Etanol de milho tem custo menor, rende mais, gera negócios com DDG e energia, e em combinação com cana, usina funciona 12 meses
Publicado em 28/11/2017 14:21
Com 1 tonelada de cana, Usimat/MT produz 90 litros de etanol. Com a mesma quantidade de milho, 410 litros. Mais a ração extraída do processamento do cereal. Para a secagem desse DDG, necessitará de mais bioamassa para ser queimada, como o cavaco de eucalipto, com a qual empresa vai gerar excedente de energia para vender no mercado livre. A tendência é crescer ou manter a proporção de 60% de biocombustível de milho e 40% de cana.
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Por:
Giovanni Lorenzon
Fonte:
Notícias Agrícolas
2 comentários
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Luiz Alberto Carvalho São Paulo - SP
Isso é uma das maiores bobagens sobre custo de produção que já ouvi nos meus 35 anos de agronegócio ("Etanol de milho tem custo menor, rende mais, gera negócios com DDG e energia").... Milho custa R$ 6.000,00/ha e produz, em média, 160 sc/ha, ou 9,6 ton/ha, portanto, R$ 375,00/ton. A 410 l/ton de álcool, temos R$ 0,9146/l. A cana tem um custo de produção de R$ 50,00/ton e, se der os extremamente pessimistas 90 l/ton (estou acostumado com 110 l/ton), teremos R$ 0,45/l, só de custo agrícola... A diferença é tão grande que não é possível que o álcool de milho custe menos que o de cana, posto que há o processo de maltagem antes da fermentação. Ademais, o cavaco de eucalipto não é de graça e a usina pode queimar o bagaço e vender o excedente de energia da mesma forma que a destinada ao milho, porém, com custo menor. O etanol de milho só se pode considerar como viável se o milho for considerado como como co-produto, e a cana pagar todos os custos fixos. Mesmo assim, a coisa só funciona em condições especialíssimas de preço das commodities.
Realmente o seu comentário esgotou o argumento não há do que duvidar----Mas fiquei com uma pulga atras da orelha----As distribuidoras trazem etanol dos Estados Unidos e abastecem toda a região norte do Brasil-- Dizem que e' mais barato----Sera' o frete ? Ou sera' subsidio? ou sera' o fato que o sub produto do milho serve para engorda em confinamento?? ou sera' que as nossas usinas todas financiadas poem no custo as despesas dos juros ????ONDE ESTA" A VERDADE ?
Na verdade são vários motivos, entre eles o subsídio altíssimo ao milho americano em toda a sua cadeia produtiva, incluindo a destilaria. Mas há mais um fator, que é o álcool de 2ª geração a partir da parte aérea da gramínea. Para completar, faltam alcooldutos para levar o produto até o porto de Santos para embarcar em navegação de cabotagem. O retroporto da Coperçucar só armazena açúcar e não álcool. Para finalizar, os navios-tanque, depois de limpos, podem ser usados como graneleiros e existe o porto de Itaquatiara (AM), administrado pela Maggi, fornecendo carga de retorno para os navios de longo curso. De qualquer forma, eu errei na conta... e a coisa é pior ainda: R$ 6.000,00/ha divididos por 9,6 ton/ha representam R$ 625,00/ton... e a 410 l/ton, temos R$ 1,524/l, mais de três vezes os R$ 0,45/l da cana, ambos sem contar o processo de moagem, maltagem e destilação para o milho e moagem e fermentação para a cana. Em alguns casos, a cana sofre o processo de difusão, cujo custo é bastante baixo. Aqui faço uma correção conceitual: quando o produto dilui o custo de outro, é um co-produto, não um subproduto, isso é o que dá o chamado custo-conjunto. Lembre-se de que o bagaço de cana também serve como ração animal e o volume é muito maior que o resíduo do processamento do milho.
Assisti dias atrás no canal rural painéis sobre o etanol de milho...se não me engano passavam uma posição contraria do Luiz...João batista...que tal as pessoas do MT que falaram sobre o assunto se posicionar para que saibamos a realidade... Pois as colocações acima me parecem bem embasadas.
