Poder ter começado o quase "caos" do abastecimento que prevíamos a 3 meses devido a, praticamente, inexistência de política agrícola no País.
Vão tentar de todas as formas achar outros culpados, mas esta é a verdadeira razão.
Há mais de 10 anos, o Governo está tentando se livrar da agricultura, com a politica de "estoque zero" e de "financiamento zero", vez que isto tudo poderia ser feito pela iniciativa privada (ah! ah! ah!, que inocência) e como continuidade da politica liberalista errada e que nunca funcionou em nenhum País.
Por outro lado, incentivou ao máximo possível as exportações de produtos agrícolas e alimentos. Como não houve estimulo real a produção, já falta - e pode faltar ainda mais - comida para o povo e o Governo agora vai ter de tomar algumas medidas antipáticas para reduzir as vendas, como na Argentina, senão a inflação dispara e a guerra poltica em 2010 ficará intensa e perigosa.
È óbvio que neste período as grandes empresas e Bancos lucraram horrores e houve uma significativa transferência de renda do setor agrícola (e do comércio e do povo das pequenas cidades) para o setor industrial, bancário e consumidor.
Veio o novo e elevado endividamento agrícola e apenas 5 anos após a sua "solução total" pela Securitização, PESA, Pesinha, RECOOP etc.. Parce que resolveram a situação nos últimos dias, mas a raiz dos problemas continua e tudo indica que tudo vai ficar para nova pretensa solução em 2012 (daqui a 5 anos).
Na última safra, os preços dos insumos dispararam (até 150% em alguns fertilizantes) e devem subir ainda uns 20% até outubro deste ano (a forte elevação dos preços do petróleo e dos consequentes fretes nos últimos 3 meses ainda não foram repassados).
Por outro lado, entidades representativas e algumas Empresas vão a televisão "gargantearem" inverdades e tudo fica nisto. E inclusive com apoio de canais de TV e sites que sempre se disseram unidos com os produtores rurais e o apoiarem integralmente (viva o liberalismo e o capitalismo).
Estes grandes problemas, estamos citando a uns 4 meses neste site e hoje muitos consultores e analistas já se referem a ele, sinal que estão lendo o site, o que é bom.
Sem dinheiro, sem preços protegidos e com a elevação dos custos, o agricultor vê a sua renda desabar e o endividamento elevar.
Hoje, as necessidades de financiamento da agricultura brasileira ficam em torno de R$ 200,0 bilhões (e por prazos de 2 nos custios a 20 anos nos investimentos e não os que estão aí) e só se chega a liberar R$ 60,0 bilhões, o que obriga os produtores a se endividarem de outras formas muito mais caras e, pior, terem de vender o seu produto de forma antecipada e por baixos preços ante os praticados ao final (perdendo muita renda e pagando juros caros).
A falta de crédito é o maior problema atual da agricultura brasileira, pois também gera dependência pelas grandes empresas.
Se o Governo não tiver, ou não quiser, botar dinheiro novo, muito bem, que se transfira tal encargo para a iniciativa privada, mas que se obrigue as empresas a fazerem seguro dos preços para os produtores, via opções, seja em Chicago e melhor na BM&F.
Com a compra de uma "call" por exemplo (operação que permite aos produtores participarem das altas de preços), o produtor poderia, com total segurança, fazer o máximo de venda antecipada e de trocas, pois teria um seguro de receita garantido.
Se o preço baixar, já teria recebido preliminarmente os recursos ou trocado por fertilizantes e insumos e não haveria problemas; já se subir, ele receberia a diferença das bolsas, pois exerceria a "call". Não há segredos na operação e é muito fácil, pois funciona como um seguro de carro em que se paga um prêmio (custo da "call") para se ter a proteção.
O custo aproximado do prêmio da operação de "call" bem realizada pode ficar entre 3% e 6% do valor protegido (o do endividamento, por exemplo, ou o da renda bruta total) e poderia ser dividido e pago por 3 partes: 1/3 pelos produtores; 1/3 pelas empresas interessadas num convênio e 1/3 pelo Governo federal + estadual (como já ocorre no seguro agrícola). Ficaria muito barato e olha que já tenho a 4 anos o esboço de um "seguro de renda" que une a proteção de preços mais seguro agrícola, muito mais barato e efetivo e com base no modelo da Espanha e do Canadá e que, inclusive, serve de Fundo para a sonhada aposentadoria Rural privada + Plano de Saúde Rural.
