Com atuais patamares de preços, produtores de soja nos EUA amargam cerca de US$ 2,00/bushel de prejuízo

Publicado em 03/07/2018 17:44
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado
No Brasil, negócios de curto prazo voltam a acontecer e preços da soja nos portos voltam a superar os R$90,00/sacas. Mercado futuro segue travado com queda dos preços em Chicago e impasse sobre os fretes

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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado sobre o Fechamento de Mercado da Soja

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Nesta terça-feira (3), as cotações da soja encerraram com quedas de 5 a 6 pontos na Bolsa de Chicago (CBOT), em sessão que antecede o feriado de 4 de julho. Para o próximo dia 6 de julho, também está marcado o início da tarifação dos produtos chineses e americanos.

Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, salienta o fato de que a CBOT está chegando a um valor abaixo do custo de produção norte-americano. Este momento pode obrigar o governo dos Estados Unidos a tomar atitudes para proteger o setor agrícola nacional.

Brandalizze avalia que o governo norte-americano está "criando um incêndio maior do que o que tentou apagar" , gerando uma situação delicada para a economia local.

Hoje, o produtor dos Estados Unidos está perdendo US$ 2 por bushel de soja, de forma que não deve conseguir cobrir suas dívidas. A situação, como visualiza o analista, é "o crash do setor agrícola' para o país.

No mercado local brasileiro, as cotações estiveram próximas de R$ 91 para pagamento na metade de setembro, próximo dos melhores níveis do ano. Essa briga entre China e Estados Unidos acabou trazendo o mercado para cá, de forma que as cotações se encontram nessa situação.

Chicago entra no feriado da independência ansioso com o embate EUA-China (AGResources)

Mercado estacionou num lento movimento de operações nesta terça-feira, frente ao feriado do dia da Independência estadunidense de amanhã/quarta-feira, dia 4. 

Grande parte dos operadores retiraram suas posições abertas na aversão ao risco de qualquer novidade política sobre o embate EUA-China.

A grande maioria de gestores de fundos de investimento já apostam na efetivação do plano tarifário desta semana.

Caso tenhamos alguma surpresa, esta seria o cancelamento de qualquer imposição comercial no prazo limite de sexta-feira, dia 6.

A ARC alerta se tal inesperado cenário se concretizar, o Mercado apresentará um movimento agressivo de altas consecutivas para a soja, principalmente. Tais movimentos políticos são imprevisíveis no atual momento.

CLIMA - AMÉRICA DO NORTE

Os mapas climáticos atualizados trazem a confirmação do estabelecimento de um padrão árido sobre o Cinturão Agrícola americano, nesta primeira metade do mês de julho.

Já estamos alertando desta possibilidade desde a terceira semana de junho, onde as previsões já traziam a chegada de uma massa de ar quente de alta pressão sobre o Centro dos Estados Unidos, que agora se concentra sobre as principais regiões sojicultoras do país.

Este novo padrão traz chuvas mais baixas do que a média e temperaturas mais elevadas.

Apesar dos atuais níveis de umidade do solo estarem adequados, a taxa de evapotranspiração irá se elevar, reduzindo o armazenamento hídrico das regiões afetadas.

A confirmação de tais leituras não traz nenhuma tranquilidade para o produtor estadunidense. 

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas/AGResources

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1 comentário

  • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

    Se a guerra comercial ficar do jeito que vai, os norte-americanos precisarão arrumar novas utilidades para a soja, como biodiesel e etc,,, procurar novos consumidores na India e outros paises da Asia, e substituir parte do plantio de soja por milho e outras lavouras.

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Virgilio..a oferta e demanda total não muda... mudam os compradores...e os vendedores... fora barulho, o mercado de oferta e demanda não muda...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Ja' observei que, em qualquer problema, há muito tempo os americanos sempre saem por cima----

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