Fala Produtor - Mensagem

  • Ricardo Bergamini Florianópolis - SC 26/03/2008 00:00

    O pagamento adiantado da dívida com o FMI foi uma bela jogada publicitária merecedora do "Oscar" de efeitos especiais do governo, apesar de ter um custo infinitamente inferior do que a dívida interna. O mesmo efeito está sendo usado com o acúmulo de reservas, já que o governo recebe 3,50% nas reservas e paga 13,00% nos reais correspondentes. Custa muito caro ao Brasil, porém tem um efeito na população de soluções definitivas de todos os nossos problemas.

    Imaginem uma geração que cresceu ouvido sobre a maldição da dívida externa e em um determinado momento chega um libertador e salvador e diz que a dívida externa foi exterminada para sempre. Como diria o Duda Mendonça; O que importa para a população se a mágica custa muito caro. Devemos aceitar que o efeito da mágica é brilhante. Conheço pessoas de alto padrão intelectual que não conseguem entender a gravidade da mecânica da mágica.

    O Brasil é remunerado na suas reservas em dólares na base 3,50% ao ano, enquanto os reais correspondentes são remunerados pelo Brasil em 13,00% ao ano, na média do ano de 2007.

    No quadro demonstrativo (abaixo) podemos verificar que:

    1 - A dívida mobiliária interna (DMIM + DMIBC) da União aumentou de R$ 841,0 bilhões (56,91% do PIB) em dezembro de 2002 para R$1.597,1 bilhões (62,68% do PIB) em dezembro de 2007. Acréscimo nominal de 89,90% e acréscimo real de 10,14%.

    2 – A dívida líquida externa (DET) diminuiu de R$ 262,9 bilhões (17,79% do PIB) em dezembro de 2002 para R$ 108,6 bilhões (4,27% do PIB) em dezembro de 2007. Redução nominal de 58,69% e redução real de 76,00%.

    3 – A dívida líquida total da União (Interna e Externa) saiu de R$ 1.103,9 bilhões (74,70% do PIB) em dezembro de 2002 para R$ 1.705,7 bilhões (66,95% do PIB) em dezembro de 2007. Aumento nominal de 54,51% e redução real de 10,37%.

    Não podemos esquecer de duas análise macroeconômica:

    1 - o circulo virtuoso do mercado externo brasileiro ocorreu por fatores exógenos, como segue; considerando o ano de 2000 como base 100 a valorização das commodities de 2000 até 2007 foi: - 1 - Alimentação - 97,50%; 2- Industrial Metais - 164,73%; 3- Industrial Total - 133,18%; 4 – Petróleo – 222,20%; 5- Geral - 113,05%.

    2 – No governo Sarney de 1985 até 1989 o Brasil gerou um saldo na balança comercial de US$ 67,3 bilhões no período, correspondente a 4,57% do PIB, enquanto o governo Lula de 2003 até 2007 gerou um saldo na balança comercial de US$ 189,4 bilhões no período, correspondente a 4,27% do PIB, ou seja, U$ 67,3 bilhões do período de 5 anos do governo Sarney em termos reais valia mais 6,56% do que os US$ 189,4 bilhões dos 5 anos do governo Lula.

    O resto é debate de bêbados.

    Fonte MF - Base R$ bilhões.

    Itens 1994 % PIB 2002 % PIB 2007 % PIB

    DMIM 32,1 9,19 558,9 37,82 1.236,5 48,53

    DMIBC 33,5 9,59 282,1 19,09 360,6 14,15

    DET 22,2 6,35 262,9 17,79 108,6 4,27

    Total 87,8 25,13 1.103,9 74,70 1.705,7 66,95

    Legenda: DMIM - Dívida Mobiliária Interna em Poder do Mercado;

    DMIBC - Dívida Mobiliária Interna em Poder do Banco Central;

    DET - Dívida Externa Total.

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