Aprosoja/PR estima em 30% quebra da safra de soja e clima já prejudica também safrinha de milho
Podcast
Entrevista com Márcio Bonesi - Presidente da Aprosoja PR sobre o Acompanhamento da Safra de Soja
DownloadDurante os meses de dezembro e janeiro o Paraná sofreu muito com as condições climáticas como a falta de chuvas e o calor intenso. Esse cenário prejudicou muito o desenvolvimento das lavouras que começam a ser colhidas e registram quedas significativas na produtividade comparada a safra anterior, que teve média de 150/160 sacas por alqueire (61/66 sacas por hectare).
“É uma associação de fatores como a falta de umidade com as temperaturas altas que tem trazido grande prejuízo para os sojicultores. Na região oeste podemos falar em torno de 40/60% de perdas e na região noroeste em 35%. As regiões norte e centro sul estão em uma situação melhor de chuvas, mas também apresentam chuvas irregulares. Com isso o Paraná não vai atingir todo o seu potencial nesse ano”, conta Márcio Bonesi, presidente da Aprosoja Paraná.
Essas condições climáticas adversas já começam a prejudicar também o milho safrinha, que vai sendo plantado conforme o avanço das colheitas da soja, e já diminui as expectativas de produtividade para o grão. “Esse milho segunda safra não emergiu de uma vez só e quando isso acontece as plantas mais velhas sombreiam as mais novas que não desempenham todo o seu potencial de produção. Além disso, ataque de pragas como percevejos e lagartas que tem sido muito difícil o controle devido à falta de umidade”, comenta Bonesi.
O presidente da Aprosoja Paraná destaca ainda que a entidade tem realizado ações para tentar auxiliar os produtores paranaense que estão sofrendo nessas condições atípicas. A Aprosoja já está em contato com a ministra da agricultura Tereza Cristina, para verificar a possibilidade de prorrogação de investimentos para que os produtores ficarem menos preocupados e manter a condição financeira para investir nas próximas culturas.
Confira a entrevista completa no vídeo.
1 comentário
Pátria: Plantio da soja 2024/25 chega a 83,29% da área
Soja tem cenário de sustentação em Chicago agora, principalmente por força da demanda
USDA informa novas vendas de soja nesta 6ª feira, enquanto prêmios cedem no Brasil
Soja opera estável nesta 6ª em Chicago, mas com três primeiros vencimentos abaixo dos US$ 10/bu
Soja volta a perder os US$ 10 em Chicago com foco no potencial de safra da América do Sul
USDA informa nova venda de soja - para China e demaisa destinos - e farelo nesta 5ª feira
Vilson Ambrozi Chapadinha - MA
Existiu um tempo em que os agricultores eram de pequeno porte e viviam bem. Hoje os pequenos ou venderam suas áreas ou arrendam suas terras. Os que plantam arrendado pagam 20 sacas/ há de aluguel, então a terra tem que virar indústria com até três turnos/ano. Época de plantio , variedades rústicas , manejo de pragas e doenças , nada vale... O que vale é rodar a plantadeira moderna com seu trator cheio de cavalos e o autopropelido de um milhão. A cooperativa empurrando um monte de insumos , semente que custa mais do que carne de primeira , produtos milagreiros etc. Aí o tempo quando não ajuda fica catastrófico. Agricultor tem que pensar em custos menores sim e, se colherem menos, o preço sobe. De nada adianta buscar 70 sacas com custo de 50..., no menor problema com clima o lucro puffff.
Sr. Wilson, fico imaginando que somos os dentes de uma engrenagem e, essa "engrenagem" é o progresso. Ou seja, o "progresso" nos usa para continuar a girar e, nesse gira-gira somos moídos se quebrarmos, os dentes. ... ... Ou seja, o mercado é impessoal. ... ... Foi isso que sonhamos quando crianças, de nos tornarmos "não pessoas" quando ficássemos adultos. ... ... Alguns vão dizer: A culpa é da Aritmética, Matemática para os mais jovens, pois nos tornamos números e, quando você é um "número negativo", simplesmente é retirado do jogo. ... ... O jogo só tem uma regra, que é: SE DAR BEM !!!
Bacana sua visão Vilson, vejo que está havendo uma corrente crescente entre os produtores em se atentar ao que interessa que é o lucro, com muita atenção ao custo. O deslumbramento tem de diminuir mesmo. Vi produtor aqui em Goiás comprando essas megas plantadeiras para áreas relativamente pequenas, ainda que se considere a eficiência dessas máquinas, a possibilidade de plantio em janelas mais curtas, é uma conta que não fecha. Para alguns será um período de mudanças de paradigmas ou será difícil continuar na atividade.
Parabéns pela excelente reflexão. Devemos plantar para lucrar e não para produzir muito. No Oeste do Paraná os sojicultores plantaram soja super precoce com o consequente aumento dos riscos pensando em plantar o milho safrinha com 20/30 dias de antecedência. Foi uma catástrofe. Não choveu, a soja (que é gorda e dá lucro) se perdeu e o milho safrinha, ainda que plantado mais cedo não deve dar grande lucratividade. Perderam-se as 2 safras. Restou prejuízo e contas penduradas em bancos, lojas e cooperativas. Devemos repensar todo o nosso trabalho para conciliarmos a melhor produtividade com custos baixos e, possivelmente, encontramos alternativas para o plantio de inverno fora do binômio milho/trigo ou, sem elas, deixarmos a terra em pousio. Abraços.
Boa noite, sou de Mamborê-PR, e na minha região não é muito viável milho safrinha, mas digo o seguinte: em todo inverno planto uma área com aveia branca e também faço rotação com milho no verão... então temos que rever nossos conceitos sobre lucro e sustentabilidade... concordo plenamente com o exposto nesse veículo por nosso amigo Nelson Harger. Abraços!
Em tempo,... tem sim em Mamborê áreas aptas à safrinha de milho!