Aprosoja/PR estima em 30% quebra da safra de soja e clima já prejudica também safrinha de milho

Publicado em 05/02/2019 10:17
Márcio Bonesi - Presidente da Aprosoja PR
Algumas regiões do estado registram quedas de até 60% na produtividade de soja dos anos anteriores. Safrinha de milho que começa a ser implantada já sofre com falta de chuvas e proliferação de percevejos e lagartas.

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Entrevista com Márcio Bonesi - Presidente da Aprosoja PR sobre o Acompanhamento da Safra de Soja

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Durante os meses de dezembro e janeiro o Paraná sofreu muito com as condições climáticas como a falta de chuvas e o calor intenso. Esse cenário prejudicou muito o desenvolvimento das lavouras que começam a ser colhidas e registram quedas significativas na produtividade comparada a safra anterior, que teve média de 150/160 sacas por alqueire (61/66 sacas por hectare).

“É uma associação de fatores como a falta de umidade com as temperaturas altas que tem trazido grande prejuízo para os sojicultores. Na região oeste podemos falar em torno de 40/60% de perdas e na região noroeste em 35%. As regiões norte e centro sul estão em uma situação melhor de chuvas, mas também apresentam chuvas irregulares. Com isso o Paraná não vai atingir todo o seu potencial nesse ano”, conta Márcio Bonesi, presidente da Aprosoja Paraná.

Essas condições climáticas adversas já começam a prejudicar também o milho safrinha, que vai sendo plantado conforme o avanço das colheitas da soja, e já diminui as expectativas de produtividade para o grão. “Esse milho segunda safra não emergiu de uma vez só e quando isso acontece as plantas mais velhas sombreiam as mais novas que não desempenham todo o seu potencial de produção. Além disso, ataque de pragas como percevejos e lagartas que tem sido muito difícil o controle devido à falta de umidade”, comenta Bonesi.

O presidente da Aprosoja Paraná destaca ainda que a entidade tem realizado ações para tentar auxiliar os produtores paranaense que estão sofrendo nessas condições atípicas. A Aprosoja já está em contato com a ministra da agricultura Tereza Cristina, para verificar a possibilidade de prorrogação de investimentos para que os produtores ficarem menos preocupados e manter a condição financeira para investir nas próximas culturas.

Confira a entrevista completa no vídeo.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Existiu um tempo em que os agricultores eram de pequeno porte e viviam bem. Hoje os pequenos ou venderam suas áreas ou arrendam suas terras. Os que plantam arrendado pagam 20 sacas/ há de aluguel, então a terra tem que virar indústria com até três turnos/ano. Época de plantio , variedades rústicas , manejo de pragas e doenças , nada vale... O que vale é rodar a plantadeira moderna com seu trator cheio de cavalos e o autopropelido de um milhão. A cooperativa empurrando um monte de insumos , semente que custa mais do que carne de primeira , produtos milagreiros etc. Aí o tempo quando não ajuda fica catastrófico. Agricultor tem que pensar em custos menores sim e, se colherem menos, o preço sobe. De nada adianta buscar 70 sacas com custo de 50..., no menor problema com clima o lucro puffff.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Wilson, fico imaginando que somos os dentes de uma engrenagem e, essa "engrenagem" é o progresso. Ou seja, o "progresso" nos usa para continuar a girar e, nesse gira-gira somos moídos se quebrarmos, os dentes. ... ... Ou seja, o mercado é impessoal. ... ... Foi isso que sonhamos quando crianças, de nos tornarmos "não pessoas" quando ficássemos adultos. ... ... Alguns vão dizer: A culpa é da Aritmética, Matemática para os mais jovens, pois nos tornamos números e, quando você é um "número negativo", simplesmente é retirado do jogo. ... ... O jogo só tem uma regra, que é: SE DAR BEM !!!

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    • Tiago Gomes Goiânia - GO

      Bacana sua visão Vilson, vejo que está havendo uma corrente crescente entre os produtores em se atentar ao que interessa que é o lucro, com muita atenção ao custo. O deslumbramento tem de diminuir mesmo. Vi produtor aqui em Goiás comprando essas megas plantadeiras para áreas relativamente pequenas, ainda que se considere a eficiência dessas máquinas, a possibilidade de plantio em janelas mais curtas, é uma conta que não fecha. Para alguns será um período de mudanças de paradigmas ou será difícil continuar na atividade.

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    • geraldo gentile Ibaiti - PR

      Parabéns pela excelente reflexão. Devemos plantar para lucrar e não para produzir muito. No Oeste do Paraná os sojicultores plantaram soja super precoce com o consequente aumento dos riscos pensando em plantar o milho safrinha com 20/30 dias de antecedência. Foi uma catástrofe. Não choveu, a soja (que é gorda e dá lucro) se perdeu e o milho safrinha, ainda que plantado mais cedo não deve dar grande lucratividade. Perderam-se as 2 safras. Restou prejuízo e contas penduradas em bancos, lojas e cooperativas. Devemos repensar todo o nosso trabalho para conciliarmos a melhor produtividade com custos baixos e, possivelmente, encontramos alternativas para o plantio de inverno fora do binômio milho/trigo ou, sem elas, deixarmos a terra em pousio. Abraços.

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    • Adalberto José Munhoz Campo Mourão - PR

      Boa noite, sou de Mamborê-PR, e na minha região não é muito viável milho safrinha, mas digo o seguinte: em todo inverno planto uma área com aveia branca e também faço rotação com milho no verão... então temos que rever nossos conceitos sobre lucro e sustentabilidade... concordo plenamente com o exposto nesse veículo por nosso amigo Nelson Harger. Abraços!

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    • Adalberto José Munhoz Campo Mourão - PR

      Em tempo,... tem sim em Mamborê áreas aptas à safrinha de milho!

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