ABRASGRÃOS - Assoc. Brasileira de Produtores de GrãosFormosa - GO
05/05/2007 00:00
Manda que pode, obedece quem necessita...<br />
<br />
Uma Fábula "confabulada" com José Zokner, o Juca.<br />
<br />
Numa região autônoma chinesa, quase limítrofe com o Quiguistão e não longe da fronteira do Cazaquistão, um pulinho, de avião,lá da Mongólia, vivia uma família, constituída pelo pai Reh Beh Nyu, pela mãe Roh Shin Keh e pela filha Shein Zuh Dek. O casal se dedicava às atividades agrícolas, numa área de terra que havia sido adquirida na reforma agrária que a China havia promovido no fim da década de 1940 e começo da de 50 e que o casal havia herdado. Shein Zuh Dek estudava e ajudava a mãe nas tarefas da casa. <br />
Quando a China começou uma pequena abertura em sua economia, Reh Beh Nyu anteviu a possibilidade de adquirir um empréstimo bancário, a fim de executar na sua agricultura familiar alguns pequenos investimentos como um silo, uma colheitadeira, esta, juntamente com outros vizinhos, numa espécie de condomínio. Havia necessidade de ir para Xangai, a fim de manter contato com os encarregados do Banco que se intitulava de fomento e que era formado por capitais privado e estatal, nos primórdios da abertura da economia chinesa. E lá foi Reh Beh Nhu conversar com o, digamos, Gerente do Banco. <br />
Após explicar a razão da sua visita ao gerente, este lhe falou que, como Reh Beh Nyu não tinha conta corrente, ele precisava de reciprocidade. “O que é isto?”, perguntou, já que jamais tinha ouvido pronunciar tal palavra. O gerente, sem muitas explicações claras e convincentes, ofereceu algumas ações do Banco e que aumentaria o empréstimo, retendo a importância para tal. Reh Beh Nhu alegou que não estava em condições de fazer aplicações fora de sua atividade nem achava necessário entrar em esquemas do decadente capitalismo de tantos países, principalmente do Ocidente. “Mas é um bom negócio”, argumentou o Gerente. “O nosso Banco, à semelhança de certos Bancos de um país no Ocidente, mais precisamente no Brasil, como o Banco Econômico, Bamerindus, Nacional, Noroeste são Bancos sólidos que estão dando bons dividendos”. “Mas eu não necessito ganhar dinheiro fora da minha atividade”. O Gerente fez de conta que não ouviu ou não entendeu e falou em seguro do automóvel. “Eu não tenho carro. Tenho uma carroça que é puxada por uma junta de bois. Não vou segurar os meus bois nem a carroça. Qual a necessidade disso?”. “Não importa. Tem que fazer seguro de qualquer jeito, como se fosse um carro. E seguro contra incêndio do silo e dos bens que serão dados em garantia”. “Mas, eu ainda nem construí o silo. Só vou levantar o silo quando tiver o dinheiro pra comprar o material. Por ora, não necessito”. “Espere um minuto que eu vou lhe dizer quanto deverá sair para todas as parcelas que compõem a reciprocidade”, falou o gerente, pondo-se a usar um ábaco, muito usado pelos chineses antes do advento da máquina de calcular. Quanto o gerente forneceu o valor, Reh Beh Nyu teve um sobressalto e reiterou que não necessitava de tais “acessórios e firulas inócuas para as suas necessidades de expansão”. “Se for assim eu não posso conceder o empréstimo. São ordens da central”. “Tá bem. Eu preciso do empréstimo. Com capital próprio, que eu não possuo, eu não faria nada do que eu estou idealizando. Aceito as condições da tal reciprocidade, mesmo achando que não são necessárias”. E assim se fez.<br />
<br />
Moral da história: Manda quem pode; obedece, quem não necessita.<br />
Manda que pode, obedece quem necessita...<br />
<br />
Uma Fábula "confabulada" com José Zokner, o Juca.<br />
<br />
Numa região autônoma chinesa, quase limítrofe com o Quiguistão e não longe da fronteira do Cazaquistão, um pulinho, de avião,lá da Mongólia, vivia uma família, constituída pelo pai Reh Beh Nyu, pela mãe Roh Shin Keh e pela filha Shein Zuh Dek. O casal se dedicava às atividades agrícolas, numa área de terra que havia sido adquirida na reforma agrária que a China havia promovido no fim da década de 1940 e começo da de 50 e que o casal havia herdado. Shein Zuh Dek estudava e ajudava a mãe nas tarefas da casa. <br />
Quando a China começou uma pequena abertura em sua economia, Reh Beh Nyu anteviu a possibilidade de adquirir um empréstimo bancário, a fim de executar na sua agricultura familiar alguns pequenos investimentos como um silo, uma colheitadeira, esta, juntamente com outros vizinhos, numa espécie de condomínio. Havia necessidade de ir para Xangai, a fim de manter contato com os encarregados do Banco que se intitulava de fomento e que era formado por capitais privado e estatal, nos primórdios da abertura da economia chinesa. E lá foi Reh Beh Nhu conversar com o, digamos, Gerente do Banco. <br />
Após explicar a razão da sua visita ao gerente, este lhe falou que, como Reh Beh Nyu não tinha conta corrente, ele precisava de reciprocidade. “O que é isto?”, perguntou, já que jamais tinha ouvido pronunciar tal palavra. O gerente, sem muitas explicações claras e convincentes, ofereceu algumas ações do Banco e que aumentaria o empréstimo, retendo a importância para tal. Reh Beh Nhu alegou que não estava em condições de fazer aplicações fora de sua atividade nem achava necessário entrar em esquemas do decadente capitalismo de tantos países, principalmente do Ocidente. “Mas é um bom negócio”, argumentou o Gerente. “O nosso Banco, à semelhança de certos Bancos de um país no Ocidente, mais precisamente no Brasil, como o Banco Econômico, Bamerindus, Nacional, Noroeste são Bancos sólidos que estão dando bons dividendos”. “Mas eu não necessito ganhar dinheiro fora da minha atividade”. O Gerente fez de conta que não ouviu ou não entendeu e falou em seguro do automóvel. “Eu não tenho carro. Tenho uma carroça que é puxada por uma junta de bois. Não vou segurar os meus bois nem a carroça. Qual a necessidade disso?”. “Não importa. Tem que fazer seguro de qualquer jeito, como se fosse um carro. E seguro contra incêndio do silo e dos bens que serão dados em garantia”. “Mas, eu ainda nem construí o silo. Só vou levantar o silo quando tiver o dinheiro pra comprar o material. Por ora, não necessito”. “Espere um minuto que eu vou lhe dizer quanto deverá sair para todas as parcelas que compõem a reciprocidade”, falou o gerente, pondo-se a usar um ábaco, muito usado pelos chineses antes do advento da máquina de calcular. Quanto o gerente forneceu o valor, Reh Beh Nyu teve um sobressalto e reiterou que não necessitava de tais “acessórios e firulas inócuas para as suas necessidades de expansão”. “Se for assim eu não posso conceder o empréstimo. São ordens da central”. “Tá bem. Eu preciso do empréstimo. Com capital próprio, que eu não possuo, eu não faria nada do que eu estou idealizando. Aceito as condições da tal reciprocidade, mesmo achando que não são necessárias”. E assim se fez.<br />
<br />
Moral da história: Manda quem pode; obedece, quem não necessita.<br />
<br />
Reenviada por Telmo Heinen - Formosa (GO)