Sem falar que a tecnologia do álcool de 2ª geração está aí para ser implementada, que irá representar o dobro da produção de álcool por tonelada de cana produzida. Segundo os técnicos, isso não vai mudar a co-geração de energia, pois se fala em usar álcoois como matéria-prima nessa mesmas caldeiras onde, hoje, se queima o bagaço da cana-de-açúcar. ... ... Já existe, inclusive, um trabalho em curso de melhoramento genética para obtenção de materiais (cana-de açúcar) com alto teor de fibras, matéria prima para a produção de álcool de 2ª geração. ... ... A cana-de-açúcar vai sofrer mudanças, pois as unidades voltadas somente para a produção de etanol usarão variedades que produzam mais fibras/ha. .... Consequentemente maior produção de etanol/ha....
Sr Luiz Alberto, quem me dera se tivesse uma receita de R$ 6.000,00 por há no plantio de milho. Sou de Goiás e hoje a saca de milho sai entre R$ 25 a R$ 26. Sendo assim o milho pra exportação está em torno de R$ 420,00 a tonelada. Agora, se você tirar uma referencia com a cidade de Lucas do Rio Verde-MT, lá a saca de milho vai estar em torno de R$ 19,00 e a tonelada de milho a R$ 316,00, ... e, se não me falha a memória, lembro de alguns anos atrás nesta mesma cidade ter chegado a R$ 8,00 a R$ 12,00 a saca de milho.... Usinas de álcool de milho são ótimas para os produtores, pois ajudam a regular o mercado..., com relação às usinas de álcool de cana, elas são muito viáveis num raio de 25 km, afora que cada cultivar (milho e cana) tem uma melhor adaptação em cada região... Com relação à Lucas do Rio Verde, uma usina de cana de açúcar que consiga atender toda a região estará a que distancia de lá? Já imaginou o custo do frete? ainda mais com esta nova tabela dos fretes...
Eu não entendo nada de etanol, mas com certeza um hectare de milho não custa 6.000 reais.
Vou tentar responder a todos. Não estou falando em preço por saca, estou falando em custo. O milho safrinha tem custo menor porque grande parte do trato foi pago pela soja anterior. Aí, a produtividade é bem menor, muito embora nossos agricultores sejam muito competentes. Entre minha clientela, a maior produtividade de que me lembro em safrinha foi de 150 sc/ha mas estou falando em médias e não em picos de produtividade. Quanto ao custo de R$ 6.000,00/ha, tomei valores que consideram a depreciação das máquinas, toda a sua manutenção, mão de obra com todas as interferências, até a secagem e armazenamento. De qualquer forma, para que o valor batesse, seria necessária uma produtividade de, para R$ 6.000,00, (9,6 sc/ha x R$ 1,524 / 0, 0,34) 32,19 ton/ha ou 536,5 sc/ha. Calculando o custo por hectare a partir do preço agrícola do litro de álcool teremos R$ 0,45 x 410 l/ha = R$ 184,50/ton, 9,6 ton/ha x R$ 184,50 = R$ 1.771,20/ha, valor que não cobre sequer manutenção de pasto. Suponhamos agora que o álcool de milho seja regulador de preço, como as usinas fazem com o etanol para regular o preço mundial do açúcar, teremos uma crise inusitada na produção de proteína animal porque o preço médio da saca seria de R$ 70,00. Só que isso não aconteceria porque milho é commodity e o Brasil voltaria a ser um grande importador mundial. O discutido aqui já torna o etanol de milho indefensável. Acontece que temos muita coisa nova vindo por aí, como a cana plantada por semente, que reduz drasticamente o custo de renovação de canaviais e a cana transgênica resistente à ferrugem, entre outros males, que dá uma previsão de 200 ton/ha e um rendimento de 250 ./ton. Não se pode esquecer de que foi justamente artificialidade de preços que levou o Brasil a quebrar no auge da cafeicultura, o que se está repetindo agora, tanto que a Índia e a Malásia já nos estão alcançando em produção e o preço do açúcar está caindo inexoravelmente. Isso é que está levando a economia da cana a se reinventar.
Sr. Luiz, por favor seja mais especifico. Quando você diz:... "O milho safrinha tem custo menor porque grande parte do trato foi pago pela soja anterior"... O custo de uma safra não se inicia e encerra na safra em questão? ... Ah! Só mais uma questão ... O mercado mundial de açúcar teve um "balanço" na década passada, segundo consta, por causa do final de incentivos aos produtores de beterraba da Europa, matéria prima para produção de açúcar no continente europeu. A produção de açúcar sofreu uma quebra de 5 milhões de toneladas e, o Brasil conquistou esse mercado. Não devemos nos esquecer que na época a cotação chegou a US$ 31c/l.p. Quanto a ... "como as usinas fazem com o etanol para regular o preço mundial do açúcar" ... Não sei o que isso quer dizer...
