Dia de campo discute revigoramento de cafezais
Com a atual safra estimada em 28,3 mil toneladas, a cafeicultura do oeste da Bahia caminha para a etapa do revigoramento do parque cafeeiro, principalmente em lavouras com idade igual ou superior a 10 anos. Hoje, o oeste cultiva aproximadamente 15 mil hectares do tipo arábica, em um sistema totalmente irrigado. Estima-se que 70% do café produzido na região sejam destinados ao mercado externo, 20% para o mercado de formulação de blends e 10% para a indústria nacional. Nesta safra, a área de produção chega a 10,8 mil hectares.
Para se expandir e fortalecer no mercado, o setor busca se qualificar, e a troca de experiência com outras regiões produtoras do país tem sido uma das alternativas, a exemplo do dia de campo de café do oeste baiano realizado no último sábado, 07, pela Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafé), na Fazenda Olinda dos Gerais em São Desidério.
Na pauta, revigoramento do cafeeiro com o consultor Régis Ricco, da RR Consultoria Rural; colheita e poda mecanizada com o cafeicultor e consultor em mecanização do café da Mundo Novo Máquinas Agrícolas, José Eustáquio Soier e a dinâmica dos nutrientes no solo com o engenheiro agrônomo da Giro Agro, Mário da Cunha.
Taxativos, Ricco e Soier defenderam um novo modelo de cafeicultura a partir da poda com “capação”, uma técnica apresentada na década de 80 e de menor agressividade a planta. Segundo Ricco, a “capação” interrompe o domínio da gema apical transferindo toda reserva de carboidrato para a lateral, o resultado é uma planta mais robusta, sem broto na parte superior, diferente do que ocorre em outros tipos de poda, a exemplo do esqueletamento, onde o tronco fica exposto à luz gerando uma superbrotação. “Quanto maior a agressão, menor a produção, e é isso que ocorre no esqueletamento, como o próprio nome diz; e na cafeicultura, broto é ladrão”, assegurou.
“Precisamos colocar no lixo essa ideia de esqueletar o cafeeiro”, completou José Eustáquio. Para ele, os primeiros passos para o revigoramento do cafeeiro são definir a realidade da lavoura e criar estratégias para aumentar sua vida útil. “Precisamos extrair todo o potencial do cafezal dando a ele todas as condições para manifestar esse potencial produtivo e só então realizar a poda estratégica para resolver o problema econômico do ano seguinte”, disse Soier.
No oeste baiano, a prática da “capação” no cafeeiro ainda é muito tímida, mas os cafeicultores garantem que o atual modelo ainda consegue atingir médias de produtividade satisfatórias comparada a outras regiões do país, isto tudo, devido à adaptação da planta às condições climáticas e de solo características do oeste. Apesar das divergências regionais, não descartam a inclusão e o teste do novo manejo de poda apresentado pelos especialistas.
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