Pronunciamento de Trump contra a China pode ter consequências imprevisíveis para o mercado, mas deve favorecer o Brasil

Publicado em 29/05/2020 17:49 e atualizado em 30/05/2020 19:27
Carlos Cogo - Sócio-Diretor da Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio
Venda de soja para os chineses segue lucrativa. Para safra nova as margens brutas no Cerrado chegam a 44%

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A sexta-feira (29) se encerra com o mercado da soja em campo negativo na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa fecharam o pregão com perdas de 4,25 a 6,25 pontos nos principais contratos, levando o julho a US$ 8,40 e o agosto, US$ 8,43 por bushel. 

Durante toda a semana, o mercado internacional caminhou sem muita força, lateral, de olho nas notícias que partem do front da demanda. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) até anunciou uma nova venda de soja de 132 mil toneladas da oleaginosa para a China, mas insuficiente para dar fôlego ao mercado. 

No entanto, o mercado agora está mais atento ao que pode acontecer na próxima semana, quando serão conhecidos os efeitos da fala do presidente americano Donald Trump. Em um pronunciamento feito no final desta sexta, após o fechamento dos mercados, atacou duramente os chineses, entre outros motivos, por conta do novo coronavírus. 

"Nossas ações serão fortes, nossas ações serão significativas", disse Trump durante sua coletiva, sem responder perguntas da imprensa. "O padrão de má conduta da China é bem conhecido", completou. Todavia, já é sabido que esse distanciamento ainda maior entre China e EUA deverá continuar favorecendo o agronegócio brasileiro. 

Como explica Carlos Cogo, diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, com a pouca disponibilidade de soja no Brasil, um dos setores mais beneficiados poderia ser o de proteínas animais. A China já vem importando bastante das três carnes, inclusive do Brasil. E o mercado brasileiro tem espaço para ampliar suas vendas externas diante de um consumo interno menor neste momento. 

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Ainda assim, Cogo lembra que há uma demanda chinesa por soja ainda necessária para ser cumprida nos EUA, diante da oferta escassa no Brasil. "Nós não teremos para atender os chineses e eles terão que comprar no mercado americano, e a parte boa é que os preços para o Brasil da safra 2020/21 ficariam mais fortes", explica o analista. 

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Por:
Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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