Em 2005 orientei um trabalho sobre o carro flexível em combustível. A tese foi justamente que, em o carro podendo usar ambos combustíveis, o álcool passaria a concorrer com a gasolina e, até então, o carro a álcool concorria com o carro a gasolina. Sobre isso, sugiro que leia sobre bens concorrentes de bens complementares. O fato é que, quando o preço do açúcar cai, as usinas pressionam o aumento da percentagem de etanol na gasolina, tal que a oferta diminua e o preço volte a subir. Só para lembrar, a adição de etanol na gasolina foi artifício usado para dar sumiço no excedente de açúcar na crise de 1929. O IAA, fundado em 1933, teve como primeira medida essa adição. Nos anos 1950, no Nordeste, a adição chegou a 50%, o que só se veio a regular nos anos 1960, quando ela caiu para 3%. Essa queda deveu-se ao bloqueio de cuba, quando o Brasil assumiu as quotas que, até então, eram destinadas à ilha. Para mais detalhes, sugiro que leia minha tese de doutorado. O fato é que o álcool, desde há muito que vem sendo a válvula de escape para as quedas no preço do açúcar e foi justamente a sua alta que provocou a falta de etanol no início dos anos 1990. Sem dúvida que o fim do subsídio ao açúcar de beterraba ajudou a manter os preços mas não se esqueça de que, o Brasil era o primeiro produtor com 36 milhões de toneladas contra 14 da Índia (ataque de ferrugem em 2010) e 6 da Austrália. Hoje, Brasil, Índia e Malásia estão mais ou menos empatados com 31 milhões de toneladas anuais e o estoque mundial já excedeu as 108 milhões de toneladas. Ao mesmo tempo, o crescimento do consumo tem estado consistentemente menor que o da população mundial, em parte pela urbanização que requer menor consumo de hidrato de carbono pelas pessoas. Daí a perspectiva de preço a longo prazo não ser boa. Pelo que entendi de comentários anteriores, a ideia é justamente fazer com que, em o milho podendo ser transformado em etanol, maior volume dele possa ser destinado a esse fim, empurrando o preço para cima pela redução dos estoques. Não acredito que dê certo pelos motivos que elenquei anteriormente. No caso do açúcar, deu certo por algum tempo porque tínhamos a hegemonia em vantagens comparativas reveladas. quanto ao milho safrinha, é sabido que as leguminosas fixam nitrogênio no solo e o plantio anterior dilui custos com preparo mecânico de solo (feitura de curvas de nível, descompactação, destorroamento e possível destoca). Atualmente até estamos considerando a soja e o milho como coprodutos de uma só atividade, lavoura branca.
Sr. Luiz, o menor custo pra produzir álcool ou açúcar no Brasil, é no estado de São Paulo. Neste estado, caso se formos fazer álcool de milho pra aproveitar a entressafra da cana, realmente não há conta que feche. Com relação a estados que estão longe dos portos, o preço do milho se deprecia de acordo com a distancia devido ao frete..., agora, com relação ao custo do seu hectare de milho, vou dizer que vc está equivocado. O custo de investimentos , manutenção de máquinas, arrendamento, etc, é diluído com a soma que vc planta no verão e na safrinha..., qualquer produtor que tenha um custo variável por volta de R$ 2.500,00, no mínimo está sendo laranja de alguém (se não for coisa pior). Em se falando em alimentação animal, o bagaço de cana hidrolisado tem apenas energia, muito diferente do DGS que é um produto com alta concentração de proteína.... Em resumo, vc está levando em consideração apenas um produto dos vários que é tirado do processamento do milho. Qualquer analise desse tipo acaba sendo equivocada.
