Em meio à maré de notícias tristes, a aula de produtividade do campeão Mauricio de Bortolli
Confira a mesa redonda que ocorreu na Big Safra:
Que a epidemia de coronavirus trará consequencias negativas e gravíssimas para o comercio mundial de grãos, disso ninguem duvida. Nessas horas, porém, o bom-senso recomenda cautela e firmeza nos propósitos da produção de alimentos - que, segundo analistas, deverão ser procurados com mais intensidade assim que o impacto das noticias cruéis forem absorvidas pelos países e sociedades.
O Brasil continuará a ser o principal país fornecedor de alimentos para o mundo. E a meta do aumento da produtividade no campo é a mensagem do Notícias Agrícolas nesses dias tristes, de manchetes dolorosas. Por isso temos a honra e a alegria de - contrapondo-se ao pessimismo advindo da epidemia - mostrar os segredos e os sucessos de Mauricio de Bortoli, gaúcho de Cruz Alta, campeão de produtividade do Cesb 2019.
Em palestra transmitida pelo Notícias Agrícolas, direto de Mafra (SC), Mauricio ensina a todos que não é só possivel conseguir essa marca, como ultrapassá-la já nesta safra de 2020.
Para conseguir o titulo de campeão de produtividade, Mauricio colheu 123,88 sacas/hectare iniciando sua safra com cuidados na fertilidade do solo ("nunca ficar descoberto, o solo não deve ver o sol", ensina), escolher sementes testadas no quesito vigor, semear sem pressa e colher com firmeza. No meio, nunca deixar de visitar os talhões para fiscalizar a sanidade e impedir o surgimento de pragas e doenças.
Nesta aula mágica de como fazer bem feito, demonstrada no workshop da empresa BigSafra, Mauricio deixou um recado final:
--"Estou inscrito em nova rodada do concurso Cesb; vou superar a minha marca... mas outros poderão avançar ainda mais, ser os novos campeões".
Os produtores brasileiros estão desafiados.. (Aproveitem a aula do campeão 2019... e vamos em frente!).
'Acordo EUA-China pode reduzir exportações', diz diretor do Itamaraty ao Estadão
Brasília - O diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio do Ministério das Relações Exteriores, Alexandre Peña Ghisleni, afirmou, em entrevista ao Estadão/Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, que o acordo comercial entre Estados Unidos e China deve obrigar o agronegócio brasileiro a redirecionar suas exportações. Ele lembrou que a negociação entre os dois países prevê um comércio anual adicional de US$ 32 bilhões dos EUA para os chineses, o que pode prejudicar as vendas brasileiras aos orientais. A seguir, os principais trechos da entrevista.
A China é o maior cliente do agro brasileiro e sofre com um surto de coronavírus. Dá para ter uma ideia dos impactos para o comércio?
Para o comércio, ainda não. A gente vai ter de ver um pouco como evolui essa epidemia, porque já começou a afetar a circulação de pessoas. Na nossa relação com a China, a preocupação principal é saber como vai ser a administração do acordo entre os Estados Unidos e aquele país. Não está claro o que vai ser feito, como vai ser implantado o acordo. Só na área do agro, a China se comprometeu a importar US$ 32 bilhões a mais (por ano) dos Estados Unidos. Essa é uma questão que a gente está acompanhando com interesse, porque vai repercutir no comércio agrícola internacional de uma maneira geral. Se os Estados Unidos forem efetivamente vender US$ 32 bilhões a mais, eles têm capacidade de produzir tudo isso? Ou vão redirecionar as vendas? Se eles redirecionarem, quais são os mercados em que nós vamos poder entrar no lugar dos Estados Unidos? Você pode ter um rearranjo de relações comerciais muito grande.
Esse rearranjo pode ser bom para o Brasil, porque o País pode ampliar o destino dos produtos de agronegócio e ficar menos dependente da China.
É difícil, mas talvez até seja um efeito colateral positivo desse acordo. Veja, 86% da soja brasileira estava sendo exportada para a China. Uma área em que pode haver expansão das exportações americanas para a China para poder chegar a US$ 32 bilhões é a soja. Essa é tipicamente uma área em que teríamos interesse em recuperar o mercado que os americanos vão abrir. Diversificação, nesse caso, é uma questão muito importante. Isso também tem a ver com a abertura de mercados, que é uma preocupação nossa. Não só a diversidade da pauta, mas dos exportadores.
A preocupação do ministro Ernesto Araújo é o fato de que a nossa relação comercial esteja concentrada em alguns poucos parceiros. A China, apesar da redução de crescimento, ainda está crescendo mais de 5% ao ano. Digamos que houvesse uma recessão, o que na história econômica dos países é algo normal. Então, o que aconteceria com o quadro brasileiro?
