Biosev vê clima normal até o momento e espera reação do canavial em 2015/16
SÃO PAULO (Reuters) - A Biosev, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, projeta que chuvas dentro da normalidade até o momento poderão provocar uma reação dos seus canaviais na próxima safra, após forte impacto causado por um verão seco no início de 2014.
"A gente espera uma reação do canavial a essa normalidade climática, diferente da estiagem que a gente teve muito intensa no verão passado. Mas ainda não conseguimos quantificar isso", disse nesta segunda-feira o presidente da companhia, Rui Chammas, em entrevista à Reuters.
Segundo ele, o verão em São Paulo está registrando chuvas até o momento "dentro de uma certa normalidade". Das onze usinas da companhia, cinco estão no interior paulista, concentradas principalmente no norte do Estado.
Apesar de irregulares, as chuvas neste início de ano têm ocorrido de forma mais frequente que em 2014, quando a estiagem foi generalizada, reduzindo expressivamente a colheita das usinas paulistas na temporada 2014/15, cuja moagem está sendo encerrada.
Chammas disse que o verão também está sendo normal, do ponto de vista climático, em Mato Grosso do Sul (onde há três usinas da Biosev) e no Nordeste (com duas usinas).
Meteorologistas, no entanto, apontam que janeiro deverá terminar com chuvas abaixo da média histórica em São Paulo e toda a região Sudeste.
"Vou precisar de mais algumas semanas ao longo deste primeiro trimestre para a gente saber o que espera da próxima safra", disse o presidente da Biosev, do grupo francês Louis Dreyfus.
Ele reafirmou a projeção de que a companhia vai encerrar a safra 2014/15 com moagem entre 29 milhões e 31,5 milhões de toneladas de cana, contra 30 milhões em 2013/14. Apesar de a colheita 2014/15 no centro-sul do Brasil já estar virtualmente encerrada, a Biosev continua operando no Nordeste.
O executivo ainda projetou que a colheita em áreas da companhia no centro-sul seja retomada em meados de março.
A companhia anunciou nesta segunda-feira a contratação de financiamento sindicalizado de 318 milhões de dólares, com vencimento em abril de 2018, na forma de pré-pagamento de exportações.
"Esses recursos se destinam ao financiamento das atividades operacionais da companhia em 2015 em condições bem competitivas de prazo e de custo", disse Chammas. "Eventualmente, vai poder renovar ou não, ou pelo menos retardar em parte, as linhas mais curtas e caras ao longo do ano-safra que vai se iniciar."
(Por Gustavo Bonato)
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