Milho: Nesta 6ª feira, mercado testa reação após quatro sessões em queda
As cotações do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta sexta-feira (10) com ligeiros ganhos. Por volta das 7h38 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam altas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,78 por bushel.
O mercado testa uma recuperação após ter encerrado os últimos quatro pregões em queda. Inclusive, nesta quinta-feira, as cotações do cereal atingiram o menor patamar em uma semana, conforme dados reportados pelo site internacional Farm Futures.
Ao longo dos últimos dias, os investidores adotaram uma postura mais cautelosa diante das expectativas de aumento nos estoques finais do grão nos EUA e no mundo, antes do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Contudo, ontem, o órgão divulgou as novas estimativas, que ficaram dentro do esperado pelos participantes do mercado.
Paralelamente, é consenso entre os analistas que, o foco do mercado será o clima nos EUA. As chuvas excessivas, em algumas localidades, já têm gerado especulações sobre o andamento do plantio do milho da safra 2015/16. Caso as condições permaneçam desfavoráveis, os produtores norte-americanos poderiam migrar da cultura do cereal para a oleaginosa, segundo avaliam os especialistas.
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Com números dentro do esperado, mercado fecha em leve queda na CBOT
Após uma sessão volátil, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a quinta-feira (9) com ligeiras perdas. As principais posições da commodity registraram quedas entre 1,25 e 1,50 pontos. O vencimento maio/15 era cotado a US$ 3,78 por bushel.
Durante boa parte do pregão, o mercado trabalhou em campo negativo, à espera do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Nos últimos dias, as projeções dos participantes do mercado indicavam um ajuste para cima nos números dos estoques finais de milho nos EUA e no mundo.
Hoje, o órgão projetou os estoques finais norte-americanos em 46,42 milhões de toneladas, número dentro das expectativas do mercado entre 44,452 milhões a 50,777 milhões de toneladas. Já os estoques finais globais ficaram em 188,46 milhões de toneladas, contra 185,28 milhões de toneladas indicados no boletim de março.
As projeções para safra dos EUA, exportações e uso de milho para etanol ficaram em linha com o relatório anterior, em 361,11 milhões de toneladas, 45,72 milhões de toneladas e 132,09 milhões de toneladas, respectivamente. A safra de milho do Brasil também foi mantida em 75 milhões de toneladas.
Na visão do consultor em agronegócio Ênio Fernandes, o relatório não trouxe grandes novidades para a cultura do cereal. "No caso do milho, tivemos um relatório neutro. Agora, os participantes do mercado aguardam uma melhor definição do clima nos EUA. Os produtores norte-americanos já iniciaram o plantio, mas, por enquanto, as condições climáticas têm se mostrado adversas", relata.
Até o momento, algumas regiões no país têm registrado chuvas excessivas, o que já gera especulações no mercado, uma vez que os produtores norte-americanos poderiam migrar da cultura do milho para a soja. "O clima está bem úmido para o plantio do milho nos estados do Sul dos Estados Unidos. Em cerca de sete dias, as áreas no coração do Corn Belt - como Iowa, Illinois e Nebraska - irão começar seus trabalhos de campo e, para esse período, são esperadas condições um pouco melhores", acredita o analista internacional Mike McGinnis, editor do site internacional Agriculture.com.
Ainda nesta quinta-feira, o órgão oficial de previsão do tempo norte-americano elevou para 70% a possibilidade de ocorrência de El Niño, durante o verão, no Hemisfério Norte. O fenômeno tem como característica o aquecimento da superfície do Oceano Pacífico e pode ocasionar seca em algumas localidades do planeta e aumento das chuvas em outras regiões.
BM&F Bovespa
Nesta quinta-feira (9), os contratos futuros do milho encerraram o pregão com leves quedas na Bolsa brasileira. Pelo terceiro dia consecutivo, os preços recuaram e exibiram perdas entre 0,22% e 0,25%. O vencimento maio/15 era cotado a R$ 27,42 a saca.
Mesmo com a ligeira queda observada no mercado internacional, a alta no câmbio contribuiu para as desvalorizações moderadas. Hoje, o dólar fechou a sessão a R$ 3,07, com alta de 0,59%.
Mercado interno
Apesar da alta do dólar, os preços do milho praticados no Porto de Paranaguá recuaram nesta quinta-feira. O valor da saca do cereal caiu de R$ 28,20, para entrega em outubro, para R$ 27,50. No Porto de Santos, o valor ficou em R$ 29,00 a saca.
Ainda segundo o consultor em agronegócio, em algumas localidades do país, como os estados de GO e MT, em torno de 45% da produção da safrinha já foi negociada. "Os números das exportações ainda são bons e também temos as compras no mercado interno", destaca Fernandes.
Na região de Tapurah (MT), os contratos atingiram R$ 16,00 a saca do milho recentemente. "Não é um bom valor, já que deixa uma margem muito ajustada aos agricultores. Porém, é melhor do que o preço do ano passado, ao redor de R$ 10,00 a saca", ressalta o presidente do Sindicato Rural do município, Silvésio de Oliveira.
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