O Sudeste Asiático, com uma população gigantesca, seria um caminho?
Quando se fala em novos parceiros, você vê o Oriente Médio, que se tornou muito importante na parte de proteína animal. O Sudeste Asiático é uma área em que temos potencial de expansão muito grande para a Indonésia, as Filipinas. Até no Vietnã estamos abrindo mercado. Uma coisa que joga em nosso favor, uma das principais vantagens de se ter assinado o acordo entre Mercosul e União Europeia, é ter o selo de qualidade. Ou seja, quando você diz a determinado parceiro que o seu produto é aceito pela União Europeia, isso aumenta o grau de dificuldade para o outro lado dizer que não vai aceitar. Isso abre portas para a gente.
Não dá para criar barreira técnica, não tarifária, certo?
Vai precisar de mais imaginação para criar barreiras, vai precisar de um esforço maior para fazer isso. A China vai continuar sendo um grande parceiro e é provável que continue o nosso maior parceiro. Mas, se você olhar o crescimento quase exponencial nos últimos anos, nosso cenário provável para este ano, dependendo de como for a admnistração desse acordo entre os EUA e a China, vai ser, com sorte, a estagnação. Mas mais provavelmente haverá uma redução.
O presidente Bolsonaro anunciou o Conselho da Amazônia, com intuito de mostrar ao mundo que o Brasil está agindo pelo meio ambiente. Na visão do senhor, qual é a importância de passar essa mensagem para o agronegócio?
Essa é uma das questões mais sensíveis que existem. Lendo a imprensa internacional, o agro está destruindo a Amazônia. A gente tem tentando levar para a Europa, por meio das embaixadas e consulados, esclarecimentos de que não são os exportadores brasileiros que estão destruindo a Amazônia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo (por Julia Lindner e Gustavo Porto).
Bolsonaro estima queda de 3% em exportações brasileiras com coronavírus
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro estimou nesta sexta-feira, 31, após se reunir com ministros no Palácio da Alvorada, que as exportações brasileiros sofram um impacto negativo de 3% por causa da epidemia de coronavírus na China. O presidente reforçou que a economia terá "em parte algum problema", mas que a questão é debatida pelo governo.
"Nossas exportações, no momento, pode ser que afetarão 3%. Isso pesa para nós. Afinal de contas, a China é o nosso maior mercado exportador (importador)", declarou. O presidente exemplificou dizendo que a China já perdeu "1% de seu crescimento".
"Tenho conversado com o Paulo Guedes (ministro da Economia), conversado com o Roberto Campo (Neto, presidente do Banco Central). Hoje de manhã conversei com o Roberto Campos sobre a questão econômica. Está todo mundo envolvido e preocupado em dar uma pronta resposta para a população. Se tivermos algum problema, a gente vai anunciar o problema. Nada será escondido", disse.
Com coronavírus na China, compras de grãos dos EUA deverão ser limitadas, diz FAO
Nova York, 31 - O surto de coronavírus deve limitar as compras de produtos agrícolas norte-americanos pela China, avalia o economista da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Abdolreza Abbassian. "Já era um pouco difícil matematicamente descobrir se a China realmente cumpriria esse compromisso (acertado na primeira fase do acordo comercial)", disse a FAO. "Agora, a situação se deteriorou mais do lado da demanda. Isso não é culpa da China", acrescentou.
Como parte da primeira fase do acordo comercial assinado entre China e Estados Unidos, os chineses concordaram em aumentar a importação de produtos agrícolas americanos em US$ 32 bilhões nos próximos dois anos.
O economista lembrou, ainda, que a China foi cuidadosa na assinatura do acordo e pontuou que as suas compras estariam sujeitas às condições do mercado.
O agravamento da disseminação do vírus pressiona as cotações de grãos e oleaginosas, já que traders temem pela redução da demanda chinesa, principalmente nos mercados de soja e pecuária. Contudo, segundo Abbassian, a queda nos preços deve permanecer mesmo sem o coronavírus. "Não é por que os EUA vão vender agora para a China que teremos um boom no comércio mundial.
Na verdade, esses produtos vão ser desviados de outro lugar para China, mas não estamos vendo sinal de que a demanda real esteja crescendo globalmente", explica o economista.
Sem uma demanda forte, ele afirma que uma das razões pelas quais os preços poderiam subir seria eventual incremento das compras de grãos pela Rússia e pela Ucrânia, países vulneráveis às condições climáticas.
Fonte: Dow Jones Newswires
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