A Crise Separou o Joio do Trigo; Só Vão Ficar os Bons.<br />A revista de circulação nacional sobre agroeconomia – Dinheiro Rural Editora Três - Edição nº. 28 – Fevereiro de 2007 traz estampada em sua capa a foto do sorridente empresário e mega-produtor rural-Erai Scheffer Maggi (primo do Governador Blairo Maggi) dentro de uma lavoura de soja. A matéria interna, além do decantado sucesso do empresário Erai Maggi, que cultiva 225.000 hectares em MT e prepara-se para colher nesta safra cerca de US$200(duzentos milhões de dólares) ou R$ 420.000.000,00 (quatrocentos e vinte milhões de reais) mostra também o exemplo de outros produtores rurais, principalmente da região sul do estado (Rondonópolis), as dificuldades e as perspectivas do setor neste início de ano. Até aí tudo bem. <br /> <br /> O problema da reportagem está a meu ver é na capa da revista, mais precisamente em duas frases que aparecem colocadas entre aspas, ao lado da foto do Erai. As mesmas que dão título a este artigo. <br /> <br /> Eu gostaria de saber do senhor Erai Maggi se foi ele mesmo quem as disse ou se foram colocadas ali pelo editor, para ilustrar a matéria? Acho importante esta oportunidade para esclarecer a situação que tem causado mal estar entre a classe produtora que teve acesso a esta revista, tendo em vista poder tratar-se de um mal entendido passível de ocorrer. Erai Maggi, além do peso do sobrenome que carrega é uma liderança, alimenta também pretensões políticas, como fez o primo, Governador Blairo Maggi, e tem o direito ao benefício da dúvida. <br /> <br /> Mas se ele realmente fez tais afirmações, foi extremamente infeliz. <br /> <br /> Todo homem e mulher do campo, proprietário ou arrendatário que com seu trabalho cumprem a função social da terra e garantem a segurança alimentar, o bem estar e a paz social de seu povo, é merecedor de consideração e respeito por parte de todos os demais cidadãos. Isto é assim em todos os países desenvolvidos, educados e civilizados. Por aqui não deveria ser diferente, pois o desenvolvimento do nosso país ao longo de sua história, tem sido alcançado graças principalmente ao setor primário, assim como o vertiginoso desenvolvimento experimentado por Mato Grosso nas três ultimas décadas. E neste aspecto,não importam o tamanho de sua propriedade, a extensão de suas lavouras, ou os números de seu faturamento. <br /> <br /> Infelizmente, mesmo entre nós, agricultores, esta percepção não parece ser consenso. <br /> <br /> Neste momento difícil porque passa o agronegócio de Mato Grosso deveríamos agir com união, trabalho e bom senso, para superarmos a crise. É preciso acima de tudo, sermos solidários com os companheiros que estão tombando pelos campos, nesta batalha injusta que nos foi imposta. Abatidos por diferenças de forças e poderio econômico para enfrentar a crise, mas nunca tombando por covardia, sem lutar até as últimas energias e recursos. Sermos solidários por educação, por consciência e por respeito à história de vida de cada um desses heróis anônimos que não aparecem nas capas das grandes revistas. Mas solidariedade neste caso, penso eu, é para quem já fez também desde cedo o aprendizado da necessidade e do trabalho. <br /> <br /> Para quem conhece a árdua luta pelo pão cotidiano arrancado a duras penas do solo agreste destes chapadões. Solidariedade para entendermos e respeitarmos o estado de espírito atual destes homens e mulheres que por estarem sucumbindo diante desta crise, não merecem de forma alguma serem atingidos pelo rolo compressor do marketing da insensatez comparados ao joio, a erva daninha das lavouras, como se fossem uma praga. <br /> Para termos a real noção do valor desses homens e mulheres do campo, dentro do contexto social de cada município agrícola de nosso estado, deveríamos começar perguntando aos prefeitos destas cidades: Qual o nível de renda aplicado de volta em benefício de sua comunidade pelos mega-produtores? E pelos grandes-médios e pequenos produtores rurais?Quantos pais de família do município eles empregam? É preciso irmos no comércio destas cidades e perguntarmos aos donos de postos de combustíveis: Quem são seus clientes? Irmos nas revendedoras de máquinas, veículos e peças, nas oficinas mecânicas, nos supermercados, nas farmácias, nas borracharias, nas escolas particulares, nos prestadores de serviços etc... E fazermos a mesma pergunta: Quem são os principais responsáveis pelo seu faturamento? Irmos ao vigário da paróquia e nas entidades beneficentes de nossas cidades e perguntarmos: Qual a origem dos recursos que mantém as atividades desta instituição funcionando? <br /> <br /> As respostas a todas estas perguntas não serão diferentes de uma cidade para outra com certeza, e ajudarão a sociedade Mato Grossense a perceber as diferenças existentes e a importância do homem do campo, de uma maneira geral, passando então saber discernir e por si mesma.<br /> <br /> "Separar o joio do trigo”, Compreenderá enfim a nossa luta pela superação da crise da agricultura no Estado, e solidária entenderá que: “Os bons, merecem ficar”, e ficarão... Apesar de tudo...
