Oferta brasileira de açúcar pode reduzir em quase 2 milhões de toneladas e mudar cenário de preços no mercado internacional

Publicado em 25/05/2017 16:21
Confira a entrevista com Arnaldo Luiz Corrêa - Diretor da Archer Consulting
Mudança do mix para etanol, produção de matéria prima abaixo das previsões iniciais e menor ATR em função do envelhecimento dos canaviais são alguns fatores que podem influenciar na redução de oferta do açúcar

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Arnaldo Luiz Corrêa - Diretor da Archer Consulting

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A China pode aumentar sua taxa de importação, o que afetaria diretamente o açúcar brasileiro. Hoje, o Brasil tem uma cota a ser enviada para o país que dá conta de uma cobrança de 15% em cima dos impostos.

De acordo com Arnaldo Luiz Corrêa, sócio-diretor da Archer Consulting, a China tem tentado fazer um programa interno de incentivo à produção de açúcar, mas não tem conseguido aumentar sua produção. Por isso, tem importado para atender sua demanda.

Ele acredita que o Brasil recebeu essa questão com bastante surpresa, mas acha que é uma atitude desesperada por parte da China para apoiar a indústria interna. Comprar açúcar mais barato, com o imposto de importação, se tornaria mais lucrativo para a China.

Em termos de mercado, ele não vê isso com um grande fator, mas a longo prazo, isso deve ser construtivo, uma vez que o Brasil está estagnado na produção de cana. Corrêa vê que, nos próximos anos, o Brasil não terá cana suficiente para manter o mesmo mercado que possui hoje e um possível aumento de demanda de combustíveis. Se houvesse uma retomada da economia, segundo Correa, este momento mudaria.

Quanto aos preços, o sócio-diretor visualiza que as mínimas já foram atingidas no mês anterior. Em contrapartida, o dólar traria um efeito para a gasolina, o que diretamente afetaria o etanol. Assim, não haveria mais espaço para a queda neste mercado.

Considerando o mix de açúcar, Corrêa acredita que terá uma redução ou não cumprimento na expectativa de 36 milhões de toneladas para a próxima safra, com uma redução de 1,8 milhão de toneladas, o que é, justamente, o superávit esperado pelo mercado, que mantém os preços em baixa, tendo em vista que a produção está estreita no Brasil.

A crise do setor, na visão de Corrêa, ainda não acabou. Há um endividamento grande impactado pela crise e o setor, hoje, está devendo cerca de 87 bilhões de reais, cerca de 140 reais por tonelada. Entretanto, no ano passado, houve uma redução de endividamento, devido ao aproveitamento de parte de algumas usinas do mercado em alta.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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