Milho: Na CBOT, mercado esboça recuperação e opera em campo positivo
Durante as negociações desta quarta-feira (15) na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho voltaram a trabalhar do lado positivo da tabela. Por volta das 12h59 (horário de Brasília), as posições mais negociadas exibiam ganhos entre 3,75 e 5,00 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,78 por bushel.
As cotações futuras da commodity testam uma recuperação após as perdas recentes. No dia anterior a recompra de posições, por parte dos fundos de investimentos, deu suporte aos preços, juntamente com a forte alta observada nos futuros da soja.
Ainda assim, o foco dos participantes do mercado é o clima nos Estados Unidos. Com o alto índice de umidade em importantes regiões produtoras no país, como o Sul, Sudeste e a parte Leste do Cinturão Produtor, o plantio do milho da safra 2015/16 caminha de forma mais lenta nesse momento. Até o último domingo, apenas 2% da área projetada havia sido cultivada com o grão, segundo reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
"O clima nos EUA será de extrema importância no direcionamento dos preços do milho. Teremos que acompanhar os relatórios diários com as previsões climáticas, assim como, os boletins de evolução de plantio da safra 2015/16 no país", destaca o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter.
Contudo, o site internacional Farm Futures destaca que, apesar do início da semeadura mais lento, os produtores norte-americanos conseguiriam avançar com os trabalhos nos campos, caso o clima colabore. Cenário decorrente os investimentos em tecnologia, especialmente os maquinários.
Ainda hoje, a AIE (Administração de Informação de Energia) reportou a produção de etanol nos EUA em 924 mil barris por dia até a semana anterior. O número representa uma queda de 12 mil barris diários em comparação com o divulgado anteriormente. O cenário acaba elevando as preocupações, por parte dos produtores norte-americanos, quanto a uma possível perda de competitividade do produto com a gasolina em meio aos preços mais baixos do petróleo.
Mercado interno
As cotações do milho praticadas no Porto de Paranaguá registram leve alta nesta quarta-feira. A saca do cereal, para entrega em outubro/15, subiu de R$ 28,00 para R$ 28,50. De um modo geral, os preços, nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas têm mostrado estabilidade nos últimos dias.
Entretanto, o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, relata que, no curtíssimo prazo, entre abril e maio, os produtores brasileiros poderão ter melhores oportunidades de negociação para o cereal. “Nesse momento, temos um mercado de especulação climática com a safra de inverno no Brasil, principalmente com possibilidade de geadas no Paraná e Mato Grosso do Sul. Com isso, criam-se condições para os agricultores que ainda não fizeram vendas participarem do mercado”, ratifica.
Já entre os meses de junho até agosto, o mercado deverá passar por um momento de preços mais pressionados frente à chegada da segunda safra no mercado. Movimento considerado natural e pontual pelo analista. “De agosto em diante, com o aquecimento das exportações, deveremos ter um mercado mais firme. Situação decorrente da demanda doméstica e externa, que permanece bastante firme, principalmente do setor de ração animal”, destaca Galvão.
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