Quanto a falta de alimentos, não quero ser adepto e nem apóstolo do "caos", mas poderemos ter problemas mais sérios a partir de setembro e com carnes, lácteos, milho, arroz e trigo. Só há uma forma de reduzir os impactos - vez que também quase não há produtos no mercado internacional para importar e/ou estão muito caros - é pedir as populações para economizarem, guardarem, fiscalizarem e pechicharem ao máximo.
Quanto aos fertilizantes fica a pergunta ? por que a PETROBRAS e a poderosa VALE não são chamadas a participarem do debate e a colaborarem para o País ? A VALE ainda pertence aos brasileiros (Fundos de Investimentos) e também não adianta fazer propaganda bonita se não quer participar e socorrer o povo.
Além de termos cerca de 1.000 minas de fosfato a pesquisar/explorar - totalmente bloqueadas no ineficiente DNPM (há 3 meses escrevemos sobre isto aqui) - e 01 mega mina de potássio a explorar no AM, que tal a PETRO + VALE nos ajudarem trazendo fertilizantes muito mais barato da vizinha África, mesmo que tenha que ser embarcado aos poucos nos navios. Também, muitos agricultores estão recorrendo a produção e uso intenso dos chamados "fertilizantes organo-minerais" (produzidos de forma muito barata no próprio imóvel), só que quase não há pesquisas sobre isto e muito menos financiamentos e incentivos. Aliás, quase ninguem fala sobre isto, talvez por medo das grandes empresas e a pesquisa só diz que é contra, mas na prática está funcionando muito bem (redução de 100% a 70% das compras de fertilizantes qúímicos, sendo que alguns produtores já estão pelotizando os organo-minerais produzido para venderem localmente e muito mais baratos).
Concluindo, sou a favor de um debate positivo sobre a importância do meio ambiente e contra as devastações do País, mas neste momento de possível pré-caos, acho que o assunto mais importante é a fome e a inflação e não dá para, ainda nos debruçarmos sobre isto, e que tanto tempo tem tomado da midia e do povo nos últimos meses.
Amigos do Notícias Agrícolas.
Poder ter começado o quase "caos" do abastecimento que prevíamos a 3 meses devido a, praticamente, inexistência de política agrícola no País.
Vão tentar de todas as formas achar outros culpados, mas esta é a verdadeira razão.
Há mais de 10 anos, o Governo está tentando se livrar da agricultura, com a politica de "estoque zero" e de "financiamento zero", vez que isto tudo poderia ser feito pela iniciativa privada (ah! ah! ah!, que inocência) e como continuidade da politica liberalista errada e que nunca funcionou em nenhum País.
Por outro lado, incentivou ao máximo possível as exportações de produtos agrícolas e alimentos. Como não houve estimulo real a produção, já falta - e pode faltar ainda mais - comida para o povo e o Governo agora vai ter de tomar algumas medidas antipáticas para reduzir as vendas, como na Argentina, senão a inflação dispara e a guerra poltica em 2010 ficará intensa e perigosa.
È óbvio que neste período as grandes empresas e Bancos lucraram horrores e houve uma significativa transferência de renda do setor agrícola (e do comércio e do povo das pequenas cidades) para o setor industrial, bancário e consumidor.
Veio o novo e elevado endividamento agrícola e apenas 5 anos após a sua "solução total" pela Securitização, PESA, Pesinha, RECOOP etc.. Parce que resolveram a situação nos últimos dias, mas a raiz dos problemas continua e tudo indica que tudo vai ficar para nova pretensa solução em 2012 (daqui a 5 anos).
Na última safra, os preços dos insumos dispararam (até 150% em alguns fertilizantes) e devem subir ainda uns 20% até outubro deste ano (a forte elevação dos preços do petróleo e dos consequentes fretes nos últimos 3 meses ainda não foram repassados).
Por outro lado, entidades representativas e algumas Empresas vão a televisão "gargantearem" inverdades e tudo fica nisto. E inclusive com apoio de canais de TV e sites que sempre se disseram unidos com os produtores rurais e o apoiarem integralmente (viva o liberalismo e o capitalismo).
Estes grandes problemas, estamos citando a uns 4 meses neste site e hoje muitos consultores e analistas já se referem a ele, sinal que estão lendo o site, o que é bom.