Não sei se você leu minhas intervenções anteriores mas que já considerei os outros cultivos, a ponto de nós, especialistas em custos agrícolas, já considerarmos a soja e o milho safrinha como dois coprodutos de uma só atividade chamada lavoura branca. Outro leitor até me pediu para explicar melhor isso. A distância até o local de consumo não tem a ver com custo de produção porque custo é o esforço em produzir. Os bons profissionais de controladoria encaram o frete até os pontos de armazenamento como redutor de receita e não como agregador de custo. Os coprodutos das usinas, seja de cana, seja de milho, são um capítulo à parte que eu só citei de passagem. Por enquanto, estamos só discutindo custos dentro da porteira. A lavoura branca dilui principalmente custos com preparo de solo mas não com plantio, cultivo e colheita. Vou pedir permissão para alguns clientes para publicar custos de milho mas, nem nos anos 2000, com diesel a R$2,00/l o custo com milho era de R$2.500,00.
R$ 6.000 em um ha de milho?
dejair minotti jaboticabal - SP
Senhor Vital, é indiscutível que as usinas mix serão a grande solução para os problemas do preço do milho no Mato Grosso..., como a cana é 100% própria e o milho praticamente 100% comprado, não foi colocado que em 1 hectare a cana produz mais, Com a produtividade (excelente) de 8 tons de milho/hectare teremos 3.200 litros de etanol de milho, portanto em 80 toneladas de cana teremos 7.200 litros de etanol de cana... , Ou seja, 4.000 litros a mais por hectare. Isto não é o mais importante, vejo a possibilidade de uma remuneração melhor do produtor de milho, uma vez que 80% dos equipamentos são de uso comum, a utilização é explendida e a depreciação de ativos cai enormemente, depois no DDG para arraçoamento de bois, porcos e aves, deve suprir bem o custo energético para produção. Quando o vejo que usinas pagaram 3 reais por saco a mais, estava 13 e pagaram 16 reais (agosto 2017), penso que é pouco, exceto uma comprovação de custos, o que não vem ao caso. Com o exemplo do grupo Cururipe em Campo Florido-MG acima dos valores obtidos pela Consecana, vejo que esta na hora da agroindústria melhora a transparência junto ao produtor para um lado ou outro. Parabenizo a iniciativa de produzir etanol de milho mas precisa-se pensar no produtor.
Parabéns aos empreendedores que estão de fato botando a mão na massa e viabilizando o uso do milho para a produção de etanol. Menos dependência da subvenção do governo com intermináveis compras para tentar equalizar o preço do produto.
O governo até deve apoiar a construção dessas usinas, mas sempre com o devido critério e sem os erros do passado em que valia mais a ajuda aos compadrios.
Pois e' !!! Apesar do milho render menos etanol, o etanol de milho dos Estados Unidos e' mais barato que o brasileiro-----Tem muito coelho neste mato
Sr. Carlo... Há um bom tempo, uma criaturinha disse:... "Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta". Essa "criaturinha" era nada menos que Albert Einsten... ... ... Imagino o "tanto" de coelho que se esconde neste mato !!!
Lá nos USA os americanos usam o DDG para ração nos confinamentos que eles fazem, mas não precisam usar o cavaco de eucalipto para a separação do álcool. Sabe o que eles usam? ... ... O esterco seco dos animais confinados é usado como fonte de calor para a destilação do álcool. ... ... Essa doença é a mesma do biocombustível do pinhão manso, mamona. Lembra do tempo em que o Lula era presidente e vinha com esses "171" e, que num evento o paranaense mais sabido mordeu uns caroços de mamona. Quem é ele? Roberto Requião... ... Quantas unidades de produção de biocombustível estão em operação no Brasil, cuja matéria prima seja pinhão manso ou mamona? ... ... Isso é mais um "sonho" do que restou do lulopetismo no país...
O biogás da vinhaça poder suprir 30 a 40% da necessidade de biomassa...
Os subsídios americanos à produção de milho, por décadas, simplesmente inviabilizava a produção brasileira do grão. Penso que, se não fosse o plantio direto e o consórcio com a soja, não seríamos produtores significativos de milho seco. Produziríamos, porém, para silagem e algum tipo de consumo humano. Para quem gosta de literatura não técnica e quer entender o subsídio americano ao agronegócio, sugiro ler "OS ANOS DA SECA" de Elmer Kelton em dois volumes na edição portuguesa e em um volume na edição brasileira. Sem entender os subsídios agrícolas americanos, não se entende como o etanol de milho de lá possa ser tão barato.