Agro 4.0: Glencore se une a cinco maiores compradoras mundiais de commodities agrícolas em plataforma digital de negócios
Como em todos os outros setores, a tecnologia cada vez mais também traz novidades para o setor do agronegócio. Para debater sobre o futuro das transações comerciais e o uso da tecnologia dentro do agronegócio, o Notícias Agrícolas conversou nesta segunda-feira (23) com Entrevista com Steve Cachia, Consultor da Cerealpar e da AgroCulte para entender melhor a junção das cinco maiores empresas de commodities, divulgada na semana passada.
As grandes empresas ADM, Bunge, Cargill, Cofco, Louis Dreyfus firmaram parceria com a Glencore, com previsão de lançamento de uma nova plataforma digital já em 2020. Para Steve a parceria das grandes empresas significa que finalmente a tecnologia 4.0 está chegando também no agronegócio.
Dentro da nova plataforma serão inseridos profissionais de todas as áreas do agronegócio, entre eles: transportadoras, fretadoras, compradores, prestadores de serviços, financeiras, associações comerciais e autoridades regulatórias. Para Steve, essa é mais uma ferramenta que o produtor precisará aprender para colher bons resultados nas atividades. “O propósito da plataforma é facilitar a execução dos contratos”, comenta.
Entre as tecnologias utilizadas na nova plataforma, estão a inteligência artificial e a blockchain, visando principalmente diminuir os custos ao produtor. “A gente vê os preços das commodities agrícolas com bastante votalidade, com margens de lucro cada vez menores. Então, uma das opções é reduzir os custos", afirma. Segundo o especialista, atualmente é possível enxergar que através das tecnologias é possível ter um custo de produção menor.
A tecnologia blockchain se baseia em um contrato inteligente que tem como principal característica diminuir os prazos e desmocratizar os processos de negócios. "Através desses contratos você consegue minimizar o risco de fraude. A gente sabe que quando fecha negócio pode ter alguns problemas, então se minimiza isso", explica. De acordo com Steve, a ferramenta pode diminuir o tempo em até 5 vezes quando comparado com os processos atuais.
Outra característica da nova plataforma é o fato do produtor conseguir verficiar todas as informações em tempo real. "Vejo como uma concentração de inteligência, visando de fato facilitar as questões burocráticas", comenta. O especialista reforça ainda que a plataforma não colocará fim nas negociações e elas também não serão concentradas em apenas um espaço.
"A gente sabe que está todo mundo se preparando. Não é à toa que a gente está vendo essa guerra comercial tão acirrada entre Estados Unidos e China. O comércio mundial cada vez mais vai crescer, com crise ou sem crise eles têm que se alimentar. Precisa arrumar maneiras de produzir mais, com um custo menor", afirma Steve.
Steve reforça ainda que para resultados satisfatórias, além das novas plataformas, é importante que aconteça uma boa produtividade. "É importante também ter produtividade boa, vender bem o produto e comprar bem os insumos. A votalidade vai continuar porque o negócio depende de fatores imprevisíveis como clima e guerra comercial", explica.
Confira a entrevista completa no vídeo acima
2 comentários
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
Matheus Barrouin
Excelente reportagem! Bastante completa e com abordagem interessantes das 6 maiores compradoras de commodities agrícolas no cenário inovador do Agro 4.0.
Luan Henrique Guimarães do Nascimento Taquarituba - SP
Essa plataforma vai servir para o produtor negociar diretamente também com essas empresas ? Não ficou muito claro isso.