Soja: Recuperação dos preços no BR ainda tem fôlego, em especial para produto disponível, diz consultor

Publicado em 25/07/2023 09:52 e atualizado em 25/07/2023 14:08
Aaron Edwards
Melhora dos preços no BR tende a continuar, apesar de fundamentos negativos do longo prazo, o que poderia pesar, inclusive, sobre os preços da safra nova. "Para a safra nova, travar rentabilidade é uma decisão muito sensata de gestão de negócios", explica consultor americano.

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A safra 2023/24 dos Estados Unidos ainda tem muito a oferecer de informações ao mercado, com as lavouras apenas entrando em seus estágios mais críticos de desenvolvimento e com previsões climáticas que ainda acendem sinais de alerta, com poucas chuvas e temperaturas em elevação. "A soja dos EUA não está garantida, não estão boa. Mas o ajuste (pelo USDA de 1% a menos no índice de bom/excelente) dessa semana não é muito drástico, muito significativo", explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing. "Não sabemos ainda se uma soja se estabilizando em um patamar ruim ou se pode piorar ainda mais". 

Edwards lembra, no entanto, que mesmo sendo esta uma safra menor, estará disponível mais cedo ao mercado, uma vez que o plantio ocorreu em um ritmo mais acelerado, mais cedo, se concluindo antes do que acontecia em safras anteriores. 

Assim, o mercado segue acompanhando de perto tais desdobramentos para se posicionar. O consultor complementa dizendo que apesar das recentes altas, o que mais lhe preocupa são os fundamentos de longo prazo, em especial as expectativas em torno da safra 2023/24 da América do Sul. 

"Não tem soja nos EUA, mas terá logo. Ainda tem soja no Brasil e se o Brasil produzir o que o Brasil produziu no ano passado e a Agentina uma safra normal, só esses dois países podem superar 200 milhões de toneladas. E a pergunta de quem é comprador é se haverá mais soja em dois, três, seis meses. E não é que a demanda está fraca, mas ela não tem previsão de absorver todo este 'extra' que vai entrar no mercado. No mais longo prazo, meu receio é que estes patamares de preços não irão continuar", diz o especialista. 

Para o produtor brasileiro, os momento são importantes e precisam de atenção, em especial com as cotações na CBOT ainda atuando acima dos US$ 13,00 a US$ 14,00 por bushel. "Para a safra nova, travar rentabilidade é uma decisão muito sensata de gestão de negócios. Para a soja disponível, a situação é diferente porque só tem soja no Brasil agora, então temos visto uma boa recuperação no mercado físico brasileiro que tem um certo fôlego ainda até que comece a competir com a safra americana. Então, soja disponível, especialmente se visa resultados em reais, ainda o produtor pode ter um pouco de paciência", detalha o consultor. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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