Preço do leite tem maior alta mensal nos últimos cinco anos, aponta Scot Consultoria
O preço médio do leite pago ao produtor subiu 4,4% no pagamento de junho, referente à produção entregue em maio. Foi a maior alta mensal, nos últimos cinco anos, segundo levantamento da Scot Consultoria.
Considerando a média nacional, o produtor recebeu R$1,108 por litro de leite. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento é de 16,6%, em valores nominais.
A produção em queda e a concorrência entre os laticínios seguem como principal fator de alta do preço do leite no mercado interno.
Segundo o Índice Scot Consultoria de Captação, na média nacional, a produção caiu 2,6% em junho deste ano, em relação a igual período do ano passado.
Em curto prazo espera-se aumento da produção no Sul do país e em Minas Gerais, mas os incrementos deverão ser mais comedidos este ano, em função dos menores investimentos e gastos por parte do produtor na atividade, além de questões climáticas.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, a captação cresceu 3,9% em junho deste ano, em relação a maio. Em junho de 2015, a alta na produção foi de 5,2%, na comparação mensal.
Cabe destacar que o cenário do lado demanda ainda é de cautela em todo o país.
Ou seja, a pressão de alta é em função da menor disponibilidade de matéria-prima no mercado interno e não por causa de uma demanda aquecida.
A ociosidade em alguns laticínios ultrapassa os 30%, segundo pesquisa da Scot Consultoria.
Para o pagamento de julho (produção de junho), 80% dos laticínios pesquisados acreditam em alta dos preços ao produtor e os 20% restantes falam em manutenção.
Para agosto, diminuiu a quantidade de laticínios apontando para alta nos preços do leite, mas ainda assim, não são esperados recuos em nenhuma região do país, mesmo no Sul.
No mercado spot, os preços do leite subiram fortemente em junho, chegando a R$2,00 por litro em São Paulo.
Em Minas Gerais, o preço médio ficou em R$1,84 por litro, com negócios em até R$1,98. Na região Sul, o preço médio ficou ao redor de R$1,80 por litro no final de junho.
Alta de preços também no atacado e varejo de produtos lácteos.
Do lado dos custos de produção, mais um mês de alta (2,7%) em junho, em relação a maio deste ano. Em relação a junho do ano passado, os custos subiram 28,4%. Ou seja, as margens para o produtor continuaram se estreitando no primeiro semestre, mesmo com o preço do leite em alta.
Em curto e médio prazos espera-se alivio do lado do milho, que foi um dos grandes vilões pensando no aumento dos custos de produção da pecuária em geral.
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