Resistência dos US$14,50/bushel está sendo testada e pode ser rompida ao longo de novembro, ajudando a soja em Chicago a buscar os US$ 15/bushel
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Resistência dos US$14,50/bushel está sendo testada e pode ser rompida ao longo de novembro, ajudando a soja em Chicago a buscar os US$ 15/bushel
O mercado da soja fechou o pregão desta quinta-feira (3) no vermelho na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja terminaram os negócios perdendo pouco mais de 10 pontos nos principais vencimentos, porém, amenizando um pouco as baixas em relação ao que se registrou durante o dia. o novembro fechou o dia com US$ 14,26 e o maio com US$ 14,51 por bushel.
Segundo o consultor de mercado da Roach Ag Marketing, o mercado segue encontrando resistência no patamar dos US$ 14,50 por bushel. "Se olharmos os três últimos pregões veremos que estamos testando esse patamar de preço. Passa um pouco, devolve, e a grande pergunta agora é se esse patamar vai fracassar ou vai romper e servir como um novo suporte do mercado?", diz.
Edwards afirma que há uma sustentação importante para os preços da oleaginosa na CBOT, a pressão de vendas nos EUA - com a conclusão da colheita bem próxima - deve diminuir agora e os olhos agora se voltam ao clima na América do Sul, problemas logísticos e ao comportamento da demanda.
"Sou otimista em relação a este mercado, pelo menos no curto prazo", afirma o consultor. "Eu ficaria surpresa se não conseguissemos romper esse patamar, é algo para acompanhar de perto. Hoje a minha opinião é essa".
O consultor destaca também a força dos prêmios, que seguem fortes e que evideciam a presença da demanda. Mais do que isso, os fundos especuladores também voltam a comprar, ajudando no fortalecimento dos sinais positivos para o mercado da commodity em Chicago.
Para o produtor brasileiro, a necessidade de um planejamento comercial se mostra cada vez mais necessária, em especial diante de um terceiro ano de La Niña impactando a América do Sul, além da crise dos alimentos e dos processos de controle de inflação que podem provocar uma pressão ainda mais intensa sobre as commodities agrícolas.
"Eu sou otimista de que daqui até o final do ano vamos ter boas oportunidade de venda e de que os preços estarão razoavelmente sustentados até que tenhamos mais certeza da safra norte-americana e da safra brasileira. Então temos, na minha opinião, de seis a nove meses de preços bem sustentados, mas quando começarmos a tranquilizar esses estoques em nível mundial, esse quadro começa a mudar e é preciso ter cuidado", conclui Aaron Edwards.
BAIXAS EM CHICAGO
A pressão sobre a soja e as demais commodities se intensificou, principalmente, depois dos anúncios do Federal Reserve no dia de ontem, aumentando a taxa básica de juros do país, dando espaço para uma forte alta do dólar. A alta do dólar index passava de 1%.
O chairman do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, em seu discurso nesta quarta, afirmou, no entanto, que existem ainda incertezas sobre até onde os juros precisam subir e que eles poderiam ficar acima do estimado em setembro.
Powell fala ainda sobre uma reavaliação do ritmo nas altas da taxa, porém, também sem dar mais detalhes. "Pode acontecer já na próxima reunião ou na outra", disse Powell. "Nenhuma decisão foi tomada. É provável que tenhamos uma discussão sobre isso na próxima reunião", disse.
Ainda nesta quinta, a China voltou a afirmar que tem registrado o maior número de casos de Covid-19 desde agosto e que as duras medidas de controle e de tolerância zero à doença continuam. Todavia, na última terça-feira, a agência estatal de notícias da nação asiática, a Xinhua, noticiava sobre uma possibilidade de relaxamento de tais medidas.
No entanto, como explica a equipe da Agrinvest Commodities, "os estoques de soja e farelo na China continuam muito baixos. A China ainda precisa cobrir boa parte de sua demanda para dezembro e janeiro".
No reporte semanal de vendas para exportação, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe vendas de soja dentro das expectativas do mercado. Os Estados Unidos venderam 830,2 mil toneladas de soja na última semana, enquanto os traders esperavam algo entre 700 mil e 1,6 milhão de toneladas. A maior parte foi adquirida pela China, que respondeu pelas compras de mais de 740 mil toneladas. Em todo ano comercial, os EUA já comprometeram 32,297,8 milhões de toneladas da oleaginosa, 1% a mais do que no mesmo período do ano ano passado. O USDA estima que em toda temporada sejam exportadas 54,16 milhões de toneladas.
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