Fala Produtor - Mensagem

  • Telmo Heinen Formosa - GO 01/07/2010 00:00

    O Senhor Sérgio Mendes confunde PEP com Pepro em relação ao milho. Ele fala em 170 dólares a t de milho exportada, e que o Produtor recebe 200 dólares a t, e que a diferença a ser reposta pelo "Pepro" ao exportador é de 40 dólares a t - mas desconhece a produtividade brasileira do milho.

    Obs, nós não perdemos nada para Argentina e EUA em lavouras idênticas. Nossas Lavouras tecnificadas também produzem uma média de 10 t por hectare.

    Para os leigos: no leilão de PEP de ontem a média de ajuda do Governo alcançou R$ 72,00/t ou seja R$ 67.095.076,00 em 930.688 t - pelo câmbio de R$ 1,80 realmente dá 40 dólares/t. Daqui a pouco a nossa tão decantada vitória dos algodoeiros na OMC poderá ir por água a baixo com tanto subsidio.

    Todavia, as cotações internacionais não atingem 160 ou 170 dólares a t

    Ontem, o fechamento em CBoT [CME] foi de:

    US$ 143.70 JUL/10

    US$ 146.80 SET/10

    US$ 151.18 DEZ/10

    Como se vê as cotações estão abaixo do necessário para completar o pagamento ou a receita referida ao produtor.

    Ao câmbio de R$ 1.80 o Preço Minimo do Milho no MT é de US$ 129.44 e no Paraná, Goiás, MG e MS de onde há exportações também, alcança a cifra de US$ 161.67

    Como a logistica de transporte e comercialização ultrapassa o valor de 40 dólares a tonelada, está aí expressa a inviabilidade para exportarmos o nosso milho.

    Infelizmente o Brasil não tem “Vantagens Comparativas” para disputar o mercado internacional de milho, exceto sazonalmente e a partir do unico Estado litorâneo com excedentes, o PR, talvez o MS. O milho excedente nas demais regiões tem que ser convertido em carne, leite, ovos ou etanol. Acabou-se o tempo de transportar milho do MT para o nordeste. Hoje em dia tem milho sobrando em Goiás, Bahia, noroeste de Minas Gerais, no Tocantins, no Piauí, no Maranhão, de vez em quando até em Sergipe e logo logo até no Pará.

    Se temos este quadro atualmente, imagina quando as cotações internacionais vierem para os niveis tradicionais de 100 a 120 dólares a tonelada.

    Att, Telmo Heinen – Formosa (GO)

    Consultor Comercial da Abrasgrãos

    Comentário referente a notícia: [b]ENTREVISTA: Confira a entrevista com Sérgio Mendes - Dir. da Anec[/b]

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