Milho: Após cinco sessões em queda, preços esboçam reação e fecham o dia com leve alta na BM&F
Após cinco pregões em queda, as cotações do milho na BM&F Bovespa exibiram ligeira recuperação na sessão desta terça-feira (27). Os preços finalizaram o pregão com valorizações entre 0,47% e 0,68%. Apenas o vencimento julho/15 recuou, cerca de 2,99%, com a saca a R$ 27,21.
Para o analista de mercado da Cerrado Corretora de Mercadorias & Futuros, Mársio Antônio Ribeiro, após os movimentos de realizações de lucros, os investidores aproveitaram para buscar melhor posicionamento. "Porém, as cotações devem permanecer na estabilidade", afirma.
Os investidores ainda observam os números dos estoques de passagem desta temporada e também as informações da safra brasileira. A perspectiva é de uma safra de verão de milho razoável, apesar da queda da área destinada ao grão na primeira safra e do clima, que permanece irregular, conforme destacam os analistas.
"Em relação à safrinha, podemos destacar que é uma situação que inspira cuidados. Já que ainda temos condições de obter bons resultados, ainda não conseguimos fazer uma análise definitiva", acredita Ribeiro.
Mercado interno
A terça-feira foi de pouca movimentação aos preços do milho no mercado interno. Em Ubiratã e Londrina, ambas do Paraná, as cotações subiram 1,54% e o preço da saca do milho chegou a R$ 19,80, de acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.
No Porto de Paranaguá, os valores permanecem estáveis, em R$ 27,50 a saca do grão, para entrega em agosto de 2015. O cenário se repetiu nas demais praças pesquisadas. Apesar da queda do dólar, o preço no porto continuou na estabilidade. A moeda norte-americana encerrou a terça-feira com queda de 0,77%, cotada a R$ 2,5706 na venda. Na mínima do pregão, o câmbio chegou a R$ 2,5655.
Paralelamente, os compradores permanecem em posição confortável, fator que deve manter a fragilidade nas cotações. Na visão do consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, no curto prazo, o mercado não tem força para exibir um movimento de reação e, inclusive, pode apresentar queda entre R$ 2,00 a R$ 3,00 nas próximas duas semanas.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho fecharam o pregão desta terça-feira (27) em campo negativo. As principais posições da commodity finalizaram a sessão em queda pelo 2º dia consecutivo, com perdas entre 3,00 e 3,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 3,81 por bushel.
Os analistas de mercado destacam que o mercado tem trabalhado de lado nos últimos dias frente à falta de novidades. De acordo com o analista de mercado da Cerrado Corretora de Mercadorias & Futuros, Mársio Antônio Ribeiro, nesse momento, não há informações no mercado que possam alavancar as cotações do milho.
As cotações têm sido pressionadas pela relação confortável entre a oferta e a demanda. Segundo dados da agência internacional de notícias Bloomberg, as cotações do grão recuaram esse ano à medida que as projeções indicavam uma safra elevada nesta temporada.
"Temos um quadro bastante confortável, pois mesmo com a queda na produção dos EUA - indicada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), no último boletim de oferta e demanda -, a os estoques de passagem globais de milho está acima de 185 milhões de toneladas na temporada 2014/15", destaca.
Nesta safra, a produção norte-americana de milho deverá totalizar 361,11 milhões de toneladas, conforme projeção do USDA. Já a produção mundial do grão é projetada em 988,08 milhões de toneladas pelo departamento dos EUA.
E a tendência é que essa variável permaneça limitando um possível potencial de alta nos preços, principalmente no primeiro semestre de 2015, conforme sinaliza o analista de mercado. Contudo, uma possível quebra na safrinha de milho brasileira poderia impulsionar as cotações no mercado internacional.
"Isso se as perdas forem consideráveis. Imagino que uma redução de até 5 milhões de toneladas não teria um grande impacto nos preços do cereal na Bolsa de Chicago. Por enquanto, a perspectiva é que os preços continuem trabalhando próximos dos atuais patamares", diz Ribeiro.
Na sessão anterior, os preços também recuaram apesar dos números positivos dos embarques semanais. Até a semana encerrada no dia 22 de janeiro, os embarques ficaram em 886,825 mil toneladas, contra 747,634 mil toneladas do grão registradas na semana anterior, segundo relatório reportado pelo departamento norte-americano.
Veja como fecharam os preços:
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