Petróleo derruba preços do açúcar no mercado internacional. A baixa é pontual, diz o prof. Fava Neves
O preço do açúcar internacional, puxado pela queda do petróleo, perdia 2,73% na tarde desta quarta-feira (19), com a libra-peso valendo US$16,38. De acordo com Marcos Fava Neves, pesquisador e professor da Universidade Estadual de São Paulo (USP), o momento é difícil para o açúcar, mas essa queda não configura uma tendência. Ele lembra também que a relação entre o petróleo e o açúcar vem da competição entre gasolina e etanol.
Em média, as cotações do açúcar devem ficar entre US$16,50 a US$18,00, de acordo com o professor. Haverá um problema na safra de cana brasileira. Segundo ele, as expectativas começaram a cair e o Brasil não deve chegar a 600 milhões de toneladas. Ele também diz não ver com pânico os preços no mercado internacional porque isso leva os concorrentes a serem desestimulados a aumentar a produção.
"Quando tem preços bons, todo mundo começa a fazer mais açúcar e o déficit entre consumo e produção diminui", explica Fava Neves, lembrando do ocorrido no ano passado.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou hoje seus números constatando que a safra será 1,7% menor em volume, mas que deve crescer 1% em produtividade. Essas informações vão ao encontro do que foi apurado por Fava Neves, de que os preços devem acompanhar o ano passado ou serem até um pouco menores. A expectativa, para o Brasil, é reconquistar também o mercado do hidratado perdido anteriormente.
Caminhos da Cana
O professor realiza um projeto chamado "Caminhos da Cana", que está em seu último ano no formato atual. Hoje, o projeto está na cidade de Assis (SP). Ele conta que o Caminhos da Cana consiste em levar informações aos produtores e, ao mesmo tempo, interagir com esses produtores para saber o que acontece no campo.
Em Assis, por exemplo, os produtores estão preocupados com a produtividade, projetando novamente uma queda para este ano, em função da ocorrência de geada e problemas com chuvas.
Hoje, Fava Neves realizará uma palestra na Loja Maçônica da cidade, depois da apresentação da Bayer, que é parceira do projeto. Depois, em 11 de maio, o projeto parte para a cidade de Dourados (MS), onde a produção da cana é mais voltada para o etanol. No segundo semestre, o professor também partirá para mais 15 eventos juntamente ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Lava Jato
Falando do momento político do país, o professor se diz que "procura sempre ser otimista" e que acredita que o ano de 2017 "entrará para a história do Brasil como ano das grandes mudanças da nossa sociedade e também de uma reforma da nossa mentalidade". Ele classifica as delações realizadas pela Odebrecht como "chocantes", devido à "neutralidade com a qual esses executivos contam essas falcatruas" e acredita em uma "grande mudança no ano que vem", com a operação tirando "muitas figuras do nosso quadro político".
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