Café: NY despenca mais de 800 pontos nesta 3ª feira com combinação de fatores baixistas
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) despencaram mais de 800 pontos nesta terça-feira (10) com uma combinação de fatores baixistas. Os futuros apresentaram intensa volatilidade durante o pregão, primeiro com os preços estendendo os ganhos da sessão anterior pela manhã e depois caindo acentuadamente a partir do meio pregão.
O contrato março/15 registrou 159,40 cents/lb com queda de 820 pontos, o maio/15 anotou 162,25 cents/lb e o julho/15 fechou a sessão com 164,90 cents/lb, ambos com desvalorização de 815 pontos e o vencimento setembro/15 registrou 167,30 cents/lb com 805 pontos de recuo. Esses são os patamares mais baixos do ano e a maior perda em um dia desde 20 de novembro de 2014.
Os operadores corrigiram tecnicamente no pregão de hoje os patamares de preço após as altas registradas nas sessões anteriores em meio a temores com a oferta global de café visto que essa preocupação dos envolvidos diminuiu com a chegada da informação de que a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) não confirmou a quebra de 14% nesta temporada, informam agências internacionais e o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães. Essa informação, aliada a forte valorização do dólar ante o real gerou um movimento de realização de lucros. A moeda norte-americana subiu para R$ 2,8364 nesta terça com alta de 2,12% com a possibilidade da Grécia deixar a zona do euro e a desaceleração econômica da China.
“As bolsas até que tentaram sustentar importantes suportes, porém, a alta do dólar no Brasil foi forte e rápida e tirou a maioria dos envolvidos do sério. As cotações chegaram a operar acima de R$ 2,8300 e isso, realmente, assustou”, afirma Magalhães.
Outro viés baixista que também pode ajudado a pressionar as cotações são as chuvas que caem no cinturão produtivo. Os operadores acreditam, normalmente, que elas são suficientes para estancar as perdas, o que não é realidade, informações de cafeicultores indicam que a safra deste ano pode ser menor do que se imaginava em função da falta de chuvas em 2014 e nos primeiros dias deste ano. De acordo com dados da Somar Meteorologia, nos próximos dias, os estados do Paraná e São Paulo devem receber precipitações em forma de pancadas típicas dos meses de verão.
Ainda de acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, para amanhã, ao que parece, as emoções ficarão ainda mais contundentes já que os níveis de fechamento indicam volatilidades no front.
Mercado interno
Como normalmente acontece, o mercado interno acompanhou a oscilação na bolsa norte-americana e também registrou queda na maior parte das praças de comercialização. O setor tem poucos negócios e pode registrar ainda menos com a proximidade do feriado de carnaval no Brasil nesta terça-feira (17).
O tipo cereja descascado continua maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com R$ 533,00 e queda de 7,14%. Foi o município com variação mais expressiva no dia.
Para o tipo 4/5, a cidade com maior valor de negociação também continua sendo Guaxupé-MG que tem saca cotada a R$ 521,00 e teve queda de 7,13% em relação à sessão anterior. O município teve a oscilação mais expressiva no dia.
O tipo 6 duro teve maior valor em Araguarí-MG com saca cotada a R$ 530,00 – estável, a cidade com oscilação mais expressiva no dia foi Guaxupé-MG com R$ 468,00 a saca e queda de 7,87%
Na sexta-feira (6), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou valorização de 0,14% e está cotado a R$ 483,60 a saca de 60 kg.
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