago, que baliza o preço internacional) ser inferior à do mesmo período de 2014, o complexo soja (grão, farelo e óleo) teve alta de 32,23% em toneladas e de 4,87% no valor em dólares exportado em relação ao ano passado:
– As exportações do agronegócio, em que a soja é carro-chefe, podem até crescer dois dígitos.
Mas a economia instável faz com que o otimismo não seja unânime. Para o economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Rodrigo Feix, a redução do bushel de cerca de US$ 12 para em torno de US$ 9,5 e o fato de a média paga pela tonelada de soja em grão ter caído de US$ 518 (todo o ano passado) para US$ 393 (1º trimestre de 2015) são sinais de que, apesar da quantidade maior, o valor em dólares tende
a ser menor:
– O aumento em quantidade dificilmente compensará. Tenho previsão de que as exportações do complexo soja devam recuar em 20% em dólar, para algo em torno de US$ 4,2 bilhões.
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