A Crise Separou o Joio do Trigo; Só Vão Ficar os Bons.<br />A revista de circulação nacional sobre agroeconomia – Dinheiro Rural Editora Três - Edição nº. 28 – Fevereiro de 2007 traz estampada em sua capa a foto do sorridente empresário e mega-produtor rural-Erai Scheffer Maggi (primo do Governador Blairo Maggi) dentro de uma lavoura de soja. A matéria interna, além do decantado sucesso do empresário Erai Maggi, que cultiva 225.000 hectares em MT e prepara-se para colher nesta safra cerca de US$200(duzentos milhões de dólares) ou R$ 420.000.000,00 (quatrocentos e vinte milhões de reais) mostra também o exemplo de outros produtores rurais, principalmente da região sul do estado (Rondonópolis), as dificuldades e as perspectivas do setor neste início de ano. Até aí tudo bem. <br /> <br /> O problema da reportagem está a meu ver é na capa da revista, mais precisamente em duas frases que aparecem colocadas entre aspas, ao lado da foto do Erai. As mesmas que dão título a este artigo. <br /> <br /> Eu gostaria de saber do senhor Erai Maggi se foi ele mesmo quem as disse ou se foram colocadas ali pelo editor, para ilustrar a matéria? Acho importante esta oportunidade para esclarecer a situação que tem causado mal estar entre a classe produtora que teve acesso a esta revista, tendo em vista poder tratar-se de um mal entendido passível de ocorrer. Erai Maggi, além do peso do sobrenome que carrega é uma liderança, alimenta também pretensões políticas, como fez o primo, Governador Blairo Maggi, e tem o direito ao benefício da dúvida. <br /> <br /> Mas se ele realmente fez tais afirmações, foi extremamente infeliz. <br /> <br /> Todo homem e mulher do campo, proprietário ou arrendatário que com seu trabalho cumprem a função social da terra e garantem a segurança alimentar, o bem estar e a paz social de seu povo, é merecedor de consideração e respeito por parte de todos os demais cidadãos. Isto é assim em todos os países desenvolvidos, educados e civilizados. Por aqui não deveria ser diferente, pois o desenvolvimento do nosso país ao longo de sua história, tem sido alcançado graças principalmente ao setor primário, assim como o vertiginoso desenvolvimento experimentado por Mato Grosso nas três ultimas décadas. E neste aspecto,não importam o tamanho de sua propriedade, a extensão de suas lavouras, ou os números de seu faturamento. <br /> <br /> Infelizmente, mesmo entre nós, agricultores, esta percepção não parece ser consenso. <br /> <br /> Neste momento difícil porque passa o agronegócio de Mato Grosso deveríamos agir com união, trabalho e bom senso, para superarmos a crise. É preciso acima de tudo, sermos solidários com os companheiros que estão tombando pelos campos, nesta batalha injusta que nos foi imposta. Abatidos por diferenças de forças e poderio econômico para enfrentar a crise, mas nunca tombando por covardia, sem lutar até as últimas energias e recursos. Sermos solidários por educação, por consciência e por respeito à história de vida de cada um desses heróis anônimos que não aparecem nas capas das grandes revistas. Mas solidariedade neste caso, penso eu, é para quem já fez também desde cedo o aprendizado da necessidade e do trabalho. <br /> <br /> Para quem conhece a árdua luta pelo pão cotidiano arrancado a duras penas do solo agreste destes chapadões. Solidariedade para entendermos e respeitarmos o estado de espírito atual destes homens e mulheres que por estarem sucumbindo diante desta crise, não merecem de forma alguma serem atingidos pelo rolo compressor do marketing da insensatez comparados ao joio, a erva daninha das lavouras, como se fossem uma praga. <br /> Para termos a real noção do valor desses homens e mulheres do campo, dentro do contexto social de cada município agrícola de nosso estado, deveríamos começar perguntando aos prefeitos destas cidades: Qual o nível de renda aplicado de volta em benefício de sua comunidade pelos mega-produtores? E pelos grandes-médios e pequenos produtores rurais?Quantos pais de família do município eles empregam? É preciso irmos no comércio destas cidades e perguntarmos aos donos de postos de combustíveis: Quem são seus clientes? Irmos nas revendedoras de máquinas, veículos e peças, nas oficinas mecânicas, nos supermercados, nas farmácias, nas borracharias, nas escolas particulares, nos prestadores de serviços etc... E fazermos a mesma pergunta: Quem são os principais responsáveis pelo seu faturamento? Irmos ao vigário da paróquia e nas entidades beneficentes de nossas cidades e perguntarmos: Qual a origem dos recursos que mantém as atividades desta instituição funcionando? <br /> <br /> As respostas a todas estas perguntas não serão diferentes de uma cidade para outra com certeza, e ajudarão a sociedade Mato Grossense a perceber as diferenças existentes e a importância do homem do campo, de uma maneira geral, passando então saber discernir e por si mesma.<br /> <br /> "Separar o joio do trigo”, Compreenderá enfim a nossa luta pela superação da crise da agricultura no Estado, e solidária entenderá que: “Os bons, merecem ficar”, e ficarão... Apesar de tudo...