Avanço da colheita nos EUA e confirmação de boas produtividades seguem pressionando cotações da soja em Chicago

O dia foi de quedas pouco significativas para as cotações da soja na Bolsa de Chicago (CBOT), com o primeiro vencimento ainda trabalhando acima dos US$9,50/bushel.

Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, destaca que a movimentação do mercado no dia de hoje demonstra uma procura de direcionamento. Nos últimos dias, houve um impacto muito forte ocasionado pelo relatório de passagem de uma temporada para outra divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que veio com 1 milhão a menos do que era esperado pelo mercado, em 8,2 milhões de toneladas.

Entretanto, essa informação positiva passou a ser confrontada com o bom ritmo de colheita da soja norte-americana nas últimas semanas, com as lavouras 22% colhidas, de acordo com o último boletim do USDA. A produtividade, até o momento, também confirma as estimativas do órgão, aumentando o consenso de que os Estados Unidos irão bater um novo recorde. Isso tudo significaria um aumento da oferta.

Por sua vez, a demanda por soja continua bastante forte, com as exportações brasileiras e norte-americanas batendo recordes. Isso resulta em menores estoques que contrapõem às notícias baixistas. Paralelamente, os fundos estão acomodados, com o mercado caminhando em patamares estreitos de oscilação.

A questão climática sai definitivamente dos Estados Unidos e está sendo transferida para Brasil e Argentina. Todas as previsões indicam que o Brasil dificilmente irá atingir novas produtividades recorde - se os números não ficarem muito próximos do ano passado, serão menores.

Ao longo do ano, o Brasil já exportou 60,3 milhões de toneladas de soja, contra 49 milhões de toneladas em 2016.