Sem dinheiro, sem preços protegidos e com a elevação dos custos, o agricultor vê a sua renda desabar e o endividamento elevar.
Hoje, as necessidades de financiamento da agricultura brasileira ficam em torno de R$ 200,0 bilhões (e por prazos de 2 nos custios a 20 anos nos investimentos e não os que estão aí) e só se chega a liberar R$ 60,0 bilhões, o que obriga os produtores a se endividarem de outras formas muito mais caras e, pior, terem de vender o seu produto de forma antecipada e por baixos preços ante os praticados ao final (perdendo muita renda e pagando juros caros).
A falta de crédito é o maior problema atual da agricultura brasileira, pois também gera dependência pelas grandes empresas.
Se o Governo não tiver, ou não quiser, botar dinheiro novo, muito bem, que se transfira tal encargo para a iniciativa privada, mas que se obrigue as empresas a fazerem seguro dos preços para os produtores, via opções, seja em Chicago e melhor na BM&F.
Com a compra de uma "call" por exemplo (operação que permite aos produtores participarem das altas de preços), o produtor poderia, com total segurança, fazer o máximo de venda antecipada e de trocas, pois teria um seguro de receita garantido.
Se o preço baixar, já teria recebido preliminarmente os recursos ou trocado por fertilizantes e insumos e não haveria problemas; já se subir, ele receberia a diferença das bolsas, pois exerceria a "call". Não há segredos na operação e é muito fácil, pois funciona como um seguro de carro em que se paga um prêmio (custo da "call") para se ter a proteção.
O custo aproximado do prêmio da operação de "call" bem realizada pode ficar entre 3% e 6% do valor protegido (o do endividamento, por exemplo, ou o da renda bruta total) e poderia ser dividido e pago por 3 partes: 1/3 pelos produtores; 1/3 pelas empresas interessadas num convênio e 1/3 pelo Governo federal + estadual (como já ocorre no seguro agrícola). Ficaria muito barato e olha que já tenho a 4 anos o esboço de um "seguro de renda" que une a proteção de preços mais seguro agrícola, muito mais barato e efetivo e com base no modelo da Espanha e do Canadá e que, inclusive, serve de Fundo para a sonhada aposentadoria Rural privada + Plano de Saúde Rural.
Quanto a falta de alimentos, não quero ser adepto e nem apóstolo do "caos", mas poderemos ter problemas mais sérios a partir de setembro e com carnes, lácteos, milho, arroz e trigo. Só há uma forma de reduzir os impactos - vez que também quase não há produtos no mercado internacional para importar e/ou estão muito caros - é pedir as populações para economizarem, guardarem, fiscalizarem e pechicharem ao máximo.
Quanto aos fertilizantes fica a pergunta ? por que a PETROBRAS e a poderosa VALE não são chamadas a participarem do debate e a colaborarem para o País ? A VALE ainda pertence aos brasileiros (Fundos de Investimentos) e também não adianta fazer propaganda bonita se não quer participar e socorrer o povo.
Além de termos cerca de 1.000 minas de fosfato a pesquisar/explorar - totalmente bloqueadas no ineficiente DNPM (há 3 meses escrevemos sobre isto aqui) - e 01 mega mina de potássio a explorar no AM, que tal a PETRO + VALE nos ajudarem trazendo fertilizantes muito mais barato da vizinha África, mesmo que tenha que ser embarcado aos poucos nos navios. Também, muitos agricultores estão recorrendo a produção e uso intenso dos chamados "fertilizantes organo-minerais" (produzidos de forma muito barata no próprio imóvel), só que quase não há pesquisas sobre isto e muito menos financiamentos e incentivos. Aliás, quase ninguem fala sobre isto, talvez por medo das grandes empresas e a pesquisa só diz que é contra, mas na prática está funcionando muito bem (redução de 100% a 70% das compras de fertilizantes qúímicos, sendo que alguns produtores já estão pelotizando os organo-minerais produzido para venderem localmente e muito mais baratos).
Concluindo, sou a favor de um debate positivo sobre a importância do meio ambiente e contra as devastações do País, mas neste momento de possível pré-caos, acho que o assunto mais importante é a fome e a inflação e não dá para, ainda nos debruçarmos sobre isto, e que tanto tempo tem tomado da midia e do povo nos últimos meses.
Prof. Clímaco Cézar de Souza
INAESP Brasília
[email protected]