Prezado Jornalista Polibio Braga, tenho apreciado muito os seus noticiosos diários (Newsletter) porém o "Assunto" de hoje é um verdadeiro exagero. Enriquecer? <br />Diante disto registro o meu protesto. Tenho certeza que represento o pensamento de muitos dos seus leitores.<br /> <br />Por outro lado cumpre esclarecer-lhe que a utilização de milho pelos americanos para o fabrico de etanol, para atender a uma demanda teórica de 5,0% dos 500 bilhões de litros de gasolina anuais por eles consumidos (Substituição total dos padronizadores de octanagem por álcool anidro), representará cerca de 25 bilhões de litros anuais em 2008/09 quando a regra estiver vigindo em todos os Estados Americanos - lá este tipo de regra náo é federal...<br />Continuando o raciocínio, a produção de etanol a partir do milho, dependendo da variedade, gera entre 400 a 425 litros de álcool por tonelada de milho e como resíduo alimentar sobram 300 a 305 kg para o fabrico de rações de consumo animal. Portanto, pouco mais de 2/3 do volume de milho considerado, deixam de "funcionar" como alimento.<br /> <br />Pensando um pouco mais, se os EUA produziram 18 bilhões de litros de etanol em 2006, para alcançar 25 bilhões faltam 7,0 que poderão ser obtidos com 17 a 18 milhões de t de milho a mais, que poderão ser colhidas em cerca de 2,0 milhões de hectares.<br /> <br />A passsagem de 3,0 milhões de hectares de soja para milho na safra 2007/08 pelos EUA, pregada por muitos, me parece um pouco remota neste primeiro ano.<br />O consumo de etanol pelos americanos na forma de Álcool Hidratado em substituição à gasolina por enquanto é muito anti-econômico (É vendido pelo dobro). O consumo deles deverá restringir-se ao uso "mandatório" nestes primeiros anos.<br /> <br />Finalmente, em relação ao Biodiesel apresenta-se uma situação "sui gêneris" - Em um primeiro momento a procura do óleo de soja para esta finalidade ajudou a recuperar os preços da soja mas num segundo momento gerará um enorme excesso na oferta de FARELO e por conseguinte queda nos preços. Destarte é ilusão pensar que a agroenergia de per si fará séria concorrência à produção de alimentos - Ninguém está fazendo idéia do tanto de farelo que sobrará....! <br /> <br />Não se deve também fazer conclusões apressadas em cima da queda das cotações do petróleo. As cotações em Bolsa referem-se ao Mercado "Spot" - a maioria do petróleo consumido no mundo tem custo médio variando de 35 a 40 dólares por barril de 159 litros, trata-se de mercadoria negociada por contratos de longo prazo.<br /> <br />Também não é verdade que um dia o petróleo acabará! Muito antes de ser queimado o último pingo de petróleo do mundo o ar terá ficado tão "irrespirável" que não existirá mais "seromano" (ser humano) vivo para cometer tal insanidade. Entretanto o aquecimento global, apesar de lento parece ser irreversível.<br /> <br />Atenciosamente,<br />Eng. Agr. Telmo Heinen - Consultor Agrícola/Comercial
Prezado Jornalista Polibio Braga, tenho apreciado muito os seus noticiosos diários (Newsletter) porém o "Assunto" de hoje é um verdadeiro exagero. Enriquecer? <br />Diante disto registro o meu protesto. Tenho certeza que represento o pensamento de muitos dos seus leitores.<br /> <br />Por outro lado cumpre esclarecer-lhe que a utilização de milho pelos americanos para o fabrico de etanol, para atender a uma demanda teórica de 5,0% dos 500 bilhões de litros de gasolina anuais por eles consumidos (Substituição total dos padronizadores de octanagem por álcool anidro), representará cerca de 25 bilhões de litros anuais em 2008/09 quando a regra estiver vigindo em todos os Estados Americanos - lá este tipo de regra náo é federal...<br />Continuando o raciocínio, a produção de etanol a partir do milho, dependendo da variedade, gera entre 400 a 425 litros de álcool por tonelada de milho e como resíduo alimentar sobram 300 a 305 kg para o fabrico de rações de consumo animal. Portanto, pouco mais de 2/3 do volume de milho considerado, deixam de "funcionar" como alimento.<br /> <br />Pensando um pouco mais, se os EUA produziram 18 bilhões de litros de etanol em 2006, para alcançar 25 bilhões faltam 7,0 que poderão ser obtidos com 17 a 18 milhões de t de milho a mais, que poderão ser colhidas em cerca de 2,0 milhões de hectares.<br /> <br />A passsagem de 3,0 milhões de hectares de soja para milho na safra 2007/08 pelos EUA, pregada por muitos, me parece um pouco remota neste primeiro ano.<br />O consumo de etanol pelos americanos na forma de Álcool Hidratado em substituição à gasolina por enquanto é muito anti-econômico (É vendido pelo dobro). O consumo deles deverá restringir-se ao uso "mandatório" nestes primeiros anos.<br /> <br />Finalmente, em relação ao Biodiesel apresenta-se uma situação "sui gêneris" - Em um primeiro momento a procura do óleo de soja para esta finalidade ajudou a recuperar os preços da soja mas num segundo momento gerará um enorme excesso na oferta de FARELO e por conseguinte queda nos preços. Destarte é ilusão pensar que a agroenergia de per si fará séria concorrência à produção de alimentos - Ninguém está fazendo idéia do tanto de farelo que sobrará....! <br /> <br />Não se deve também fazer conclusões apressadas em cima da queda das cotações do petróleo. As cotações em Bolsa referem-se ao Mercado "Spot" - a maioria do petróleo consumido no mundo tem custo médio variando de 35 a 40 dólares por barril de 159 litros, trata-se de mercadoria negociada por contratos de longo prazo.<br /> <br />Também não é verdade que um dia o petróleo acabará! Muito antes de ser queimado o último pingo de petróleo do mundo o ar terá ficado tão "irrespirável" que não existirá mais "seromano" (ser humano) vivo para cometer tal insanidade. Entretanto o aquecimento global, apesar de lento parece ser irreversível.<br /> <br />Atenciosamente,<br />Eng. Agr. Telmo Heinen - Consultor Agrícola/Comercial