Acordo com EUA não reduz fôlego da demanda chinesa pela soja brasileira, mas produtores devem ter cuidado ao acelerar plantio
Nesta segunda-feira (21), os preços da soja tiveram uma alta expressiva, de mais de 20 pontos nos principais vencimentos, na Bolsa de Chicago (CBOT). As cotações já trabalham acima dos US$10,20/bushel, após quase perder o patamar dos US$10/bushel na semana anterior.
Como comenta Fernando Pimentel, analista de mercado da Agrosecurity Consultoria, o mercado está ancorado na questão da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, que começam a dar sinais de espaço para negociação e de ampliação da compra de commodities dos norte-americanos por parte dos asiáticos.
Existe uma tentativa dos Estados Unidos de aumentar a demanda chinesa pela soja local nos próximos anos. Por outro lado, a China também tenta ser cada vez mais participativa no mercado global, adquirindo negócios tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil.
No Brasil, a corrida presidencial segue em aberto e o Banco Central, em frente a movimentos como o dos caminhoneiros, que protestam contra os preços dos combustíveis, se move para conter a alta do dólar.
Os produtores brasileiros que já se planejavam para aumentar a área na próxima safra, na visão de Pimentel, devem "deletar essa história de guerra comercial" porque esse é o modelo de negócios de Trump angariar simpatias internas e antipatias externas.
A longo prazo, ele não acredita que o próximo presidente do Brasil deva interferir no mercado, de forma que o câmbio poderá ser trazido para baixo - mas, neste momento, as cotações do dólar devem se estabilizar até o momento efetivo da corrida presidencial.
Em Chicago, os preços ainda podem sofrer alterações bruscas devido ao mercado climático, que se encontra plenamente ativo em meio à safra norte-americana.
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