Metsul: Brasil terá semana com mais chuvas em seis meses
A semana que começa marcará uma radical mudança no padrão atmosférico no Brasil depois de meses seguidos de chuva abaixo da média na maior do país e algumas cidades há meio ano sem registro de precipitação, indicam as projeções da MetSul Meteorologia para os próximos dias.
O que vem nesta semana, na prática, vai encerrar a temporada seca e marcará o começo da transição para a estação chuvosa, o período do ano em que mais chove em estados do Norte, Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil, conforme a climatologia.
A chegada da chuva será motivo de celebração e alívio para milhões de pessoas depois de meses consecutivos sem qualquer precipitação, umidade do ar baixíssima e calor intenso com temperatura muito acima dos padrões históricos.
Em Brasília, no Distrito Federal, o último recolhimento apreciável no pluviômetro da estação do Instituto Nacional de Meteorologia foi em 25 de abril com 0,1 mm, entretanto a última precipitação superior a 1 mm na capital federal foi em 23 de abril com 19,9 mm.
Em Belo Horizonte, o último registro de precipitação superior a 1 mm na estação convencional foi em 19 de abril com 50,4 mm. Desde então, nestes quase seis meses, a capital mineira anotou ausência de precipitação com tempo muito seco e temperatura acima da climatologia histórica.
Essa realidade vai mudar nesta semana a partir de dois centros de baixa pressão que vão mexer com o tempo em muitos estados brasileiros com aumento da umidade e das taxas de instabilidade atmosférica, o que vai trazer a chuva.
Inicialmente, um centro de baixa pressão atmosférica se aprofunda sobre o Paraguai neste começo de semana e traz chuva para os três estados do Sul, até localmente forte, entre esta segunda e a terça-feira.
Na sequência, entre quarta e quinta-feira, a instabilidade associada ao centro de baixa pressão se propaga pelo Sul do Brasil e chove em muitos pontos do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil, inclusive em locais que não têm precipitação há quase meio ano.
Mas a chuva não para por aí. Na segunda metade da semana, no próximo fim de semana e no começo da semana que vem haverá novos períodos de instabilidade com chuva em muitos locais do Centro-Sul do Brasil à medida que a baixa pressão se desloca para a Região Sul, notadamente no Rio Grande do Sul, podendo dar origem depois a um ciclone em alto mar.
VEJA ONDE E QUANTO PODE CHOVER
Há quase seis meses não se observava um mapa com projeção de chuva para o Brasil com precipitação em tantos lugares do país como se vê para o período dos próximos dez dias. Poucas serão as áreas do território brasileiro, mais concentradas no Nordeste, que não devem ter chuva no período.
O mapa acima mostra a última projeção de chuva para dez dias no Brasil, de acordo com dados do modelo do Centro Meteorológico Europeu (ECMWF), em sua saída da 0Z deste domingo. O modelo pode ser consultado pelo nosso assinante (assine aqui) em nossa seção de mapas.
Como se observa na projeção, muitas áreas podem ter acumulados perto e acima de 50 mm na soma dos próximos dez dias no Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Os maiores acumulados devem ocorrer na Região Sul, em particular em Santa Catarina e no Paraná, onde várias cidades podem somar nestes dez dias marcas de 100 mm a 200 mm.
CHUVA DEVE VIR ACOMPANHADA DE TEMPORAIS
Não serão apenas a chuva que vai retornar para diversas áreas do país depois de muitos meses secos. Juntos retornarão também os temporais, uma vez que a instabilidade se dará sob uma atmosfera aquecida que favorece convecção (movimento ascendente do ar).
Com isso, temporais isolados devem acompanhar as pancadas de chuva em diferentes pontos do Centro-Oeste, Sudeste e o Sul do Brasil no decorrer desta semana e também na próxima. Podem ocorrer episódios de chuva localmente forte a intensa com raios, queda localizada de granizo e vendavais isolados.
A chuva forte a intensa acompanhando temporais localizados podem provocar mesmo alagamentos em algumas cidades, uma vez que as nuvens carregadas podem despejar grande quantidade de chuva em curto intervalo.
Em alguns locais, onde não chove há muito tempo, rajadas de vento acompanhando a instabilidade podem levantar nuvens de poeira com redução de visibilidade. Esse é um risco principalmente em Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal. O mesmo cenário não se afasta para pontos isolados de Tocantins.
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