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Apesar de clima adverso, Usina Jacarezinho encerrou safra 21/22 com volume "satisfatório em face das questões climáticas"

Publicado em 17/12/2021 16:06 e atualizado em 17/12/2021 18:00
Eduardo Lambiasi - Dir. Corporativo do Grupo Maringá
Moagem de 2,425 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, cerca 10% menor ante a temporada anterior, além de recuo na produção de açúcar e etanol; cogeração de energia teve destaque na temporada

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Entrevista com Eduardo Lambiasi - Dir. Corporativo do Grupo Maringá sobre a balança da safra 21/22 de cana

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O ano foi bastante desafiador por conta das condições climáticas para os produtores de cana, com seca, geada e incêndios, combinado com a pandemia. No Centro-Sul do Brasil, são esperadas perdas significativas, com pouca cana restante para ser moída até março – a expectativa é que o total de moagem fique em torno de 525 a 530 milhões de toneladas.

Apesar das perdas na safra, a Usina Jacarezinho conseguiu ter números dentro das perspectivas iniciais.

Eduardo Lambiasi, diretor corporativo do Grupo Maringá, que administra a usina, contou que o plano inicial de plantio, de entregar cerca de 85 toneladas por hectare na unidade foi mantido, ao contrário de grande parte das lavouras no Centro-Sul brasileiro, onde a produtividade ficou em 70 toneladas por safra. O mesmo vale para o total de moagem, que ficou em aproximadamente 2,5 milhões de toneladas.

Lambiasi atribuiu essa performance às chuvas, que destoaram de outros locais, e, principalmente, ao planejamento, politica de renovação de canaviais, manutenção de idade média saudável e manejo da lavoura, que formam um somatório de fatores: “Quando falamos de commodities, temos fatores externos, como o clima, mas muito do resultado se dá pela gestão, como a gente consegue enfrentar todas as variáveis. Terminamos em um período planejado, exatamente no dia 30 de novembro, que foi a nossa meta”.

Cogeração de energia como forma de aumentar 

Outro ponto destacado pelo diretor é que cada vez mais a melhora do desempenho econômico das usinas está ligado à cogeração de energia e o aproveitamento pleno do potencial de tudo que está contido na cana. Para ele, essa será a premissa básica de sustentação do negócio. “Precisamos ter em mente isso”.

O diretor contou que neste ano a Jacarezinho passou por modificações robustas, com troca de turbina, geradores e caldeiras. Com isso, a usina começou exportar energia. “Foi um sucesso esse início de operação. Já tínhamos alguns contratos com distribuidoras e preços bastante remuneradores, mas aproveitamos também o leilão emergencial da ONS”, afirmou Lambiasi.

Ele ainda revelou que operando na próxima safra com os novos equipamentos, será possível triplicar a exportação de energia: “Ainda sobrou muito bagaço, que poderia ter sido convertido em energia exportada, e é isso que pretendemos fazer no próximo ano”.

Projeções para 2022

No próximo ano, como contou Lambiasi, o pretendido é que a usina possa incrementar em 5% a moagem. Contudo, essa projeção fica dependente do clima. A expectativa é de que o La Niña tenha influência média e as chuvas não fiquem muito distintas na média histórica. Sobre a relação entre a produção de açúcar e etanol, ele prevê um mix equilibrado em 2022, porém um pouco mais açucareiro. Mesmo assim, pela flexibilidade que a usina tem, o mix será calibrado de acordo com o que for mais compensatório.

Por outro lado, o principal foco em 2022 ainda será uma gestão de qualidade. “O mais importante vai ser a gestão. A Jacarezinho tem vocação para exercício do capitalismo consciente, isso é ser um player relevante para a sociedade onde atua. Trabalhamos intensamente no sentido de estruturar as metas e estratégias, incorporando elementos de ESG, visando aprimorar o modele de gestão. A longevidade e perpetuidade dos negócios passa fortemente por esse sistema”, finalizou o diretor.

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Por:
Jhonatas Simião e Igor Batista
Fonte:
Notícias Agrícolas

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