Fala Produtor - Mensagem

  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 16/09/2010 00:00

    CAFEICULTORES DE TODO O BRASIL, SERÁ QUE ESTA NOTICIA PODE SER COMEMORADA ????

    SE REALMENTE ISSO ACONTECER, 8 MILHÕES DE PESSOAS (TRABALHADORES) ESTARÃO SENDO RESPEITADOS E RECONHECIDOS APÓS ANOS DE DESCASO. -

    Setor cafeeiro se encontra com a candidata Dilma -

    O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, acompanhado do conselheiro Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, do produtor Antônio Lúcio Gomes Santos, da prefeita do município de Três Pontas (MG), Luciana Mendonça, e do presidente da Credivar, José Pedro Garcia Reis, encontrou-se, nesta manhã, com a candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, em sua visita a Varginha, no Sul de Minas Gerais.

    Na ocasião, a presidenciável assumiu, em público, a responsabilidade de acertar a situação da cafeicultura brasileira. “Apresentamos nossas propostas, que focam na repactuação do passivo econômico, considerando a possibilidade de conversão das dívidas financeiras em comerciais, por meio das CPR’s, e a Dilma se comprometeu a fazer contato em poucos dias, prometendo acertar a renegociação através da conversão em produto”, explica Ximenes.

    O produtor Antônio Santos, um dos organizadores do Movimento SOS Café, que reuniu mais de 25 mil pessoas em defesa do setor, na cidade de Varginha, em março de 2009, vislumbra ações positivas para a cafeicultura brasileira após o encontro. “Desde o SOS Café, participei de várias reuniões e esta foi a melhor de todas. A candidata Dilma leu o documento entregue pelo CNC e mostrou estar ciente dos problemas da cafeicultura, dizendo que 80% do proposto serão resolvidos rapidamente”, comenta.

    De acordo com o cafeicultor, a presidenciável também mencionou seu comprometimento com todos os produtores de café do Sul de Minas. “As palavras dela foram: ‘cafeicultores têm que ganhar dinheiro, porque assim continuam a gerar mais empregos’”, destaca Santos.

    Luciana Mendonça, prefeita de Três Pontas, município que se destaca nacionalmente na produção de café, também demonstra confiança de que os problemas financeiros da cafeicultura podem ser solucionados após o encontro. “Pelo que vimos, a presidenciável deixou bem claro que 80% das propostas entregues pelo CNC devem ser solucionados de forma breve, pois ela entende que a situação do café tem que ser resolvida agora, dando um basta depois de todos esses anos de dificuldade”, reitera.

    Ela também salienta a lucidez do presidente do CNC ao apresentar as propostas a Dilma. “Ele explicou muito claramente o que é necessário fazer de imediato, que é a prorrogação dos vencimentos das linhas de financiamento do Funcafé (com prazos finais fixados entre setembro de 2010 e março de 2011, para a amortização, em parcelas iguais, a partir de janeiro de 2013) envolvendo R$ 475 milhões, bem como os demais pleitos (vide a íntegra da proposta abaixo)”, relata.

    No website da campanha, a presidenciável disse que vai tratar a cafeicultura como prioridade, com políticas de crédito e preços. Ela lembrou, ainda, que a produção do café envolve alta tecnologia, o que pode transformar Varginha em um pólo de ensino técnico. “Aqui bate o coração do café. Em parceria com o governo do Estado, darei todo apoio a essa atividade”, promete Dilma.

    O conselheiro do CNC, Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, comenta que a candidata realmente demonstrou conhecimento em relação aos problemas da cafeicultura e à importância da atividade para Minas Gerais e para o Brasil. “Ela deixou claro que, sendo eleita, deseja fazer uma política que dê estabilidade a quem trabalha com café”, diz.

    Ainda conforme ele, Dilma também se mostrou bastante sensível à proposta da transformação das dívidas em produto. “Esses pontos nos fazem considerar como muito importante o encontro de hoje e nos deixam esperançosos de que possamos ter uma boa política para o café, principalmente no que se refere ao endividamento, que se arrasta há bastante tempo”, projeta.

    Os participantes da reunião com a candidata Dilma fizeram questão de enaltecer o trabalho desempenhado pelo presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade. “Temos que agradecer ao doutor Clésio, que, através de sua importância política, articulou e conseguiu que tivéssemos o encontro com a Dilma”, elogia Luciana.

    Por fim, o presidente do Conselho Nacional do Café também fez elogios a todo o trabalho prestado pela base da campanha de Dilma no Estado, os quais viabilizaram o encontro. “Temos que agradecer o empenho do candidato ao senado por Minas Gerais, Fernando Pimentel, do deputado federal, candidato à reeleição, Odair Cunha, e do prefeito Corujinha, do município de Varginha. Estou muito confiante na solução de nossos problemas, pois nunca chegamos tão próximo como nessa reunião”, finaliza Ximenes.

    PROPOSTAS

    TRANSFORMAÇÃO DA DÍVIDA FINANCEIRA EM COMERCIAL

    1 - Alongamento das dívidas do Setor Cafeeiro - Como forma de reverter a situação desfavorável do segmento produtivo faz-se necessário a adoção de medidas estruturantes de apoio ao setor. Sob o aspecto do endividamento bancário, uma solução que se vislumbra viável seria o alongamento das dívidas, a custos financeiros compatíveis com a atividade rural, de tal forma que se recomponha a renda e a capacidade de pagamento de curto prazo dos produtores, recolocando-lhes de maneira sustentável no processo produtivo.

    2- Para alcançar este objetivo propomos a vinculação da produção física das próximas safras ao pagamento da nova obrigação, com a conversão do endividamento financeiro em equivalência-produto, referenciado pelo preço mínimo oficial.

    3- O instrumento principal da operação é a utilização da Cédula de produto Rural – CPR, física (com prerrogativa de recompra financeira antes mesmo do vencimento), título de negociação já bastante difundido no mercado cafeeiro e que demandaria menor grau de adaptação operacional por parte dos agentes financeiros, além de permitir ao Governo a sua comercialização no mercado. A União seria a única beneficiária, e os títulos seriam emitidos com vencimento em parcelas anuais e sucessivas, com prazo máximo de 15 anos.

    4- O modelo para acomodação das dívidas com vistas à revitalização financeira desses produtores dar-se-ia com base nos seguintes termos:

    - Dívidas enquadráveis:

    a) Funcafé

    b) Custeio com Recursos Obrigatórios.

    - Determinação do montante negociável – consolidação dos saldos devedores, acrescidos dos encargos financeiros da repactuação e da remuneração do agente financeiro:

    - Transformação em equivalência–produto, referenciada em preço mínimo oficial, mediante emissão de CPR(S) de longo prazo, com vencimentos anuais, em favor da CONAB;

    - Liquidação das dívidas pré-existentes, mediante:

    I) Funcafé: baixa das obrigações dos agentes financeiros junto ao MAPA, contra a apresentação das pertinentes CPR(S).

    II) Exigibilidade do Crédito Rural: aporte de recursos do Funcafé/Tesouro ou cômputo do valor das CPR(S) na exigibilidade do Crédito Rural mantida eventual exigibilidade pelo Tesouro, quando for o caso.

    5- Mediante a adoção das medidas propostas para a regularização das dívidas do setor obter-se-ia a queda das taxas de juros cobradas em linhas operacionais de crédito de curto prazo, com a conseqüente capitalização dos cafeicultores e dando ao produtor maior capacidade de comercializar suas safras de café em consonância com o comportamento da demanda.

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